Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, abriu o evento virtual de lançamento do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2021

O Instituto Semesp lançou em um evento virtual nesta terça (8), a 11a edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, documento que traz uma compilações de análises e dados sobre o cenário da educação superior no país. As tabelas e os gráficos foram construídos com base no Censo da Educação Superior 2020, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com informações referentes a 2019.

Na abertura do evento, a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, disse que o Mapa do Ensino Superior é uma referência para o setor, de pesquisadores a gestores públicos. “É uma ferramenta importante para a gestão das instituições de ensino superior públicas e privadas”, apontou. Lúcia lamentou ainda a perda de estudantes em cada ciclo, citando que cerca de 3 milhões de alunos entram anualmente no ensino médio, mas menos de 2 milhões efetivamente se formam e ficam aptos a ingressar no ensino superior. “Esses números evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas para acesso e manutenção dos estudantes que serão futuramente alunos do ensino superior”, defendeu.

Taxa de escolarização líquida

Anualmente, o Mapa do Ensino Superior no Brasil traz dados gerais sobre o Brasil e específicos de cada região e estados, como número de matrículas por modalidades, ingressantes, concluintes, taxa de evasão, cursos mais procurados, entre outros. “Mais uma vez, o documento apresenta informações preocupantes, como a baixa taxa de escolarização líquida do país, que segue distante da Meta 12 do Plano Nacional de Educação”, lamentou Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, durante o evento de lançamento do Mapa. “Menos jovens no ensino superior implica em uma maior vulnerabilidade social e menos capital socioeconômico no mercado, o que deve impactar na capacidade produtiva do país no futuro”, reforçou ele.

Durante a apresentação do documento, Capelato destacou a importância do ensino superior privado, que concentra 75% das matrículas do país e apontou que, mesmo com a ampliação da oferta de cursos EAD a partir de 2017, a modalidade segue nas mãos das IES de grande porte, que dominam 89,4% das matrículas. “Quando se fala que o EAD é a salvação do ensino superior, não está se levando em consideração as IES de pequeno porte, que possuem uma participação bem pequena nessa fatia do mercado”, avaliou. “O EAD não é a salvação do ensino superior, mas sim o ensino presencial de qualidade aliado à transformação digital”, decretou.

Em relação às profissões do futuro e as transformações do mercado de trabalho, Capelato afirmou que, com ou sem crise, os estudantes continuam buscando cursos tradicionais e já saturados como Administração e Direito. “Na contramão das tendências, os cursos das áreas de TI não vão bem”, disse o diretor executivo do Semesp.

Acesso à versão digital do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2021 (exclusivo para associados Semesp)

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, apresentou os dados do Mapa, fazendo uma análise das informações

Potencial do ensino superior

Na edição 2021, o Mapa do Ensino Superior no Brasil apresenta um capítulo especial com informações sobre os estudantes do ensino médio, a porta de entrada para o ensino superior. “O objetivo desse capítulo é tentar entender o cenário desse ensino médio que forma milhares de alunos anualmente e que não conseguem ingressar no ensino superior”, explicou Rodrigo Capelato.

“Os números mostram que o problema do Brasil não é potencial e sim falta de políticas públicas de acesso e melhoria da qualidade da educação. O Enem tem cerca de 4,5 milhões inscritos anualmente, com um potencial de 3,8 milhões de inscritos com menos de 29 anos, público da modalidade presencial”, afirmou. “Quando olhamos para a população brasileira, são 21 milhões de pessoas com idade até 29 anos com o ensino médio completo sem ensino superior. O ensino superior tem muito o que crescer ainda”, avaliou.

Segundo ele, todo ano, milhares de estudantes não conseguem vagas nas IES da rede pública nem possuem renda para ingressar em uma IES da rede privada. “Com a pandemia, esse gargalo deve aumentar mais ainda, graças à queda da empregabilidade dos estudantes do ensino médio, o que pode gerar ainda mais evasão”, adiantou Capelato.

Novo Sindata

Durante o lançamento do Mapa, foi apresentada ainda aos participantes uma nova versão do Sindata, um banco de dados completo e de fácil acesso com números e estatísticas completas de vários níveis de educação, da básica passando pelo ensino médio, ensino superior e pós-graduação.