A educadora Christine Ortiz, ex-reitora da escola de pós-graduação do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e fundadora da Station1, considerada a universidade do futuro, participou hoje (10/08), em SP, do 2º Seminário O Futuro do Ensino Superior, promovido pelo Semesp.

Para Christine Ortiz, educadores e gestores precisam responder à questão: “Como o ensino superior pode contribuir e promover o desenvolvimento e a igualdade da sociedade? O equilíbrio entre impulsionar a inovação, a tecnologia, os quadros éticos e legais permite considerar as consequências e benefícios para a sociedade. O contrário, somente com o avanço da tecnologia, pode aumentar as desigualdades”

“Nos EUA, por exemplo, os estudantes que vêm de famílias no quartil de renda mais alta têm 8 vezes mais chances de conseguir um  bacharelado do que estudantes do quartil de renda mais baixa, e essa diferença está crescendo”, citou Ortiz.

“A ciência e a tecnologia são condutores para as tendências paradoxais do século 21. Na Station1, estamos construindo uma jornada em busca de espaços de aprendizagem inclusivos na educação de ciências exatas. Desempenhamos o nosso papel crítico de pensar como estamos ensinado os jovens e respondendo aos desafios atuais. É preciso equidade no ensino superior e também na ética, ciência e tecnologia”, afirmou a fundadora da Station1.

É fundamental alinhar a indústria, o empreendedorismo e os valores que fomentam tudo isso. Características históricas das universidades, como seletividade, elitismo, meritocracia, competência, rigor, equidade, nos fazem repensar o modelo e a reorganização da humanidade pela sala de aula, esclareceu Christine.

Com a integração de disciplinas, a Station1 desenvolveu uma estrutura de aprendizado e uma metodologia combinada (virtual e física) que promove, contextualiza e aprimora a investigação e a aprendizagem baseada em pesquisa para capacitar os alunos a criar novos conhecimentos, tecnologias e processos para um impacto social positivo.

Pela manhã, o presidente do Semesp, prof Hermes Ferreira Figueiredo, ressaltou o papel e o compromisso da entidade em promover um encontro de extrema importância para a educação superior. “O Semesp tem se firmado no cenário educacional brasileiro por estar sempre preocupado em atualizar e motivar as instituições para as constantes inovações e tendências do setor”, afirmou.

O diretor executivo, Rodrigo Capelato, reforçou a necessidade de as IES debaterem futuro e humanidade.

Henrique Sartori, da secretaria executiva do MEC, presente ao evento, falou da importância de o Brasil cumprir as metas do Plano Nacional de Educação para garantir a competitividade do país e atender aos desafios da sociedade. “O Ministério da Educação implantou cursos e ações para que as metas sejam cumpridas e assim promover o desenvolvimento da sociedade.”

O evento também contou com as presenças dos membros do Grupo de Trabalho de Inovação Acadêmica do Semesp, Wagner Sanches, diretor acadêmico da Fiap, com uma exposição comparando relações analógicas e digitais e o impacto das novas tecnologias nas instituições de ensino superior; Paulo Tomazinho, Google Innovator/Universidade Paranaense, apresentou o Framework, desenvolvido pelo GT, um guia de como os mantenedores podem iniciar o processo de inovação em suas instituições. Já Zelly Pennacchi Machado, reitora do Centro Universitário Toledo Prudente, mostrou os resultados e a metodologia adotada na sua instituição que a estão levando para o futuro por meio da tecnologia, inovação e empreendedorismo.

No final da tarde, o evento terá um Open Talk com o jornalista Marcelo Tas, Christine Ortiz e Ellan Spero, da Station1, Paulo Tomazinho, do Google Innovator/Universidade Paranaense, e Fernando Domingues, diretor de Inovação da Eniac.