Fábio Reis, diretor de Inovação e de Redes do Semesp, durante lançamento do projeto Central de Compras Coletivas

Pensando na sustentabilidade das IES, o Semesp lançou nesta quinta (22) o projeto Central de Compras Coletivas, que estará disponível para beneficiar as instituições de ensino superior integrantes das Redes de Cooperação. O objetivo do projeto é proporcionar a redução de custos por meio de compras coletivas.

“Esse projeto é um desejo do Semesp desde o início das Redes de Cooperação, lá em 2016, e vem sendo articulado há um bom tempo”, disse Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes do Semesp, durante evento virtual de lançamento. “A Central de Compras Coletivas nasceu de uma convicção do Semesp, que atualmente é um hub de redes que cooperam nas mais diversas frentes: inovação acadêmica, tecnologia da informação, troca de experiências e, agora, na redução de custos”, listou.

De acordo com Fábio Reis, foi a partir da troca de informações entre as IES, da geração de mudanças estratégicas e da construção de confiança entre as instituições participantes da projeto Redes de Cooperação que o Semesp decidiu que era hora de apostar na criação de uma parceria para a implementação de uma plataforma de compras coletivas.

“A parceria do Semesp com a Área Central, que está nos oferecendo a plataforma de compras coletivas e uma mentoria de seis meses, é algo que não existe no setor da educação e é uma oportunidade para que o projeto Redes de Cooperação avance”, defendeu. “Temos muito trabalho pela frente nos próximos meses”.

O diretor de Relações Institucionais do Semesp, João Otávio Bastos Junqueira, agradeceu ao ex-presidente do Semesp, Hermes Ferreira Figueiredo, e à atual presidente, Lúcia Teixeira, pelo apoio às redes de cooperação

Sucesso coletivo

Para o diretor de Relações Institucionais do Semesp, João Otávio Bastos Junqueira, a Central de Compras Coletivas é uma conquista para as IES. “O projeto não é uma mera ferramenta, mas uma construção de anos de trabalho do Semesp, um esforço político, institucional, operacional e financeiro. A Central de Compras Coletivas carrega o espírito das redes e é uma oportunidade para que as IES se fortaleçam nesse momento de desafiador para o setor”, decretou João Otávio, que agradeceu ainda ao ex-presidente do Semesp, Hermes Ferreira Figueiredo, e à atual presidente, Lúcia Teixeira, pelo apoio às redes de cooperação.

Jonatan Silas da Costa, CEO e co-fundador da Área Central, que está oferecendo a plataforma e mentoria para o projeto do Semesp, destacou que as compras coletivas já são uma realidade em vários setores, em especial no varejo, e que a essência das compras em conjunto é a mesma, envolvendo negociação e transação de compras independente do setor. “O objetivo é sempre gerar economia e retorno financeiro”, afirmou. “Mais do que a plataforma, estamos oferecendo bastante troca de experiências, definição de cenários e desafios. Queremos contribuir com nosso conhecimento”.

Segundo Jonatan, é comum achar em uma rede de cooperação membros que estão em posições diferentes, mas o mais importante é que exista senso de cooperação. “Quando participamos de uma rede de cooperação, é fundamental ter em mente que as decisões individuais são em benefício do coletivo. É o trabalho e o sucesso coletivo que vão gerar benefício individual para os participantes”, lembrou.

O projeto será subsidiado pelo Semesp durante seis meses, mesmo período em que as IES participantes passarão por uma mentoria oferecida pela Área Central. Para participar do Central de Compras Coletivas, a instituição de ensino precisa ser associada ao Semesp e estar vinculada a uma das Redes de Cooperação da entidade. As IES podem demonstrar interesse pelo projeto até o próximo dia 26 de abril. A mentoria já deve começar no início de maio. Para mais informações, basta enviar um e-mail para [email protected].

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, lembrou que as redes de cooperação são a prioridade máxima da entidade em 2021

2021, o ano das redes de cooperação

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, considerou o lançamento da Central de Compras Coletivas um marco histórico para as Redes de Cooperação. “O projeto demonstra o amadurecimento das Redes de Cooperação que, ao longo dos últimos anos, geraram uma importante cultura de cumplicidade entre as IES participantes”, avaliou. “Decretamos 2021 como o ano das Redes de Cooperação, a nossa grande bandeira atual. Estamos, inclusive, participando de uma comissão do Conselho Nacional de Educação que está discutindo legislações que favoreçam as redes para que elas avancem ainda mais na questões dos compartilhamentos. Teremos mais surpresas ainda esse ano”, adiantou.

Pesquisador de redes de cooperação, o professor Douglas Wegner destacou que as redes precisam profissionalizar a gestão

Profissionalização da gestão das redes

O lançamento da Central de Compras Coletivas ainda contou com a presença de Douglas Wegner, professor da Unisinos que pesquisa redes de cooperação. Ele afirmou que as primeiras redes de cooperação chegaram ao Brasil no início dos anos 2000 e se capilarizaram pot todo o país em diversos setores: indústria, prestação de serviços e, principalmente, varejo. “Atualmente, o país deve ter entre 500 e 800 redes de cooperação”, disse.

Wegner apontou que um dos principais erros das redes de cooperação é começar já com um projeto de compras coletivas visando a redução de custos. “É preciso que antes as redes pavimentem um caminho construindo confiança por meio de boas práticas e compartilhamento de experiências”, defendeu. “É a partir desse capital social que as redes estarão prontas para se beneficiarem com projetos de compras em conjunto”, apontou, elogiando o caminho traçado pelas Redes de Cooperação do Semesp.

De acordo com Wegner, outro ponto importante e grande desafio para as redes de cooperação é a profissionalização da gestão. “Muitos membros entendem que as redes se resolvem por si só, sem se atentar para o fato de que as redes são uma nova organização que necessita de gestão profissional. Esse entendimento é fundamental para que as redes potencializem seus resultados”, aconselhou. Ele enfatizou também que não basta ter as plataformas corretas, já que são as pessoas que fazem com que as tecnologias gerem resultados.