O ensino superior tem um papel fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade global sustentável. Nesse sentido, a academia pode, e deve, promover a prática de três atividades importantes. A primeira é produzir análises de compreensão do cenário e, a partir daí, formular estratégias para solucionar problemas.

Já o terceiro passo para ampliar a sustentabilidade que é o de incentivar o engajamento da juventude, enfrenta grandes dificuldades. Para o diretor-geral do Ibmec do Rio de Janeiro, Fernando Schüler, muitas as organizações, e não apenas a área educacional, perderam ou não conseguiram abrir um vínculo de comunicação com os jovens da atualidade.

Isso acontece em parte porque, na visão do diretor, todas perderam o bonde da evolução tecnológica. “Tivemos pouco contato com as novas mídias e demoramos a ir atrás. Isso ajudou muito para que a maioria deles não tenha desenvolvido engajamento político ou saiba o que são as Metas do Milênio das Nações Unidas”, comenta Fernando.

Essa questão esteve presente nas discussões da 40º Assembleia Plenária, reunião anual da Federação Mundial das Nações Unidas, que ocorreu entre 6 e 10 de novembro no Ibmec/RJ. O principal objetivo do evento, que teve 100 delegações de diversos países, foi criar uma agenda de desenvolvimento sustentável pós 2015.

Além de eventos como esse, outra ação das instituições de ensino que pode ajudar a incentivar o engajamento, é a internacionalização. A troca de experiências, especialmente entre alunos de países com realidades econômicas diferentes, promove o interesse deles por questões da política internacional.

Fernando acredita que com a crise mundial, especialmente na Europa, o Brasil precisa aproveitar a evolução da qualidade do ensino superior do país para buscar mais mobilidade estudantil. “Temos grandes organizações, públicas e privadas, e hoje o mercado internacional tem muito interesse no Brasil. Podemos usar isso a nosso favor”, conclui.