Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, destacou a importância de uma publicação como o Mapa do Ensino Superior no Brasil

Apesar do crescimento de 26,8% total no número de matrículas na modalidade EAD, esse aumento na verdade mascara a redução no número de jovens ingressando na educação superior, conforme mostra a 12ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil. Segundo a publicação, a taxa de escolarização líquida do país, já baixa em comparação mesmo a países da América Latina, caiu para 17,8% em 2020, último ano divulgado dos dados divulgados pelo Censo da Educação Superior do Inep. Essa é apenas uma das análises presentes na publicação, lançada pelo Semesp nesta quarta (15).

Abrindo o evento de lançamento, a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, destacou a importância da publicação que mostra a diversidade do ensino superior por meio de análises e informações sobre vários aspectos que impactam a educação superior como um todo, das matrículas à evasão, da relevância da rede privada ao capítulo especial desta edição sobre os cursos da área da Saúde.

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, apresenta alguns dos dados da nova edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil

Apresentação dos dados

O diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, apresentou um resumo dos principais dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil durante o lançamento da publicação.  De acordo com ele, a publicação é um importante documento de consulta para todos os agentes envolvidos com o ensino superior. “A nova edição do Mapa apresenta um retrato do cenário mais recente que temos da educação superior no país, trazendo os primeiros dados oficiais referentes a 2020, ano do início da pandemia, um fator crítico para o ensino superior e as IES”, disse.

“Um dado importante que o Mapa do Ensino Superior no Brasil aponta é a força da rede privada, que detém 87,6% das instituições do ensino superior e concentra 77,5% das matrículas”, destacou. “Outro destaque foi o pequeno crescimento de 0,9% das matrículas de 2019 para 2020, com aumento de 3,1% na rede privada, puxada pelo EAD, e queda de 6,0% na rede pública, o maior dos últimos anos”, afirmou.

Para Rodrigo Capelato, os números mostram que a rede privada foi mais eficaz no enfrentamento da pandemia de Covid-19, adaptando-se de forma mais rápido para as aulas remotas. Já a rede público demorou demais para fazer a transição para as aulas remotas, o que fica comprovado com o aumento na taxa de evasão.

Capelato aponta ainda uma avaliação equivocada dos dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Inep. Para ele, é preciso primeiro esclarecer que as matrículas na modalidade EAD ainda não superaram as da modalidade presencial. O que houve foi que, em 2020, houve mais ingressantes nos cursos EAD do que nos presenciais. ”

Esse crescimento baseado no EAD também mascara uma realidade triste atual, a queda no número de jovens ingressando na educação superior. A população jovem tem caído, mas o número de jovens no ensino superior tem caído três vezes mais”, lamentou explicando que isso vem acontecendo porque o EAD tem como público alvo pessoas mais velhas que não tiveram oportunidade de cursar uma graduação quando saíram do ensino médio.

Área de Saúde

Além de uma gama de informações sobre os dados educacionais gerais referentes ao país e aos estados, 2ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil trouxe ainda um capítulo especial com os números referentes aos cursos da área de Saúde. Segundo Capelato, alguns números como matrículas e evasão mostram que esse tipo de curso possuem um desempenho mais forte, seja porque seus alunos são mais jovens e dedicados apenas ao ensino superior, seja porque muito dos ingressantes escolhem os cursos por causa da vocação. “Alguns desses cursos, Medicina, por exemplo, poderia ter muito mais matrículas se houvesse uma oferta de vagas maior”, avaliou.

Confira a 12ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil