O Instituto Semesp, com apoio da Symplicity, lançou nesta quinta (3) a segunda edição da Pesquisa de Empregabilidade do Brasil, que aponta a empregabilidade das carreiras por área, revelando a posição dos profissionais e a eficiência do diploma de graduação em termos de rentabilidade, sucesso e manutenção do emprego dos egressos de instituições públicas e privadas de todas as regiões do país.

O lançamento aconteceu em um evento online e contou com a participação e falas do diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, do Country Manager da Symplicity, Rodrigo Madeira, e do vice-reitor da PUC-PR, Vidal Martins. O objetivo da pesquisa é mostrar o diploma como um indicador importante a partir da atuação direto dos egressos no mercado de trabalho. “A grande maioria das IES não têm projeto de carreira consolidado com estratégias claras, então temos um espaço grande para caminhar no Brasil nessa medida de impacto de vida e realização em relação à carreira e empregabilidade”, disse Rodrigo Madeira. “Esse é um dos indicadores mais sonhados pelas IES porque podem ajudar o setor a avaliar como ele está atuando em relação à inserção dos egressos no mercado de trabalho”, complementou Rodrigo Capelato.

A fala de Vidal Martins ficou em quatro tópicos relacionados o tema do futuro do trabalho: como se preparar para esse futuro; a questão do home office; qual o futuro do trabalho e como as IES podem atuar para ajudar a desenvolver as carreiras dos estudantes. Segundo Martins, o primeiro passo para as IES se prepararem para o futuro do trabalho é entender que o modelo conteudista foi ultrapassado pela formação de competências. “Esse modelo não cabe mais dentro da realidade que temos. O importante para os profissionais é desenvolver competências para saber lidar com situações reais”, explicou.

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Para isso, de acordo com ele, as IES devem adotar uma aprendizagem ativa para que os alunos desenvolvam essas competências e habilidades. “O mercado de trabalho quer profissionais que se adaptem e estejam conectados com esse novo mundo, possuindo familiaridade com as tecnologias”, citou. “As pessoas não serão substituídas pela tecnologia, mas, sim, por pessoas que usam as tecnologias”.

II Pesquisa de Empregabilidade

A pesquisa contou com a participação gratuita e facultativa de 9.228 egressos e alunos da educação superior, entre os dias 13 de outubro a 16 novembro de 2020, por meio de questionários via e-mail, redes sociais e disponibilização na plataforma Symplicity. O estudo foi dividido em duas frentes, egressos (5.264, de 592 instituições privadas e públicas e 179 cursos distintos de todas as áreas do conhecimento) e alunos com recortes de cursos presenciais e EAD, (3.964, de 254 instituições privadas e públicas e 151 cursos distintos de todas as áreas do conhecimento).

De acordo com a pesquisa, a maioria dos egressos está trabalhando ou realizando estágio na sua área de formação: 61,4% dos egressos de IES privadas e 65,2% dos egressos de IES públicas. Apenas 17,4% do total de respondentes não estão trabalhando no momento. Destes, 16,2% estão apenas estudando (pós-graduação, outra graduação, etc.), mas a maioria deste percentual está desempregado há até um ano (39,0%), percentual que foi elevado devido ao cenário de crise causado pela pandemia de Covid-19.

Entre os alunos que estão matriculados em um curso presencial de ensino superior privado, a maioria trabalha ou realiza estágio (57,2%), seja na área do curso ou em outra área. Entre os das IES públicas, a maioria não trabalha (51,6%). Do total, independente da rede, 57,2% dos alunos do noturno trabalham. Entre os alunos do EAD, a maioria trabalha, porém em uma área diferente da área da graduação.

Entre os egressos de instituições privadas, 37,0% já trabalhavam antes de ingressar no ensino superior. Esse percentual sobe para 57,7% ao considerar também aqueles que começaram a trabalhar ainda durante a graduação. Já 46,1% dos egressos de IES públicas entraram no mercado de trabalho somente após a conclusão da graduação.

A relevância do diploma de graduação na rentabilidade dos profissionais também chama a atenção na pesquisa. Na comparação dos rendimentos dos egressos que trabalham atualmente e que possuíam renda antes de concluir o curso de graduação, houve uma melhora significativa no valor dessa renda mensal. Antes de concluir o curso de nível superior, apenas 2,5% recebiam mensalmente um valor acima de 5 mil reais. Já após a conclusão do curso, esse percentual saltou para 31,5%. Houve um aumento estimado de 182% na renda média mensal ao considerar apenas os respondentes que já trabalhavam antes de concluir a graduação e que estão trabalhando atualmente.

Quase metade (48,1%) dos egressos do ensino superior possui um rendimento mensal bruto na faixa de 3 a 10 mil reais. Enquanto 58,7% dos egressos de instituições públicas recebem mensalmente um rendimento de até 5 mil reais mensais. Nas IES privadas, o percentual é um pouco maior, em torno de 75,4%. Também há uma diferença significativa entre a renda mensal dos homens e das mulheres: 17,4% dos homens recebem mais de 10 mil reais enquanto apenas 6,1% das mulheres apresentam rendimento nessa faixa. Por questões de experiência, os formados há mais tempo também apresentam rendimento maior do que os recém-formados. Quanto maior o nível de escolarização, maior o rendimento.

Em torno de 79% dos alunos de cursos presenciais apresentam uma renda bruta mensal de até 3 mil reais. Menos de 5% responderem receber mais de 5 mil reais mensais. Outro ponto importante é que 9,8% dos alunos da rede privada e 7,6% da pública realizam alguma atividade sem remuneração, seja estágio curricular obrigatório ou trabalho voluntário. A renda também é maior para os alunos do sexo masculino, independente da modalidade.

Relevância do diploma

Quase 80% dos egressos acreditam que o curso de ensino superior atendeu aos seus objetivos iniciais. Na vida pessoal, oito a cada dez egressos concordam que a conclusão do ensino superior ajudou. Essa percepção é ainda melhor entre os egressos de IES públicas e entre os participantes com mais idade.

Para os alunos, quanto à opinião sobre o alcance dos objetivos iniciais, 87,9% dos alunos de cursos presenciais em IES privadas concordam que o curso tem atingido a expectativa. Na rede pública, o percentual é um pouco mais baixo (77,1%). Esse percentual também é alto no EAD, 82,4%.

A maioria dos alunos concorda que o diploma de ensino superior vai aumentar a chance de se conseguir uma melhor vaga de emprego. Em cursos presenciais, a percepção é ainda maior entre os alunos da rede privada (93,3%); na rede pública, o percentual cai para 89,2%. Já nos cursos EAD particulares, o percentual chegou a 94,0% dos alunos.

Mais da metade dos egressos concorda que o curso de ensino superior foi de fundamental importância para a manutenção do emprego durante os períodos de crise. Essa percepção é um pouco melhor entre os egressos de instituições públicas (60,1%).

Metade dos alunos acredita que ter ingressado em um curso presencial de ensino superior, seja ele privado ou público, contribuiu para a manutenção do emprego durante a crise. No EAD, essa percepção foi sentida por 40,2% dos alunos de IES privadas.

A II Pesquisa de Empregabilidade pode ser acessada na íntegra aqui.