Program Manager do Google, Rodrigo Vale, no seminário de Tecnologia Educacional
Uma das propostas do 10º Seminário Tecnologia Educacional do Semesp, realizado na última terça, 6 de novembro, foi discutir como as IES podem pensar a área de TI de forma estratégica, inserindo-a nos mais diversos processos acadêmicos e gerenciais. A partir dessa visão, o evento trouxe duas palestras que exemplificam como a área pode estar conectada a outros setores das IES, principalmente no que tange a ideia de inovação pedagógica.
Representantes de TI das IES falam sobre seus desafios em seminário
O Program Manager do Google, Rodrigo Vale, apresentou palestra com o tema “A Revolução Tecnológica e os novos desafios para as Instituições de Ensino Superior”, que procurou mostrar o que o gigante da tecnologia tem feito em relação à área de educação. Para Vale, um dos grandes desafios das IES atualmente é transformar a dinâmica da sala de aula diante de um cenário de mudanças culturais e sociais tomado por avanços tecnológicos.
“Qual é a sala de aula do século 21?”, perguntou Rodrigo Vale. “Estamos vivenciando não apenas uma mudança cultural, mas uma nova revolução que está começando, a revolução do aprendizado da máquina. E essa revolução está afetando as IES”, decretou.
A partir desse cenário de mudanças em que certas habilidades profissionais ganham destaque, Rodrigo Vale explicou que a educação precisa mudar e o Google tem oferecido soluções para isso, caso do Google Suíte for Education. Segundo ele, a ferramenta tem oferecido dinamismo e autonomia para professores e estudantes e contribuído para o plano pedagógico ao permitir o gerenciamento fácil de tarefas, a colaboração sem limitações espaciais e temporais e uma maior interação entre alunos e docentes.
“A tecnologia do passado não ajuda a educação do futuro”, pontuou Vale. Ele disse que uma das funções da ferramenta do Google é mudar completamente a dinâmica da sala de aula, empoderando os educadores para usar a tecnologia no ambiente acadêmico. “Queremos que os professores se sintam confortáveis para usar a tecnologia na sala de aula ao mostrá-los que o computador que está na frente deles é, na verdade, um quadro negro”, defendeu.
Idealizador de uma escola de projetos, a Escola Hub, o pesquisador em educação Thiago Almeida também participou do seminário
Reflexões sobre a inovação pedagógica
Idealizador de uma escola de projetos, a Escola Hub, o pesquisador em educação Thiago Almeida também participou do seminário contando um pouco sobre sua experiência na área de inovação pedagógica. Ele destacou que o entendimento sobre o tema ainda é incipiente, mas apontou que é necessária uma interdisciplinaridade entre fatores de gestão e pedagógicos para que haja uma personalização dos sistemas de ensino.
“As escolas atuais ainda são sistemas baseados na lógica da média e da padronização”, explicou Thiago. “Todos devem aprender ao mesmo tempo, as mesmas coisas, no mesmo ritmo e ainda são avaliados usando os mesmos parâmetros, tendo seus históricos completamente desconsiderados”, criticou.
Thiago citou o sistema educacional finlandês como um exemplo que superou a crise ao apostar em um reforma que dispensa as aulas e as disciplinas no sentido convencional para buscar a personalização da experiência da aprendizagem. “Todos têm necessidades especiais, tanto alunos que estão abaixo da média, que têm lacunas a serem preenchidas, quanto os que estão acima, que precisam de outra demanda de aprendizagem”, avaliou.
Em seguida, Thiago defendeu que o uso da tecnologia na aprendizagem é uma das saídas para que a inovação pedagógica seja abraçada pelas IES, citando a gamificação, impressão 3D, realidade aumentada e virtual, Inteligência Artificial e robótica como elementos que devem ser incorporados ao processo pedagógico.
“Além disso, a inovação pedagógica deve partir da interdisciplinaridade de equipes de professores, designers, pesquisadores, desenvolvedores, empreendedores etc. Essa interdisciplinaridade é fundamental para diminuir a lacuna que separa a gestão da sala de aula e dos processos pedagógicos e gerenciais para modificar a grade curricular, os ambientes de aprendizagem e a formação dos professores”, explicou.
Em relação ao papel da TI nessa inovação, Thiago afirmou que é bem diferente da função que as IES estão acostumadas a atribuir à área. “A TI tem papel duplo, o de gestão e a área precisa também ser integrada na busca pela inovação”.
3ª Pesquisa de Tecnologia Educacional
Durante o seminário, foram apresentados também os resultados da 3ª Pesquisa de Tecnologia Educacional, cujo objetivo é fazer um diagnóstico sobre a utilização de recursos tecnológicos em IES dos mais diferentes portes. Confira os resultados da pesquisa aqui.
