Fonte: Folha de S. Paulo

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse nesta segunda (4) que os recursos para novos contratos no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) neste semestre estão esgotados.

“Nós esgotamos o recurso que estava destinado [R$ 2,5 bilhões]. Entendemos que, não havendo mais recursos, a reabertura do sistema seria inútil”, afirmou, após anunciar que o governo irá recorrer da decisão judicial que determinou que as inscrições fossem prorrogadas.

As inscrições para alunos que buscaram pela primeira vez o Fies terminaram na quinta (30). Ao todo, foram aprovados 252.442 novos financiamentos em instituições privadas de ensino superior. Em 2014, haviam sido 732 mil novos contratos –sendo 480 mil no primeiro semestre.

O número de alunos que buscaram vagas no Fies neste ano foi de cerca de 500 mil, segundo o secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa. Isso significa que apenas cerca de metade das inscrições foi aceita.

Durante as inscrições, o sistema do Fies chegou a ter 13 milhões de acessos.

Para os estudantes que já possuem o financiamento e precisam renová-lo, as inscrições seguem até 29 de maio.

De 1,9 milhão de contratos ativos, 148.757 não foram renovados até o momento. Segundo o MEC, todos os contratos ativos serão aditados. A previsão é que eles custem R$ 15 bilhões. No ano passado, o Fies teve orçamento total de R$ 13,7 bilhões.

SEM DEFINIÇÃO

Janine disse que não é possível prever se haverá abertura de nova etapa de inscrições no segundo semestre, como ocorre tradicionalmente. A liberação dependerá de novos recursos no Orçamento.

Segundo o ministro, os estudantes que não conseguiram se inscrever no Fies neste primeiro semestre podem tentar vagas por meio de outros programas, como o Prouni (que oferta bolsas em faculdades privadas).

Segundo ele, a pasta estuda integrar as inscrições para três dos principais programas do ensino superior –Sisu (seleção para instituições federais), Prouni e Fies.

Dessa forma, caso não consiga uma vaga por meio do Sisu, o aluno poderá optar, através do mesmo sistema, por uma vaga em instituições particulares no Prouni e, em seguida, por meio do Fies.

Janine defendeu as mudanças ocorridas no processo de seleção do Fies, como a exigência do mínimo de 450 pontos (em 1.000) e nota de redação diferente de zero no Enem para os candidatos.

“Não faz o menor sentido dar recurso público para uma pessoa que teve zero na prova de língua pátria”, disse.

O curso mais procurado nas inscrições do Fies foi engenharia, seguido por direito e enfermagem.