Esutandantes de várias IES contaram suas experências e expectativas nos cursos de graduação

No painel Nós fomos ouvi-los: o que os estudantes pensam de sua vivência universitária?, durante o 24º FNESP, estudantes de diferentes estágios da graduação falaram sobre suas vivências universitárias, contando suas experiências desse momento nas instituições de ensino. Ainda nesse painel, o professor de História e podcaster Vítor Soares, que largou a sala de aula pela plataforma de áudio, também contou sobre as várias possibilidades de criação de conteúdo educacional.

Vítor Soares que desde 2021 se dedica exclusivamente ao podcast História em Meia Hora, disse que sente falta da sala de aula, mas pontuou o lado positivo da nova profissão. “Tinha uma relação paternal na sala, embora não seja pai de ninguém, além da paixão pela licenciatura.” Entretanto, o podcaster destacou que hoje ele fala com milhões de pessoas, tem liberdade na criação de conteúdos e, além disso, aumentou a sua renda em mais de 10 vezes com o financiamento coletivo. Para ele, “a educação tradicional ignora esse recurso e ainda está muito desconectada da realidade e de toda essa velocidade de hoje nas redes sociais”.

O podcaster também enfatizou que assim como houve lá atrás uma resistência ao YouTube, atualmente a rede TikTok enfrenta a mesma situação. “As instituições de ensino precisam entender o mundo, ter empatia, se colocar no lugar do aluno. “Precisam pensar em projetos de educação e adaptá-los para as próximas gerações”, disse ele.

Beatriz Araújo, aluna da ESPM, destacou a necessidade de uma estrutura próxima ao mercado de trabalho, de discutir em sala de aula questões importantes da sociedade. “Aproximar o aluno da realidade e criar um senso crítico na faculdade é ensino inovador”.

O estudante Talles Santos Faria Silva, da UniEvangélica, pensando na questão da evasão, destacou a importância de os gestores serem próximos aos alunos, para que o graduando tenha apoio, se sinta acolhido, e tenha uma jornada mais leve. Talles também reforçou que levar para a sala de aula problemas reais em busca de soluções motiva os graduandos. “Essa ruptura do modelo é desafiadora. Entregamos o projeto ao professor como se fosse para um cliente”, disse.

Mônica de Sousa Silva, aluna do Centro Universitário do Pará, contou sobre as experiências dela com comunidades Ribeirinhas e de como essa autonomia de projetos aliada à responsabilidade ajudam no futuro profissional. Para Lais Dametto, da Univates, projetos de extensão e como a instituição também são fundamentais e possibilitam o acesso dos estudantes a uma nova realidade, ajudando muito na transformação das pessoas.

O painel contou com a moderação de Flavia Stawski, professora na ESPM. Para a moderadora, essas experiências que transformam a sala de aula propiciam a autonomia e fazem o estudante pensar por si só. “Ouvir os estudantes  agrega valor para todos. Transformar e ser transformado”, completou.

A debatedora Laís Carvalho, Product Owner, da Fundacred, também abordou a importância de compreender que o aluno não é só receptor de conteúdo. “Temos de considerar que o estudante também é agente de conhecimento”, disse.