Com o uso de plataformas digitais, metodologia de ensino remoto on-line e ao vivo é uma conexão do presencial com a casa do aluno

O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, anunciou nesta quarta-feira (1), em São Paulo, que o setor do ensino superior privado “mudou suas estratégias e metodologias pedagógicas e investiu rapidamente em recursos tecnológicos e treinamento dos professores e outros profissionais acadêmicos, para poder levar diariamente aulas síncronas a todas as turmas dos cursos presenciais durante a quarentena de prevenção à pandemia do novo coronavírus”.

Por meio do uso de plataformas e ferramentas digitais colaborativas como Zoom, Google Meet, Microsoft Teams,  entre outras, e de metodologias inovadoras, as instituições de ensino superior privadas estão usando nova metodologia de ensino para aplicá-la ao formato de aula remota síncrona, uma conexão do presencial com a casa do aluno.

Capelato ressaltou que o ensino remoto síncrono, que está sendo utilizado pelas IES atualmente, “é muito diferente do tradicional modelo de EAD, no qual os conteúdos são em grande parte gravados e reaproveitados em larga escala, prevalecendo as atividades assíncronas, conduzidas na maioria das vezes por tutores, o que permite uma redução de custos a essa modalidade”.

Segundo o diretor do Semesp, já o formato de aula síncrona, adotado por muitas instituições como Espm, Unifeob, Fiap e Uniararas, além de outras, “mantém a mesma estrutura de horários e a dedicação de todos os professores e profissionais acadêmicos das instituições para a adaptação dos conteúdos dos cursos presenciais para esse formato de ensino on-line e ao vivo”.

O diretor-executivo destacou que as instituições privadas, que são responsáveis por 75% das matrículas no ensino superior no Brasil e garantem a formação acadêmica de mais de seis milhões de estudantes em todo o país, “mantiveram com o uso dessa metodologia o contato direto e diário entre alunos e professores, e estão conseguindo dar continuidade ao ano letivo sem prejuízo na aplicação dos conteúdos e nem tampouco na qualidade de ensino”, afirmou Capelato.

Essa transformação tecnológica na educação ocorreu em poucos dias. Marcio Sanches, coordenador da Universidade Corporativa Semesp e professor de graduação e pós-graduação na FGV EAESP, explicou que em um período de uma semana o setor de ensino superior quebrou uma resistência de mais de 15 anos e se preparou para usar todas as ferramentas disponíveis para transpor os conteúdos do presencial para o ensino on-line.

“As estruturas físicas das instituições estão ociosas, mas os profissionais estão trabalhando muito no regime de home office. Os coordenadores pedagógicos, professores e profissionais administrativos criaram mecanismos para interagir diariamente com os alunos dos cursos presencias por meio de novas metodologias de ensino com o uso da tecnologia”, disse Sanches. “Adaptamos todo o planejamento do ano letivo, inclusive com a aplicação de avaliações e confirmação de presença nas salas de aula virtuais para esse momento de pandemia”, comentou o professor da FGV.

Instituições como ESPM, Unifeob, Fiap e Uniararas, além de instituições do grupo educacional Ânima e da Laureate Brasil em São Paulo, e várias outras, também adaptaram os conteúdos das aulas presenciais para o formato de aula síncrona.

De acordo com o reitor da Unifeob, João Otávio Bastos Junqueira, “a instituição já está na terceira semana de aulas remotas. Estamos usando as ferramentas do Google for Education, com aulas síncronas diariamente em todas as turmas presenciais, além de vídeos, webinares, e outras atividades complementares”, disse o reitor. “Treinamos os profissionais e ampliamos o nosso armazenamento em nuvem para atender às necessidades dessa virtualização do ensino presencial”, explicou Junqueira.

“Desde que a crise do novo coronavírus começou, tivemos que transformar toda a nossa operação acadêmica para o formato on-line, com aulas ao vivo. Estudantes e professores de todos os cursos presenciais estão realizando atividades on-line, ao vivo, pela plataforma Canvas e ferramenta Zoom”, disse Dalton Pastore, presidente da ESPM. “Nosso objetivo foi manter o mesmo padrão de qualidade das aulas presenciais, oferecer aos estudantes uma rotina de estudos e aos nossos professores as melhores condições lecionar a distância”, afirmou Pastore.

Leandro Rubim, diretor de Digital Learning da Fiap, disse que os cursos presenciais de MBA da instituição seguem há 16 dias com toda grade em transmissão ao vivo pela plataforma Zoom. Já os cursos de graduação presencial estão sendo realizados ao vivo via Microsoft Teams. “A instituição promoveu capacitação on-line com professores e enviou orientação aos alunos de como acessar e baixar os softwares”, disse Rubim.

“Graças a uma parceria com a plataforma Zoom, conseguimos, em duas semanas, ampliar o nosso modelo híbrido, levando as nossas salas de aulas presenciais para salas virtuais. Mas é importante ressaltar que esse modelo não se confunde com o denominado Ensino a Distância. Nossos estudantes estão vivendo a experiência digital junto com seus professores habituais, por meio de salas de aula virtuais, onde o ambiente oferecido é de simultaneidade, ao vivo, em locais diferentes para proteção de toda a sociedade nesse momento atípico que enfrentamos”, destacou Marcelo Battistella Bueno, CEO da Ânima Educação.

Sobre uma possível dificuldade tecnológica para os alunos acompanharem as aulas sincrônicas, Francisco Elíseo Fernandes Sanches, diretor Administrativo-Financeiro da Fundação Hermínio Ometto – FHO – Uniararas, explicou que as ferramentas do Google for Educacion que a instituição está usando permitem o acesso em qualquer dispositivo. “Mesmo aquele aluno que não tem um computador em casa pode participar das aulas virtuais e acessar todos os conteúdos por meio de um smartphone. Entretanto, temos procurado contornar todas as dificuldades tecnológicas que alguns alunos apresentaram”, comentou o diretor da Uniararas.

“As instituições de ensino superior estão garantindo que os professores transmitam o conhecimento esperado e que os alunos desenvolvam as tarefas solicitadas de forma remota, com a mesma qualidade que era oferecida antes da suspensão das atividades presenciais. E tudo isso precisa ser levado em conta se quisermos manter minimamente o atendimento a uma geração de brasileiros que tem no ensino superior a sua maior esperança de dias melhores”, enfatizou Rodrigo Capelato.