Presidente da Realcup, Héctor Sauret, durante abertura do VII Encontro Realcup, na sede do Semesp

O Brasil recebe pela primeira vez o Encontro Realcup (Rede de Associações Latino-americanas e Caribenhas das Universidades Privadas), em São Paulo, na sede do Semesp, nesta quinta e sexta-feira, 25 e 26 de abril. O objetivo é discutir temas prioritários para o desenvolvimento de uma maior qualidade e inclusão na educação superior.

Participam do VII encontro da rede representantes de associações e entidades representativas de IES privadas de países como Argentina, Brasil, Chile, Peru, Paraguai, Colômbia, México, Bolívia, Panamá e República Dominicana. Na abertura do encontro, temas como a instabilidade política e a crise econômica foram foco das apresentações dos representantes das associações membros da Realcup: Conselho de Reitores das Universidades Privadas – CRUP, da Argentina; Federação de Instituições Privadas de Educação Superior – FIPES, do Peru; Federação de Instituições Mexicanas Particulares de Educação Superior; Corporação de Universidades Privadas do Chile – CUP;  Associação Paraguaia de Universidades Privadas – APUP; Associação Colombiana de Instituições Universitárias Privadas – ACIUP; Semesp, entidade representativa das instituições de ensino superior do Brasil; Associação Nacional de Universidades Privadas – ANUP, da Bolívia; Associação de Universidades Particulares de Panamá – AUPPA; e Associação Dominicana de Reitores de Universidades. Juntas, as entidades representam mais de 600 IES da região.

“O tema central da nossa rede é garantir que a educação superior chegue a mais pessoas, de forma democrática e inclusiva, garantindo um importante diálogo entre o estado e o mercado”, disse o presidente da Realcup,  Héctor Sauret, em sua fala inicial, nesta quinta (25). “A agenda de nosso encontro será construída de forma qualitativa e focada no desenvolvimento da qualidade do ensino superior”, prosseguiu Sauret.

Segundo o presidente da Realcup, um dos pontos centrais da rede é continuar construindo uma relação baseada na confiança entre as associações da região da América Latina e Caribe, principalmente porque a rede é composta por países complexos e instituições de ensino com grande diversidade de origens e visões. “Temos confiança no trabalho que estamos desenvolvendo e no reconhecimento que nossa rede tem obtido ao mostrar resultados e que o setor da educação privada não é uma ilha isolada”, concluiu Sauret.

Confira outras notícias sobre a Realcup

Abertura do VII Encontro Realcup, que acontece pela primeira vez no Brasil, na sede do Semesp

Representantes brasileiros                                                                     

O Semesp é a única entidade brasileira membro do Realcup e sedia o primeiro encontro da rede no país. O vice-presidente do Semesp, Thiago Pêgas, agradeceu a presença de todos durante a abertura do VII Encontro Realcup e enfatizou a importância do setor de educação superior privado no Brasil.

“Embora as IES privadas representem 75% do ensino superior brasileiro em número de matrículas, temos muita dificuldade em participar de decisões regulatórias, no desenvolvimento de políticas públicas para a educação e mesmo no recebimento de recursos para pesquisas”, lamentou Pêgas. “Estamos na periferia das decisões, e nosso Ministério da Educação não tem uma política nacional de educação clara, por exemplo. O Semesp tem focado então na busca por uma melhoria da qualidade da educação superior e menos em questões regulatórias”.

Para Pêgas, participar da Realcup tem se mostrado importante porque os indicadores educacionais brasileiros são muito ruins em comparação aos outros países latinos. “Estamos isolados em relação ao que acontece na América Latina e não podemos estar tão distantes de vizinhos tão próximos e com realidades parecidas com a nossa. Participar da Realcup está sendo importante para avançarmos no aumento da qualidade de nossa educação superior ao olharmos para fora e buscarmos experiências e modelos educacionais exitosos”, avaliou.

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, lamentou, durante a abertura do evento, as incertezas políticas pelas quais o Ministério da Educação está passando, explicando por que não havia nenhum representante do órgão governamental no encontro. “O MEC passa por um momento de instabilidade e de forte posicionamento ideológico com várias nomeações e demissões”, explicou. “’Não tínhamos, por exemplo, a indicação de uma pessoa do governo para participar dessa reunião”, pontuou Capelato.

Em seguida, Capelato reforçou a importância das redes para dar voz ao setor privado e a importância do debate no atual momento política da América Latina. “Representamos 75% dos alunos no ensino superior no Brasil. A iniciativa privada tem bastante relevância em nosso país, mas somente por meio de associações e redes teremos voz organizada para sermos ouvidos pelos governos e seguirmos um caminho de desenvolvimento que desejamos para a educação”, afirmou. “Daí a importância da Realcup na discussão de pontos comuns entre os países membros da rede e fundamentais para superarmos as crises econômica e política que estamos vivendo. Esse é um momento muito oportuno para discutirmos e planejarmos nossos próximos passos”, finalizou.