Começou nesta quarta (2), o II Encontro da Metared Brasil, evento que será realizado virtualmente até a próxima sexta (4) com o objetivo de promover o aperfeiçoamento das universidades na era digital, através da colaboração entre as áreas TIC das universidades brasileiras e destas com os seus pares Ibero-Americanos.

Durante a abertura do evento, o presidente Reitor da MetaRed Brasil e presidente do Semesp, Prof. Hermes Ferreira Figueiredo, destacou que 2020 foi um ano desafiador para a educação e disse que o setor educacional tem consciência dos reflexos da pandemia, principalmente no que tange à transição das aulas presenciais para as aulas remotas. “A Metared é um ponto de conexão entre as IES para ajudar nessa transição e no aperfeiçoamento destas no âmbito digital, o que influencia na gestão acadêmica, ensino e aprendizagem”, citou ele.

O Prof. Hermes reforçou também que é preciso repensar os modelos e formatos que têm sido adotados pelas IES. “Não basta as instituições de ensino terem acesso à tecnologia, elas precisam ter novas atitudes e comportamentos e de bons gestores para acelerar os processos de mudanças de paradigmas”, completou. “É necessário ainda um continuo investimento em inovação”.

Na programação do primeiro dia, o evento apresentou a mesa redonda “Um balanço do ensino superior para o ano de 2020”, com participação do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, e do presidente do Conselho da Anima Educação, Daniel Castanho. Marcelo Knobel pontuou que o setor tem vivido situações diferentes em universidade públicas estaduais e federais e o setor privado em relação à pandemia. “Isso dificulta entendermos como será o futuro para o setor”, declarou.

Após criticar a publicação da portaria 1.030, que dispõe sobre o retorno às aulas presenciais, Knobel disse não saber o que vai acontecer em 2021. “É importante, no entanto, que as IES mantenham sua principal missão, que é formar profissionais capacitados”, defendeu ao lembrar do esforço do setor do ensino superior para fazer uma transição exemplar das aulas presenciais para as aulas remotas. “Precisamos também aproveitar esse impulso para trazer inovação e ideias novas para nosso setor. Certamente há muito a ser feito e ser melhorado”, complementou.

Daniel Castanho afirmou que estamos vivendo na era do pós-emprego, em que as pessoas precisam ter uma outra postura mais ativa e empreendedora em relação ao trabalho. “Essa é a grande revolução que a universidade precisa enfrentar, oferecendo um aprendizado mais ativo em que o estudante será o protagonismo da própria história”, analisou. Ele decretou também que é necessário acabar com a separação entre ensino a distância e presencial. “A pandemia desmistificou isso, o que existe agora é ensino síncrono e assíncrono”, enfatizou.

Segundo ele, é impossível prever o futuro, mas as IES devem estar preparadas para atuar em duas frentes: ter capacidade para antecipar tendências e prever o imprevisível e ter capacidade para dar respostas muitas rápidas, planejando de forma mais ágil.

O primeiro dia do II Encontro da Metared no Brasil terminou com as apresentações gerais sobre o panorama da rede internacionalmente e no Brasil, com falas do coordenador da MetaRed Global, Tomás Jiménez García, e do Secretário Executivo da MetaRed Brasil, Fabio Reis.

O II Encontro da Metared no Brasil prossegue nesta quinta e sexta, 3 e 4 de dezembro, a partir das 10h. As inscrições ainda estão abertas aqui.