Palestras abordaram processos de avaliação das instituições de ensino, cursos presenciais, ensino a distância e a Reforma Universitária
 
O Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – SEMESP recebeu, nos dias 24 e 25 de maio, o 34° Seminário Brasileiro de Tecnologia Educacional, realizado pela Associação Brasileira de Tecnologia Educacional – ABT. A abertura do evento contou com o discurso do presidente da ABT, Prof. João Roberto Moreira Alves, que falou sobre  a importância da tecnologia empregada na educação e contou um pouco da história da Associação. O Prof. Jorge Bastos, Diretor do Semesp, também esteve presente à mesa representando o presidente, Prof. Hermes Ferreira Figueiredo. Estiveram representadas 45 Instituições de Ensino Superior.
 
A primeira palestra abordou o tema Avaliação, Tecnologia e Ação: Como mudar a Educação, ministrada pelo presidente do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Prof Paulo Nathanael Pereira de Souza, e pelo Prof. Fernando Mota, Diretor do Instituto de Tecnologia da FAETEC.

 
O Prof. Nathanael iniciou a palestra fazendo uma avaliação da educação no Brasil. Segundo ele, a maioria dos alunos chega despreparada ao ensino superior. “Não adianta investir em reforma universitária, porque o que se deve mudar é o ensino fundamental e médio. O Professor Mestre e Doutor universitário não pode ministrar uma aula ao nível em que deveria porque o aluno não é capaz de aprender.” afirmou Nathanael. Ressaltou, ainda, que o MEC é resistente à liberação do uso da tecnologia, enquanto que todos os ensinos dependem de recursos tecnológicos para atingirem seus objetivos.
 
Outro destaque do seminário foi a palestra do Prof. Frederic Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), que falou sobre as vantagens e desvantagens do ensino a distância (EAD), destacando que o método poderia funcionar melhor, se o MEC interviesse menos. Ele citou como exemplo os Estados Unidos, país que não possui Ministério da Educação e onde a EAD funciona de maneira satisfatória. Dentre as desvantagens, o professor falou sobre problemas, como a falta de controle do ambiente em que o aluno se encontra, principalmente sobre quem preenche os testes e quais os recursos usados. Apesar disso, Litto afirmou que há muitas vantagens no EAD, principalmente por se tratar de um método que permite customização. “A EAD pode atender às necessidades específicas do professor e do aluno, através de um banco de perguntas. Outra vantagem é que muitos alunos se sentem mais confortáveis para se expor e tirar dúvidas, principalmente no caso de pessoas muito tímidas”, completou.
 
O primeiro dia terminou com a palestra sobre a TV Universitária como instrumento de difusão institucional e de educação, ministrada pelo Prof Fernando Moreira, da UNIVAP de São José dos Campos. O professor esclareceu como se dá o procedimento para montar uma televisão universitária e quais são suas missões e utilidades para a universidade.
 
A apresentação do Prof. Dalton Silva e Souza,  Vice-Presidente da ABT, no último dia, abordou os novos mecanismos de avaliação interna e institucional das IES e a importância do uso da tecnologia como instrumento de aferição dos padrões de qualidade. Na última sessão do evento, foram proferidas as palestras pelo Prof. João Roberto Moreira Alves, Presidente da ABT e do Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, pelo Prof. Waldomiro Loyolla, presidente do Conselho Científico da ABED, e pelo Prof. Antonio Carbonari Netto, Diretor de Relações Institucionais do SEMESP. Eles falaram sobre as novas tendências da educação face à universalização e à educação a distância. Segundo Carbonari, a tecnologia surgiu para ajudar a vencer a resistência à mudança que existe atualmente por parte de muitos professores. “Não se pode mais perder meia hora escrevendo a matéria na lousa, enquanto pode-se utilizar uma apresentação montada no power point” afirmou. Carbonari ressaltou ainda que é um grande defensor das aulas magnas, com 300 e 400 alunos, através do uso de recursos tecnológicos para ministrá-las de maneira mais eficiente.