Para entender o público universitário da Classe C, o Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior encomendou uma pesquisa ao Instituto Data Popular que revelou as aspirações e dificuldades dos jovens emergentes no ensino superior. O Lançamento do estudo “Conhecendo o público universitário emergente” foi realizado nesta segunda-feira (28), no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.

Abrindo o evento, o presidente do Semesp, Profº Hermes Ferreira Figueiredo argumentou que, “apesar dos desafios, o segmento do ensino superior ainda tem um longo caminho pela frente”. Para ele, o setor precisa se atentar a questões como inadimplência e evasão.

Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, iniciou sua apresentação explicando as diretrizes e objetivos da pesquisa. No total, foram realizadas quase 3 mil entrevistas em todo o território nacional indicando o perfil do universitário e do potencial universitário. Entre os dados apresentados, um dos mais interessantes mostrou que 6 em cada 10 alunos possuem algum financiamento ou bolsa, desses o Fies é o mais acessado. Além disso, 73% dos entrevistados acreditam que estudar é um meio de ascensão social.

Outro ponto de destaque mostrou que os mais jovens (entre 18 e 24 anos) relataram alguma preocupação com o atual momento econômico do país; eles temem enfrentar dificuldades em encontrar emprego e também para conseguir um financiamento estudantil.

Dando sequência ao lançamento da pesquisa, Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, explanou sobre o público universitário emergente e também apresentou alguns dados importantes para o setor. “47% das pessoas com ensino médio completo desejam ingressar em um curso superior, isso representa aproximadamente 20 milhões de potenciais alunos universitários”, disse durante a apresentação. Porém, segundo a pesquisa, não há produto para esse público uma vez que as regras do FIES não contemplam grande parte dos aspirantes e instituições de preço muito baixo são vistas com desconfiança.

Tório Barbosa, CEO da EducaWorldWide, fechou o evento falando sobre como as instituições de ensino superior norte-americanas continuaram atraindo os jovens menos favorecidos após a crise do financiamento estudantil. “As instituições primeiro conversaram com seus alunos para ter menores taxas de evasão e enfrentar o desafio deles concluírem o curso superior, fazem parcerias com empresas para colocação profissional dos alunos nas áreas em que estudam, além de investir em tecnologia de captação e educação continuada, mantendo a taxa de empregabilidade bem visível em suas campanhas publicitárias”, finalizou.

No dia 30 de maio, o Semesp lançará outra pesquisa, dessa vez sobre o ensino superior a distância no Brasil. O estudo foi feito com uma nova metodologia e pretende divulgar dados interessantes sobre essa modalidade que vem crescendo nos últimos anos.