Dados Brasil

11ª edição / 2021

Dados Brasil – 11ª edição / 2021

Introdução

Introdução

*Matrículas no Ensino Superior em 2019
**Há também 1.859 matrículas de alunos no exterior em cursos EAD de IES brasileiras em 2019
Fonte: Instituto Semesp

O Mapa do Ensino Superior chega a 11ª edição analisando, mais uma vez, os dados do Censo da Educação Superior, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), tendo como base o período mais recente disponível, 2019, portanto antes do início da pandemia da Covid-19 que mudou o cenário da educação mundial. Ainda assim, as informações nos ajudam a ter uma visão geral e um panorama completo do quadro do ensino superior do país, mapeando diferentes aspectos sobre as mais de 8,6 milhões de matrículas registradas em 2019.

O Brasil é um país continental e cheio de diferenças composto por cinco regiões e 27 unidades federativas. Com um PIB de aproximadamente 7,4 trilhões e uma população estimada em 212 milhões de habitantes (dados do IBGE para 2020), o país possuía em 2019 a 84a posição no ranking mundial em relação ao IDH, 0,765, um reflexo dos contrastes econômicos e sociais de nossa realidade, com concentração de matrículas nos estados mais desenvolvidos, como São Paulo e Minas Gerais, por exemplo.

Entre dados gerais que veremos de forma mais detalhada nas próximas páginas, o país possui apenas 17,4% das pessoas de 25 anos ou mais que possuem o ensino superior completo (segundo dados do IBGE referentes a 2019). Nossa taxa de escolarização líquida (que mede o percentual de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior em relação ao total da população da mesma faixa etária) é de apenas 18,1%, bem abaixo da Meta 12 que o Plano Nacional de Educação quer atingir até 2024 (33%) – a taxa de escolarização bruta é um pouco maior, 35,9%. Apesar de termos uma média de 2 milhões de concluintes (foi 1,9 milhão em 2019) no ensino médio anualmente, eles não chegam até o ensino superior ou evadem antes do fim do curso.

Outra disparidade do ensino superior nacional é a concentração de matrículas na rede privada. São 75,8% das matrículas em instituições de ensino superior privadas. Em relação às modalidades presencial e EAD, apesar da queda da primeira e o crescimento da última ao longo dos últimos anos, 71,5% dos alunos matriculados estão nos cursos presenciais.

75,8% das matrículas estão instituições de ensino superior privadas. 71,5% dos alunos matriculados estão nos cursos presenciais

Dados regionais

Com quatro estados e sendo a região mais populosa, o Sudeste, por exemplo, concentra a maior quantidade de matrículas do país, 43,8% (uma pequena queda em relação a 2018, quando a região detinha 44,4% dos alunos do ensino superior do Brasil). O Nordeste, por outro lado, mesmo sendo a segunda maior região em termos populacionais, representa apenas 21,7% das matrículas do país, possuindo a menor taxa nacional de matrículas em relação à população (33 alunos matriculados a cada mil habitantes).

A distribuição demográfica das matrículas dos cursos EAD também vai na contramão da ideia de ela atinge estudantes de regiões mais isoladas e de difícil acesso. O Sudeste e o Sul seguem campeões de matrículas na modalidade (39,7% e 22,2%, respectivamente), enquanto o Norte, mesmo possuindo um menor número de IES que ofertam cursos presenciais e apresentando crescimento de faculdades e universidades com polos EAD, segue com a menor concentração de matrículas do ensino a distância, apenas 10,7% dos alunos da modalidade.

Em relação ao número de IES, 2019 registrou um crescimento de 2,8% (contra 3,6% em 2018), concentrados na rede privada, que representa 88,4% do total de instituições no país, número que justifica também a centralização das matrículas. Já os polos EAD tiveram um aumento de 14,0%, confirmando a tendência de ampliação, principalmente na rede privada, da modalidade, que segue abarcando um público mais velho que não teve chance de fazer uma graduação quando mais novo logo após a conclusão do ensino médio, mesmo com um aumento de 4,7 pontos percentuais na participação de jovens entre 19 e 24 anos verificado no comparativo de 2019 com 2013.

Outro dado interessante: apesar da queda de 3,8% no número das matrículas presenciais, o número de cursos ofertados pelas IES na modalidade continua subindo, crescendo 3,1% de 2018 para 2019. O crescimento desse número na rede privada foi de 3,8%, mesmo com as quedas de 5,8% das matrículas no mesmo período.

Matrículas presenciais e EAD

Em relação às matrículas presenciais e EAD, o setor do ensino superior segue a tendência apontada nos últimos anos, com queda do número de estudantes nos cursos presenciais e aumento de estudantes na modalidade EAD. No comparativo de 2019 com 2018, o acréscimo das matrículas totais foi de apenas 1,8% (no período anterior, o crescimento foi de 1,9%), com decréscimo de 3,8% nas matrículas presenciais e salto no EAD (19,1%).

Em 2019, o Brasil registrou 2,04 milhões de ingressantes nos cursos presenciais de ensino superior, queda de 1,5% em relação ao período anterior. A rede privada teve decréscimo de 2,6% de ingressantes na modalidade, enquanto a rede pública observou um leve aumento de 1,6%.

No EAD, o crescimento de ingressantes foi de 15,9%, com inversão entre redes privada e pública, a primeira registrou salto de 19,0% das matrículas enquanto a segunda teve uma queda brusca de 48,2%.

Ao longo das próximas páginas, você leitor poderá ler outros dados importantes com comentários distribuídos em vários gráficos e tabelas sobre o número de matrículas por porte de IES, áreas e cursos, modalidades de ensino, faixa etária; números de ingressantes e concluintes; taxas de evasão; dados sobre mensalidades, empregabilidade, financiamentos, entre outras informações. Pela primeira vez, o capítulo referente às informações do Brasil traz dados sobre o cenário das matrículas de pós-graduação.

No comparativo de 2019 com 2018, o acréscimo das matrículas totais foi de apenas 1,8%