A formação em escrita criativa adotada no ensino superior brasileiro procura traduzir as experiências de vida em textos literários

Aula de escrita criativa não é novidade como ensino. Existem, no país, desde a década de 1950, pelo menos. A grande diferença, agora, nessa formação é o ambiente onde ela é ministrada – as salas de aula das instituições de ensino superior.

Pelos mais de 50 anos de prática da escrita criativa no Brasil ela aconteceu, na maioria do tempo, em oficinas literárias de fundações ou instituições educacionais como curso de curta duração. Desde meados dos anos 2000, contudo, isso mudou. A escrita criativa ganhou os assentos das universidades.

De acordo com o último levantamento da Capes na área de pós-graduação, duas universidades oferecem esse curso como programa de ensino e extensão. São as Pontifícias Universidades Católicas do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Na PUC-Rio, o Departamento de Letras tem especialização Lato Sensu – Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo, com o objetivo de, entre outros, produzir textos ficcionais, acadêmicos e ensaísticos. A universidade oferece ainda bacharelado em Produção Textual (formação de escritor), na qual procura capacitar o aluno para a escrita ficcional e poética, bem como à prática de ensaios, crítica, roteiros, resenhas, textos para a web, manuais e textos técnicos.

Já na PUCRS, desde 2006, a escrita criativa é oferecida como disciplina corrente da graduação. Em 2011, tornou-se um dos eixos de mestrado e doutorado da Faculdade de Letras. Desde seu início, há seis anos, forma mais de 200 alunos. No primeiro concurso realizado para a pós-graduação nessa habilitação, em 2011, havia 228 candidatos para 15 vagas. Professores de literatura, profissionais da área de edição e de comunicação são, geralmente, o perfil dos alunos que procuram esse modelo de curso como especialização.

Nos Estados Unidos, desde os anos de 1940, esse tipo de curso é procurado pela população. Chamado de Creative Writing, é ministrado do ensino médio ao superior. Associado ao ensino da literatura no passado, principalmente nos anos pós-guerra, esse modelo de ensino evoluiu e ganhou status de programa independente nas universidades norte-americanas. Um dos principais objetivos das aulas é o de expressão dos alunos. Buscar técnicas e modos de escrita que facilitem a expressão de sentimentos de cada um para transformá-los em textos. Por lá, nomes como Philip Roth e Sidney Sheldon são autores que frequentaram as aulas desses cursos. (Udo Simons)

Orientação da Capes
Veja o que diz a classificação de livros de acordo com o Documento Técnico Capes 2007-2009: “São considerados para efeito de avaliação e classificação as obras integrais, coletâneas de caráter científico, livros com aparato teórico critico de natureza científica em edições críticas, edições diplomáticas e análogas e traduções (…) obras compostas por verbetes anais de eventos e obras coletâneas destinadas ao público universitário. As obras integrais e as coletâneas e de caráter técnico serão computadas no item de produção técnica. As obras didáticas destinadas ao ensino básico e de divulgação serão computadas no item relativo ao impacto do programa”.