A atriz e apresentadora Mônica Iozzi no último painel de debate do 20º FNESP

Encerrando o ciclo de palestras e debates do 20º FNESP – Fórum do Ensino Superior Particular Brasileiro, realizado pelo Semesp, em São Paulo, nesta sexta, 28, a atriz e apresentadora Mônica Iozzi e a cientista política Tábata Amaral falaram sobre suas trajetórias no ensino superior e debateram sobre a realidade atual da educação no Brasil.

Mônica Iozzi lembrou de quando estudou Artes Cênicas na Unicamp, no interior de São Paulo, e refletiu sobre o importante papel das escolas de ensino médio na decisão dos estudantes sobre quais caminhos seguir no ensino superior. A atriz ainda destacou a função social do FNESP ao falar sobre os baixos índices de estudantes que concluem o ensino médio e ingressam em uma faculdade no país.

Iozzi ase emocionou ao chamar ao palco a cientista política Tábata Amaral, jovem de 24 anos que da periferia de São Paulo se formou na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. “Eu conheci essa menina pela internet e ela tem uma trajetória linda. É injusto falar sobre educação pensando nos nossos jovens apenas seguindo a lógica da meritocracia. Quantas Tábatas estão perdidas por aí?”, perguntou.

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Tábata Amaral pediu para que as IES se unem para mudar o cenário da educação no Brasil

Tábata Amaral destacou a educação como forma de engajamento social para diminuir as desigualdades em relação ao futuro. Ela apresentou dados alarmantes referentes ao cenário da educação no Brasil, como a alta quantidade de adultos analfabetos funcionais, jovens fora das escolas e com defasagem no aprendizado.

“A educação no Brasil não dá conta do passado”, disparou ela. “Nossa educação básica não prepara para o vestibular, o mercado de trabalho ou mesmo para a vida. Nós estamos formando pessoas que não estão preparadas para o mercado do futuro. Os empregos que já estão desaparecendo são aqueles que exigem menor qualificação, e isso pode aumentar ainda mais as desigualdades sociais já existentes,” pontuou. “A educação precisa sair do campo do discurso para ser pensada a partir de sua prática. Para transformar a educação, precisamos transformar primeiro a política”.

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Tábata terminou dizendo que se considera uma ativista da educação e lembrando que o ensino superior precisa mudar muito para se adaptar aos diferentes desafios do futuro. “Precisamos mudar a educação, e o ensino superior deve refletir sobre essas desigualdades e começar a preparar de fato as pessoas que irão mudar o mundo”, defendeu.

Ao final, Mônica Iozzi e Tábata Amaral debateram com Maria Beatriz Belena Duarte, Pró-reitora Acadêmica da PUC Paraná, e uma estudante representante do HackLab FNESP, Luisa Camerini.

O 20º FNESP foi realizado durante dois dias e propôs debates sobre o tema “Desafios da 4ª Revolução Industrial para o Ensino Superior”. O evento refletiu como as IES podem enfrentar questões como o valor do diploma, as novas profissões e a tecnologia nessa nova era por meio de palestras de especialistas nacionais e internacionais.