A professora e pesquisadora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Ana Valéria Sampaio de Almeida Reis, apresentou nessa terça-feira (29) novas tecnologias em sala de aula usadas na Unisal Campus Lorena, durante a 12ª Jornadas Regionais de Bauru, realizada pelo Semesp – Sindicato das Mantenedoras do Ensino Superior, no Hotel Quality Suites Garden.

“Quando pensamos em novas tecnologias temos de levar em conta a estrutura que a IES tem para fazer uso delas e, ainda, sensibilizar o professor a respeito, pois não basta eleger uma tecnologia ou metodologia sem levar em conta o perfil do professor, o ambiente da sala de aula, o conteúdo a ser trabalhado, os objetivos a que se quer alcançar, o aluno em si e a gestão da instituição onde se trabalha”, disse a pesquisadora.

Ana Valéria lembrou de situações em que passou com muitos alunos por também não saberem ou não possuírem a tecnologia para usar em sala de aula. “Nas minhas aulas de Pedagogia nem todos os alunos têm celulares com acesso a internet. Já no Curso de Direito todos têm celulares com acesso a internet. Não basta eu preparar a aula e deixar apenas um aluno de fora do processo. Os recursos têm de ser diferentes para cada área, a estratégia tem de ser outra para cada grupo de alunos”.

Segundo ela, a grande dificuldade do professor hoje é como avaliar todas as aprendizagens ativas e fazer uso de tecnologias que continuam deixando a aula tradicional. “As próprias metodologias apresentam momentos onde o professor avalia o aprendizado do aluno e ele precisa ter muito claro os seus objetivos e quais habilidades quer desenvolver nesse aluno, para que o aluno mostre realmente que aprendeu e não entre apenas em uma plataforma de aprendizado e leia o texto inserido lá”.

Alguns caminhos apontados por Ana Valéria são o ensino por rotações, uma metodologia interessante onde o aluno passa por diversas ilhas, determinadas na sala de aula, onde ele trabalha em um momento sozinho, em outro em equipe, algumas vezes usando tecnologia, outras vezes priorizando a escrita individual e coletiva. “Não é preciso repetir uma única metodologia em sala de aula ou usar uma só tecnologia, mas misturá-las ou simplesmente começar rompendo a tradição, tirando as cadeiras dispostas linearmente no método sala de aula invertida ou mesmo navegar na internet fazendo visitas em lugares diferentes, criando interação e participação conjunta com os alunos”.

Por fim, a educadora mencionou também a instrução em pares (Peer Instruction) facilitada pelo uso dos clickers. “Esta proposta mostra o grande potencial da tecnologia de feedback contínuo com os alunos, preenchendo a lacuna da interatividade necessária entre professor e alunos. As experiências mostram que é possível centralizar o ensino no aluno em grandes turmas e que os clickers ajudam na melhoria da qualidade como também no aumento dos níveis de produtividade tanto de alunos como de professores”, finalizou.