Sem receber mensalidades advindas do FIES, falhas podem provocar estrangulamento do setor

Em novo comunicado enviado às Mantenedoras de Ensino Superior, hoje (05), a Caixa Econômica Federal informou que o sistema do Fies continua apresentando inconsistência nas opções de Aditamento de Renovação e Transferência.

O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, manifestou apreensão do setor com os problemas no sistema do Fies também para aditamento e renovação dos contratos. Segundo Capelato, esses problemas podem provocar o estrangulamento do setor de ensino superior. “Cerca de 1 milhão de contratos não foram renovados. As IES estão desde fevereiro sem receber as mensalidades dos alunos contratantes do financiamento estudantil. O não recebimento de mensalidades pode gerar graves problemas no fluxo de caixa das instituições e comprometer o pagamento do salário dos professores, o não recolhimento de tributos, entre tantos outros. AS IES não entendem o que está acontecendo com o sistema.”

No caso da opção de Aditamento, que é a renovação do benefício, para os alunos que contrataram o financiamento em anos anteriores, a listagem não está disponível para a Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA), constituída em todas as Instituições de Ensino Superior e responsável pela validação das informações.

Confira alguns problemas identificados pelo Semesp:

  • Das 100 mil vagas novas ofertadas para o primeiro semestre de 2019, aproximadamente 60% foram preenchidas.
  • Das vagas preenchidas, nem 10% concluíram a contratação, ou seja, quase 60 mil estão em aberto, gerando insegurança para os alunos e para as instituições de ensino. O problema é que o sistema não permite a conclusão do processo de contratação.
  •         Aproximadamente 1 milhão de contratos firmados nos anos anteriores não foram renovados para o primeiro semestre de 2019, também por motivo de problemas no sistema. Isso faz com que as instituições não recebam os valores desde fevereiro (relativo ao mês de janeiro) e os alunos fiquem sem poder se matricular ou gerando uma potencial dívida com as instituições.
  • Até o momento, as instituições estão sem receber os meses de janeiro e fevereiro dos contratos firmados antes de 2019 e também dos contratos novos do primeiro semestre de 2019. Se os contratos antigos não forem renovados e novos contratados até o dia 20 de abril, os valores em atraso vão abranger também o mês de março, comprometendo ainda mais o fluxo de caixa das instituições de ensino.