O consultor educacional Hans de Wit discorreu sobre os principais desafios enfrentados pelas IES europeias em meio à pandemia da Covid-19

O Semesp realizou, nesta terça (18), o último episódio da série de webinares Cenário do Ensino Superior no Mundo Atual, que encerrou as discussões propostas com uma apresentação sobre a situação atual da educação superior na Europa. O consultor para organizações como a Comissão Europeia, UNESCO, Banco Mundial, IAU e Parlamento Europeu, Hans de Wit, discorreu sobre os principais desafios enfrentados pelas IES durante a pandemia e apontou que, em face do avanço da vacinação, o ensino presencial já deve ser retomado no outono europeu.

Segundo ele, todo o debate acerca da pandemia é uma questão de timing, porque a situação atual é diferente da de um ano ou seis meses atrás. “Com o avanço da vacinação, maior testagem e diminuição dos infectados, estamos começando a caminhar na direção da abertura, deixando o lockdown para trás”, afirmou Hans.

“Estamos vivendo uma situação oposta a do Brasil, Índia e alguns países da África, então o ensino presencial deve retornar no outono europeu de 2021, mais tardar na primavera de 2022”, disse ele. “Nosso ensino superior também tem sofrido menos impactos do que no Brasil ou Estados Unidos, por exemplo, porque ele é majoritariamente público, com uma maior possibilidade de recuperação. A pandemia tem sido muito mais sentida pelo setor privado”, avaliou Hans.

De acordo com Hans, no geral, a educação superior europeia respondeu à pandemia da mesma forma que o resto do mundo. “As IES tiveram que fechar as portas para o ensino presencial e adotar o ensino remoto, e elas não estavam preparadas para isso, não existia uma base. Foi uma gestão de crise, mas nos saímos surpreendentemente bem”, apontou, lembrando que houveram sim desafios, principalmente no uso eficiente das plataformas de tecnologias e na adaptação das metodologias de ensino. “Mas em termos de qualidade do ensino e do desempenho dos alunos, não foi algo tão negativo”.

Durante o webinar, Hans de Wit também discorreu sobre outros desafios enfrentados pelas IES, como a saúde mental dos alunos e professores e os programas de intercâmbio de estudantes, todos fechados praticamente 100% em virtude das restrições de viagens internacionais. “Como vamos nos recuperar desse impacto negativo ainda não sabemos, mas existem indicadores que apontam que os intercâmbios devem voltar, assim como as aulas presenciais”, adiantou.

“Os estudantes querem ter experiências presenciais, eles sentem faltam disso”, decretou ele. “O ensino remoto deve continuar, mas o presencial agrega valor, os estudantes sentem falta de terem uma comunidade acadêmica viva e a expectativa para o retorno presencial é alto. O presencial é a chave dessa experiência, então acredito que o futuro da educação superior seja híbrida”, finalizou citando ainda que a pandemia trouxe oportunidades positivas para o ensino superior, como a maior colaboração entre as IES em virtude da facilidade logística para trocas de experiências.

Confira os outros episódios da série Cenário do Ensino Superior no Mundo Atual:

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Futuro do ensino superior no Brasil é tema de webinar

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