Capítulo Especial

11ª edição / 2021

Capítulo Especial

Potencial de Crescimento do Ensino Superior

Com origem elitista, o “ensino secundário” foi implantado no Brasil com o objetivo de preparar os jovens oriundos de famílias com melhores condições financeiras para ingressar no ensino superior. Ao longo do século XX, com a necessidade de impulsionar um desenvolvimento nacional, iniciou-se um processo de expansão do ensino secundário e, com ele, o surgimento da oferta paralela do ensino profissionalizante (focado na preparação para o mercado de trabalho).

Dessa forma, ao mesmo tempo que servia aos interesses das classes sociais mais altas (com foco no ingresso à educação superior), o ensino médio se tornou necessário para a escolarização das massas, visando a inserção dos jovens no processo produtivo. Até os anos 60, esta etapa do ensino era dividida em três cursos, abrangendo o científico, o normal e o clássico. Nos anos seguintes, esta etapa passou a ser chamada de “segundo grau”, sendo denominada atualmente de Ensino Médio.

O atual Ensino Médio possui grade curricular que compreende áreas de conhecimento como Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Formação Técnica e Profissional

Essa fase escolar dura três anos, com no mínimo 1.000 horas de aula por ano, conforme estabeleceu a reforma do Ensino Médio, alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Sua grade curricular compreende as seguintes áreas de conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Formação Técnica e Profissional.

Esse nível da educação, que se tornou obrigatório pela Constituição a partir de 2013, abrange, em sua maioria, os adolescentes de 15 a 17 anos que já concluíram o ensino fundamental e que pretendem, após a conclusão, ingressar em um curso de graduação ou no mercado de trabalho. Além disso, o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, que foi criado em 1998 para avaliar o desempenho dos estudantes que estão na fase final dessa etapa educacional, é, hoje em dia, uma das principais vias de ingresso no ensino superior.

Usado como critério para políticas públicas de acesso ao ensino superior, como ProUni, FIES e SISU, o número de inscritos cresceu, mesmo com quedas registradas recentemente, consideravelmente nos últimos 22 anos (em 1998, na sua primeira aplicação, foram pouco mais de 115 mil participantes, e em 2020, mesmo com todas as dificuldades causadas pela pandemia da Covid-19, esse número ultrapassou a marca de 5,6 milhões de alunos).

Pensando no desenvolvimento econômico e social, o ensino superior tornou-se indispensável para aumentar as garantias de inserção no mercado de trabalho e manutenção do emprego, além claro, de auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades pessoais. No entanto, o acesso a uma graduação ainda tem sido um fator de desigualdade social (seja por falta de vagas, de incentivos ou de políticas públicas eficientes).

Em 2020, mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia da Covid-19, o número de inscritos no ENEM chegou a marca de 5,6 milhões de alunos

Com baixa taxa de escolarização, o Brasil ainda tem muito a expandir nesse setor e há um gargalo imenso de jovens que concluem o ensino médio e não conseguem ingressar no ensino superior, evidenciando a necessidade de políticas públicas adequadas.

Diante dessa realidade, o Instituto Semesp decidiu apresentar um capítulo com dados específicos do grande potencial do Ensino Médio, que pode contribuir para um sólido crescimento do setor de educação superior, alavancado pelas instituições particulares, responsáveis por 75,8% do total de matrículas nas graduações do país.

Ensino Médio no Brasil

Estabelecimentos do Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Há aproximadamente 29 mil escolas que oferecem Ensino Médio regular no país (2020), sendo que 43% estão localizadas na região Sudeste. Nos últimos cinco anos, esse número aumentou 2,0%. Ao contrário do que acontece no ensino superior, a maioria desses estabelecimentos é público (70,9%), sendo a maior parte de responsabilidade estadual. Apesar da importância do papel social que cumprem, a realidade de grande parte dessas escolas é recheada de problemas, como uma infraestrutura inadequada, com falta de banheiros e de disponibilização de água potável para consumo humano, por exemplo. Além disso, apenas 69,8% das escolas particulares e 66,0% das públicas disponibilizam internet para uso dos alunos, fato que ficou ainda mais grave com a pandemia da Covid-19 e a transição para as aulas remotas.

Obs.: Inclusos os estabelecimentos com pelo menos uma matrícula no Ensino Médio Propedêutico, Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) ou Ensino Médio Normal/Magistério.

