Contrariando a tendência do país, o ensino superior mantém queda no índice de inadimplência dos alunos pelo segundo ano consecutivo. Gestão e financiamento estudantil são apontados como responsáveis pela melhora

O índice de inadimplência do setor recuou de 8,46% em 2011 para 8,43% em 2012, enquanto a inadimplência total das pessoas físicas no Brasil cresceu de 7,7% para 8,0% no mesmo perío­do. Os dados constam na sétima edição da Pesquisa de Inadimplência, realizada pela Assessoria Econômica do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) a partir de levantamento realizado com as instituições particulares de educação superior por meio do Sindata, sistema de informações da entidade.

O estudo mostra que a quantidade de alunos devedores nas instituições de ensino superior ficou praticamente estável em todo o Brasil, registrando ainda uma pequena queda no Estado de São Paulo. O resultado é considerado bastante positivo, uma vez que a inadimplência dos demais setores da economia, medida pelo Banco Central, apresentou ligeiro aumento no último período.

Mesmo assim, a inadimplência do setor privado de educação superior ainda permanece um pouco acima do índice total de pessoas físicas. O levantamento, que engloba o ano de 2012, mostra um índice de inadimplência de 8,43% para o setor de ensino superior contra 8,00% do índice geral de pessoas físicas apontado pelo Banco Central.

Modelo de cobrança
De acordo com o levantamento, o cenário mais positivo é reflexo do contínuo aperfeiçoamento da gestão de cobrança das instituições, mas, principalmente, em virtude do crescimento exponencial do Financiamento Estudantil (Fies), que passou a ser uma importante ferramenta para redução da inadimplência. Além de ser tornar um bem-sucedido programa de inclusão no ensino superior, o Fies também tem se mostrado um importante recurso auxiliar para manter na faculdade os alunos que, por quaisquer desventuras, enfrentem alguma dificuldade financeira. Com o Fies disponível durante todo ano é possível acessar o financiamento a qualquer tempo, garantindo a permanência do estudante no curso e evitando assim que eventuais problemas financeiros do aluno contribuam para o crescimento da massa de pessoas físicas inadimplentes no Brasil.

Dados detalhados
As instituições de pequeno porte, aquelas que possuem até dois mil alunos, continuam sendo as que mais sofrem com a inadimplência acima de 90 dias. E as de grande porte, com mais de sete mil alunos, foram as que registraram maior taxa de inadimplência até 30 dias.

A região metropolitana da capital paulista, que concentra mais de 50% das matrículas do estado, registrou índice de atraso acima de 90 dias de apenas 4,22%, bem abaixo do índice do interior do estado, que chegou a 10,38%. Já a inadimplência de curto prazo, com mensalidades vencidas até 30 dias, na região metropolitana apresentou elevação de 3,96% em relação a 2011, enquanto que no interior houve aumento de 4,83%.

A pesquisa traz dados sobre o ano de 2012 em comparação com 2011 sob diversos aspectos, como por localidade (Brasil, Estado de São Paulo, Região Metropolitana e Interior), por porte (pequeno, médio e grande) e por diferentes períodos de atraso (até 30 dias, até 90 dias e acima de 90 dias), oferecendo um retrato detalhado dos índices de inadimplência. Confira nos gráficos a íntegra dos dados levantados pela pesquisa.

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