III ENCONTRO DA METARED BRASIL CHEGOU AO FIM NESTA QUINTA

O III Encontro de Universidades MetaRed Brasil, realizado em parceria com o Semesp, chegou ao seu terceiro e último dia nesta quinta-feira (7). Tendo como tema central a transformação digital, o evento debateu no último dia questões como a Lei de Proteção Geral de Dados, segurança digital e o papel do CIO na transformação digital das IES.

Mapa de uso de Recursos TIC

A primeira mesa do encontro trouxe uma série de apresentações sobre a implementação prática da LGPD em diferentes instituições de ensino. “A ideia da mesa é mostrar uma visão prática da implementação da lei a partir de uma noção colaborativa que possa acelerar esse processo. É preciso entender que existem vários caminhos diferentes para se chegar ao mesmo objetivo”, explicou Domingos Sávio Alcântara Machado, vice-presidente de Estratégia, Internacionalização e Inovação do Grupo Tiradentes, que mediou as discussões. Segundo ele, é importante mostrar que a LGPD vai além das sanções e pode trazer uma série de benefícios para as IES.

Encontro da MetaRed discute transformação digital

“A LGPD não é um problema da TI ou do Jurídico das IES, ela é uma questão transversal que afeta todas as áreas das instituições, do atendimento à gestão”, decretou Suzan Kelly Oliveira Santos, coordenadora do Departamento de Proteção de Dados (DPO) do Grupo Tiradentes. Segundo ela, a IES deve se preocupar não apenas com as sanções que podem ser geradas pela legislação, mas também com possíveis prejuízos causados pelo comprometimento da imagem da própria instituição caso a LGPD não seja respeitada.

Ana Paula Bastos Andrade Copetti, DPO da Universidade São Francisco, explicou que um dos primeiros passos no projeto de implementação da LGPD foi o mapeamento e inventário dos dados. “Antes de tudo, precisamos entender por onde transitavam os dados pessoais de nossos clientes, funcionários, ex-funcionários, etc. É uma quantidade e volume de dados muito grande, então fizemos um levantamento de como eles eram recebidos, tratados e compartilhados”, lembrou. “A preocupação com os dados é anterior à LGPD, e as IES precisam entender que o foco não é a lei, mas a privacidade das pessoas físicas”, defendeu.

Governança e gestão são temas de encontro da MetaRed

A mesa contou ainda com a participação do assessor da Reitoria e coordenador da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CITIC) da Unicamp, Ricardo Dahad. Ele apresentou os principais resultados das ações de organização, capacitação e inventários dos dados pessoais sob responsabilidade da IES.

Transformação digital

Tema central do encontro da MetaRed Brasil, diferentes aspectos da transformação digital foram discutidos em quatro palestras no último dia do evento. Rodrigo Estevam, CEO da LEXP, apresentou o assunto sob a ótica da negociação com os fornecedores. “Essa é uma questão muito aderente ao momento atual”, adiantou apontando algumas estratégias para manter um bom relacionamento com os fornecedores, como conhecer a real necessidade e capacidade de investimento da IES, alinhando, por exemplo, expectativas. “Outro ponto é a mudança de mindset, a tecnologia deve ser vista como um investimento, um valor agregado que trará ganhos a curto, médio e longo prazo para as IES”, citou.

Vice-Presidente de Estratégia, Internacionalização e Inovação do Grupo Tiradentes e coordenador Grupo de trabalho de Segurança da Informação da MetaRed Brasil, Domingos Sávio Alcântara Machado falou sobre as ações do GT em relação à segurança, reforçando que nenhuma IES é 100% segura a ataques, mas que existem uma série de ações para proteger ao máximo as instituições. Ele citou o estudo sobre maturidade digital feito pela MetaRed, a própria implantação da LGPD e o kit de conscientização em cibersegurança como elementos que auxiliam as IES nesse processo de segurança.

Diretora de Inovação Educativa e Aprendizagem Digital da Tec de Monterrey, IES mexicana, Elsa Beatriz Palacios Corral, falou sobre transformação digital no ensino superior reforçando que ela não se trata apenas de atualizar as tecnologias utilizadas pelas IES, mas sim mudar infraestrutura, capacitar professores, explorar novos métodos de aprendizado e formas de ministrar aulas, além de entender que o perfil dos novos ingressantes está mudando. “A tecnologia é um recurso importante nessa transformação, mas as mudanças não se limitam apenas a ela”, apontou.

Por fim, o CIO da Universidade de Évora, em Portugal, Joaquim Goldinho, fechou o evento destacando as funções que o CIO tem como agente da transformação digital nas IES.