O estudo inédito sobre Língua de Sinais Brasileira (Libras) se transformou na obra  Análise Discursiva dos Estudos Surdos no Brasil (Ed. Mercado de Letras / 200 págs. / R$47). Conduzido por Salomé Dallan, na área de educação da Universidade São Francisco (USF), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) a pesquisa defende a inclusão de estudantes surdos através da total aceitação da língua de sinais e seus sujeitos, naturalizando sua escrita, em português ou em sinais.

O campo ainda é pouco conhecido no Brasil, por baixa divulgação, mas já existem cursos superiores de Letras que incluem Libras. A mestranda procurou aplicações reais e inovadoras da Política Nacional de Educação Especial, que em seu texto define a educação inclusiva como parte de um “paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos (…), que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola”.

Orientado pela professora Márcia Mascia, o trabalho analisa a metodologia de ensino direcionada aos deficientes auditivos, e conclui que “incentiva-se mais que o sujeito aprenda a inscrever-se melhor nas práticas de leitura e escrita em português, normalizando-o e mantendo as relações de poder-saber inalteradas, do que realmente permitir que ele se inscreva nas práticas de leitura e escrita através da língua de sinais, à cultura surda”.

A inserção da escrita de Libras atingiria, de modo mais satisfatório, as metas do ensino bilíngue e bicultural.