A integração do ensino médio com o ensino superior e as questões que precisam ser resolvidas para viabilizá-la foram debatidas pelo presidente do SEMESP, Prof. Gabriel Mário Rodrigues, durante o VI Congresso e Feira de Educação Saber 2002. Em palestra que tratou do desafio da empregabilidade para os egressos do segundo grau, o presidente da entidade que representa as universidades, centros universitários e faculdades privadas defendeu “a necessidade de se estar atento para a integração entre o ensino médio e a universidade, porque hoje, todo o ensino médio está baseado em conteúdos, o que nem sempre confere ao jovem o grau de conhecimento que deveria ter ao entrar no ensino de terceiro grau”.
          Após citar que a grande preocupação das famílias é a de proporcionar aos filhos condições de conhecimento que lhes permita ingressar no mercado de trabalho, o prof. Rodrigues insistiu na necessidade de integração na área do ensino “para reduzir o volume de reclamações das instituições do ensino superior privado dando conta de que muitos alunos egressos do ensino médio chegam à universidade sem saber raciocinar, sem saber como estudar um texto, sem saber escrever”. Disse que “a tendência mostrada por recente pesquisa é de que os egressos do ensino médio passem a proceder da área pública numa proporção de 80% contra 20% da área privada, o que representa aumento de preocupações. Em alguns Estados não há repetência no ensino fundamental, o aluno passa de ano sem preocupação alguma e o problema acaba estourando na universidade”. Segundo o presidente do SEMESP a tendência de o ENEM se universalizar é boa, por permitir um percentual maior para avaliação de seu nível de conhecimento, ao contrário do que acontece atualmente.
          Qualidade supera – O presidente do SEMESP destacou, também, que apesar dessas dificuldades a qualidade do ensino ministrado acaba prevalecendo. O crescimento constante do número de egressos do ensino particular, principalmente na área das ciências aplicadas, bem como o aumento proporcional desse crescimento quando comparado com o da escola pública foi citado pelo palestrante para ilustrar que as instituições de ensino superior privado são as principais formadoras dos profissionais que atuam no alto escalão das empresas.
          Citando dados de pesquisa, mostrou que hoje 66% dos cargos de alta direção nas empresas estão ocupados por profissionais formados pelo ensino superior privado, que 69% dos cargos de diretoria também estão nas mãos de egressos do ensino superior privado e que 81% dos cargos de gerência também. Disse, ainda que o ensino superior privado é o principal responsável pela formação da maioria dos executivos que ocupam os cargos de alto e médio escalão nas empresas mais importantes do Estado de São Paulo, tanto em nível de graduação, com 77% dos casos, como de pós-graduação, com a marca de 79% contra 23% e 21%, respectivamente, de formados pelo ensino público.