O Semesp encerrou nessa sexta-feira (18) o seu 1º Congresso de Políticas Públicas para a América Latina, realizado  em São Paulo, com a síntese propositiva dos debates, a partir das observações dos relatores que foram esoclhidos para analisar e comentar as demais sessões dos dois dias de evento.

A proposta de maior cooperação entre instituições privadas e o setor público, não só as IES públicas, mas também os órgãos de regulamentação ou ainda de políticas financeiras que desenvolvam o setor nos países, foi a mensagem da reunião. E como a cooperação e pensar juntos é um dos pilares do Semesp, na sessão de encerramento, o presidente Hermes Figueiredo assinou um convênio de cooperação entre Semesp e o Conselho de Reitores Argentinos, representado no evento pelo diretor  Héctor Sauret.

 


A discussão “Os desafios do século 21 – O Ensino Superior em tempos de mudanças rápidas e incertas”, contou com a participação do secretário-geral da União das Universidades da América Latina e Caribe (UDUAL), Roberto Escalante, do conselheiro da Câmara Nacional de Educação (CNE), Luiz Curi e do secretário de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (SERES/MEC), Henrique Sartori de Almeida Prado.

Henrique Sartori de Almeida Prado, da SERES/ MEC, afirmou que 50% dos processos de avaliação que estavam travados conseguiram caminhar, mas a  meta para o século 21 é melhorar a governança, a gestão dos processos e estabelecer marcos e objetivos claros compartilhando com as IES públicas e privadas. “No final do mês, pretendemos lançar um decreto para mudança em toda regulação compondo com os sistemas de ensino público e privado para reconhecimento da qualidade”.

O futuro

Pedro Henrique Guajardo, diretor do Instituto para a Educação Superior na América Latina e Caribe (IESALC/UNESCO) disse que a Conferência Regional de Educação Superior, que ocorrerá em 2018 em Córdoba (Argentina), tem como desafio discutir e buscar soluções para sete diretrizes da educação superior: o ensino superior privado e público como parte do sistema educacional da América Latina; diversidade cultural e interculturalidade na América Latina; internacionalização e integração regional; o papel da educação superior diante dos desafios sociais; pesquisa científica e tecnológica e inovação como motor de desenvolvimento humano, social e econômico, além do papel estratégico da educação superior no desenvolvimento sustentável e os 100 anos da reforma universitária de Córdoba rumo a um novo Manifesto da Educação Superior Latino-Americana.

Antonio Freitas, conselheiro da Câmara de Educação Superior (CNE), focou no tema novas tecnologias no Brasil. “Nós estamos ensinando pelo retrovisor. Não podemos ensinar nenhuma área do conhecimento sem pensar nas novas tecnologias – internet das coisas, tecnologia de redes de comunicação, inteligência artificial, Big Data, produção inteligente e conectada, bioprocessos e biotecnologias avançadas, nanotecnologia, materiais avançados e armazenamento de energias, além do que os nossos professores precisam ensinar menos disciplina com mais profundidade para criar uma base sólida de formação para os alunos que devem ficar motivados.”

Héctor Suaret, presidente do Conselho dos Reitores de Universidades Privadas e Presidente da Red Latinoamericana de Associações de Universidades Privada, questionou o desafio do crescimento substancial das matrículas entre  2030 e 2050 sem recursos para oferecer uma educação superior de qualidade. “Hoje os recursos dos países existem para atender demandas mais emergentes da sociedade. Com uma taxa de exclusão alta, uma perda de alunos porque o ingresso não se articula com a retenção e a conclusão da graduação, é preciso se fazer um ajuste sustentável para assegurar a formação que leve o aluno a ter emprego e contribua para o desenvolvimento econômico”.

Elizabeth Balbachevsky, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (NUPPs) da USP, propôs maior cooperação entre o setor público e privado quebrando hierarquias e paradigmas de formação. “Por que alunos de formação pública não podem cursar uma formação mais técnica na rede privada? Precisamos inovar na cooperação entre partes e concordar que  alunos de uma determinada especialização na rede privada possam fazer outra especialização na pública e vice-versa, alunos especializados na rede pública cursarem outra especialização mais técnica  e voltada para o mercado de trabalho na rede privada”.