Uma apresentação e um debate sobre o uso de tecnologias pelas IES marcaram o segundo dia do seminário O Futuro do Ensino Superior

Nesta sexta-feira (20), o Semesp deu prosseguimento ao seminário O Futuro do Ensino Superior com novas discussões sobre ensino híbrido e o anúncio dos vencedores do Prêmio Inovação no Ensino Superior Prof. Gabriel Mario Rodrigues, cujos finalistas foram apresentados ao longo de todo o evento.

O seminário foi iniciado com a apresentação de uma pesquisa realizada pelo GT de Inovação do Semesp sobre o uso de tecnologias para o ensino superior pelas IES. A pesquisa foi apresentada pela professora Marina Feferbaum, do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da FGV Direito/SP, e por Enya Costa, pesquisadora do CEPI FGV Direito SP.

Ensino híbrido é tema central em evento sobre futuro do ensino

Segundo Marina Feferbaum, a pesquisa foi realizada com o objetivo de colher dados empíricos sobre como as IES estão pensando a tecnologia e para tentar entender se elas querer de fato voltar ao patamar do ensino superior vivenciado em 2019, antes da pandemia da Covid-19. “A pesquisa mostra, por exemplo, quais as principais prioridades das IES respondentes referentes ao uso das tecnologias, como a adoção de metodologias ativas, a sustentabilidade financeira e o incentivo à interdisciplinaridade”, citou ela.

A pesquisa também aponta quais as principais iniciativas tecnológicas abraçadas pelas IES, como uso de plataformas digitais de vídeos síncronos e/ou assíncronos, adoção de softwares de produção de documentos compartilhados, implementação de salas híbridas, construção de estúdios de gravação e utilização de softwares para gestão de projetos.

“Entre as conclusões da pesquisa podemos perceber que no Brasil há um forte interesse na expansão de cursos a distância e em modalidades híbridas”, explicou Enya Costa. “E os debates parecem residir no formato do curso a distância e quais serão as ferramentas utilizadas”, concluiu.

Após a apresentação da pesquisa, o diretor Jurídico do Semesp, José Roberto Covac, o presidente da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) e a coordenadora do Comitê Interno de Educação, Tecnologia e Inovação da Universidade São Francisco, Márcia Aparecida Antônio, comentaram a pesquisa.

“Em relação à legislação, é preciso retomarmos o princípio da autonomia universitária, com as IES seguindo diretrizes básicas, mas tendo liberdade para escolher os seus projetos pedagógicos”, afirmou José Roberto Covac. “Do ponto de vista regulatório, existem apenas duas modalidades. A legislação é muito boa para promover segurança jurídica, mas ela engessa os projetos pedagógicos em duas modalidades fixas, limitando a diversidade e a equidade”, pontuou o diretor Jurídico do Semesp.

Para Joaquim Neto, é preciso estar atento às mudanças que estão acontecendo e compreender que a educação superior brasileira tem uma experiência acumulada em relação às modalidades presencial e EAD. “Esse aprendizado é um patrimônio nosso que precisa ser utilizado para melhor discutirmos e entendermos quais caminhos seguir. É importante salientar que as IES têm o papel de investir em tecnologia, enquanto o estado tem o papel de regulamentador”, concluiu.

Já Márcia Aparecida Antônio destacou que o ensino superior assumiu outras concepções de abordagens e modelagens pedagógicas com a pandemia e que é preciso aprender a transitar e caminhar por esse novo cenário. “Esse é um processo que precisa ser respeitado e está claro que esse caminho passa pela questão do ensino híbrido”, avaliou ela. “O ensino híbrido deve ser visto não como uma modalidade ou uma metodologia, mas de forma mais abrangente, como um novo arranjo e concepção do processo de ensino-aprendizagem”.

Workshops sobre ensino híbrido

Os participantes do seminário puderam escolher entre cinco workshops sobre ensino híbrido a partir de diferentes perspectivas. A diretora de Inovação acadêmica da FASA Rio Grande do Sul – Faculdade Santo Ângelo e representante do consorcio Sthem, Ana Valéria Sampaio de Almeida Reis, comandou a sala sobre “O ensino híbrido e a gestão da aula: impacto sobre docentes e estudantes”. A diretora da Tríade Educacional, professora no Singularidades e na PUC/COGEAE e representante do GT de Inovação Semesp, Lilian Bacich, ficou à frente da sala “Avaliação formativa e a personalização no ensino híbrido”.

O cientista digital na Solvertank e representante do GT de Inovação Semesp, Maurício Garcia, e o head do Conexão Unifeob, Rodrigo Marud, comandaram a sala sobre “O uso de dados no aprimoramento da qualidade acadêmica”. O consultor na Meta Aprendizagem, co-fundador da Moonshot Educação e representante do GT de Inovação Semesp, Paulo Tomazinho, esteve à frente da sala ” Didática assimétrica: como transformar ensino em aprendizagem”. E o professor e pesquisador de projetos de inovação e e representante do GT de Inovação Semesp, José Moran, comandou a sala “Desenhando projetos educacionais flexíveis”.

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, e o segundo vice-presidente da entidade, Valdir Lanza, prestaram homenagens ao Prof. Gabriel Mario Rodrigues, que dá nome ao Prêmio Inovação no Ensino Superior

Prêmio em inovação

O seminário O Futuro do Ensino Superior foi concluído com o anúncio dos vencedores do Prêmio Inovação no Ensino Superior Prof. Gabriel Mario Rodrigues, que visa estimular práticas inovadoras em IES e homenageia também uma das principais lideranças do setor do ensino privado do país, falecido em janeiro de 2021 aos 88 anos. Antes da divulgação dos premiados, a presidente do Semesp, Lúcia Maria Teixeira, o segundo vice-presidente do Semesp, Valdir Lanza, e o diretor Jurídico da entidade, José Roberto Covac, prestaram homenagens ao Prof. Gabriel Mario Rodrigues. A filha do prof, a jornalista Carmen Silva Maia, acompanhou a homenagem. “É uma honra o Semesp ter dado o nome do meu pai a um prêmio de inovação”, disse ela emocionada.

Confira os vencedores do Prêmio Inovação no Ensino Superior Prof. Gabriel Mario Rodrigues: