O Instituto Semesp lançou nesta quinta-feira, 21 de maio, a 10ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicação anual que oferece um panorama completo da educação superior das redes privada e pública do país, por regiões, estados e suas mesorregiões.

Pela primeira vez, em virtude da pandemia da Covid-19, o lançamento da publicação foi realizado em um evento online via plataforma Zoom, sendo apresentado pelo diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, que mostrou os principais dados do Mapa: números de matrículas nas modalidades presencial e EAD, alunos ingressantes e concluintes, taxas de evasão e migração, entre outros.

Para Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, em relação às matrículas presenciais e EAD, o Mapa mostra que o setor do ensino superior segue a tendência apontada nos últimos anos, com queda do número de estudantes nos cursos presenciais e aumento de estudantes na modalidade EAD. Porém, Capelato destaca que uma análise mais aprofundada desses dados mostra, na verdade, que esse crescimento da modalidade EAD tem acontecido em virtude de uma migração de alunos dos cursos presenciais do turno noturno para o EAD.

“O sistema como um todo não tem crescido, como confirma a estagnação da taxa de escolarização líquida (17,9%), que só não tem caído porque a população dessa faixa etária tem diminuído. A modalidade EAD atinge um público de faixa etária mais velha, que não conseguiu acessar o ensino superior quando jovem ou que está em busca de uma segunda graduação” enfatizou o diretor-executivo durante a apresentação.

Capelato destacou também dados referentes ao capítulo especial do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020: o perfil dos alunos de graduação, que mostra o perfil dos mais de 8,4 milhões de estudantes. Em relação ao capítulo, Rodrigo Capelato afirmou que, “infelizmente, o ensino superior brasileiro é excludente e, apesar das políticas de cotas terem funcionado para minimizar o problema, a questão do acesso às populações da raça/cor preta e parda ainda está longe de ser resolvida”. Apenas 14,7% dos jovens entre 18 e 24 anos que se autodeclaram pretos e 11,7% dos que se autodeclaram pardos estão matriculados em uma graduação.

Quanto maior a classe social, maior a condição de cursar o ensino superior: 61,9% dos jovens de 18 a 24 anos da classe A (que possuem renda domiciliar de mais de oito salários mínimos) frequentam o ensino superior, enquanto apenas 10,5% dos jovens da classe E (com renda domiciliar de até meio salário mínimo) acessam uma graduação. Três a cada quatro alunos de 18 a 24 anos da classe C que frequentam o ensino superior estão matriculados em uma IES privada.

No comparativo entre 2010 e 2018, no entanto, é possível perceber uma evolução no quesito diversidade dos estudantes. Na rede pública, essa evolução é atribuída às políticas de cotas, enquanto na rede privada a programas de financiamento estudantil como o Fies. “Uma questão que deve ser considerada é como essa evolução se manterá nos próximos anos com o declínio do Fies”, comentou Capelato.

Outra novidade em relação ao Mapa é que a publicação ganhou ainda uma versão digital interativa, exclusiva para associados, para facilitar ainda mais a busca por informações do setor. O acesso a essa versão é feito com o login e a senha do site do Semesp.