Estabelecimentos do Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Recursos Disponíveis

Fonte: Instituto Semesp

Matrículas

Matrículas no Ensino Médio Regular (em milhões)

Fonte: Instituto Semesp

O número de alunos matriculados no ensino médio regular brasileiro, foco desse estudo, chegou a 7,55 milhões em 2020, sendo que a maioria (87,7%) estuda em uma escola pública. Apesar de ter ocorrido um crescimento de 1,1% no último ano, o total de estudantes caiu 10,1% em comparação a 2011. O estado de São Paulo concentra 20,3% desses alunos. Cerca de 39,2% dos alunos do Ensino Médio estão matriculados na 1a série dessa etapa escolar. Além disso, o país também conta ainda com 1,94 milhão de pessoas matriculadas na Educação Profissional e três milhões no EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Matrículas no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Matrículas no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Matrículas no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Ingressantes, Concluintes e Evasão

Alunos na 1ª Série do Ensino Médio Regular (em milhões)

Fonte: Instituto Semesp

O estudo considerou como ingressantes os alunos que estavam matriculados no 1o ano do Ensino Médio regular. Em 2020, foram 2,96 milhões de novos alunos, dos quais 11,3% de escolas particulares. Nos últimos cinco anos, o número de ingressantes caiu 6,9%, estimulado pela redução na população com idade prevista (15 anos) para entrar no Ensino Médio (queda de 6,8% no mesmo período).

Concluintes no Ensino Médio Regular (em milhões)

Fonte: Instituto Semesp

O número de alunos que concluíram o Ensino Médio regular chegou a 1,89 milhão em 2019. Essa quantidade tem se mantido estável nos últimos anos. Mais de 85% dos estudantes que terminaram seus estudos eram de escolas públicas, em especial, estaduais.

Obs.: A informação referente a 2020 não foi disponibilizada pelo INEP.

Evasão no Ensino Médio Regular

Apesar de não existirem dados oficiais sobre evasão no ensino médio, uma simples comparação entre o ano de ingresso e de conclusão para estimativa indica uma perda muito grande do total de alunos. Entre os ingressantes em 2016 ou em 2017, 40% não se formou no tempo correto, após três anos de ensino médio.

Taxa de Escolarização

Taxa de Escolarização no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

A taxa de escolarização líquida, que mede a razão entre o número de matrículas de alunos com idade prevista (15 a 17 anos) para estar cursando o Ensino Médio e a população total na mesma faixa etária, ficou em 64,1% em 2020, com um aumento de 4,0 pontos percentuais nos últimos cinco anos. Essa taxa aumentou porque, apesar do número de alunos com idade entre 15 e 17 anos ter reduzido, a população com essa mesma faixa caiu 8,2% no mesmo período. Já a taxa de escolarização bruta, que é a razão entre o número total de matrículas (independente da faixa etária) e a população correspondente na faixa etária prevista (15 a 17 anos), ficou em 81,1%.

Professores

Docentes do Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

De acordo com os dados do Censo da Educação Básica, o número de docentes que atuam no Ensino Médio Regular tem apresentado uma queda de 2,7% nos últimos cinco anos, chegando a 505 mil (eram mais de 519 mil em 2016). Entre os anos 2019 e 2020, esse número caiu apenas 0,4%, especialmente entre os que lecionam em escolas públicas, que representam cerca de 80,3% do total. O estado de São Paulo apresenta uma média de 13 alunos por docente, metade do registrado no Amazonas (26), por exemplo.

Obs.: *No total do Brasil, os docentes são contados uma única vez, independente se atuam em mais de uma região geográfica, unidade da federação, município ou localização/ dependência administrativa.

Número de Alunos por Docente

Fonte: Instituto Semesp

Perfil dos Docentes no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Perfil Socioeconômico

Esse levantamento socioeconômico foi realizado com base nos dados disponibilizados pelo INEP (Censo da Educação Básica) e pelo IBGE (PNAD Contínua).

Perfil dos Alunos Matriculados no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Alunos Matriculados no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Os estudantes do ensino médio são, em sua maioria, do sexo feminino (51,6%).

A maior parte dos alunos no ensino médio estuda em uma escola urbana (94,8%).

87% dos alunos no ensino médio estudam em regime parcial, ou seja, não estão em turmas presenciais com sete ou mais horas de duração e/ou são alunos de turmas a distância (EAD). Os demais 12,8% se concentram no regime integral, ou seja, estão em turmas presenciais com sete ou mais horas de duração e estão em turmas presenciais com carga horária menor, mas que, somada com o tempo de atividades complementares, atinja as sete horas ou mais.

Alunos Matriculados no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Oito em cada 10 alunos matriculados no Ensino Médio possuem entre 15 e 17 anos, idade considerada adequada para essa etapa escolar.

Alunos Matriculados no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Metade dos alunos matriculados no Ensino Médio se declara da cor/raça parda.

Alunos Matriculados no Ensino Médio Regular

Fonte: Instituto Semesp

Há maior concentração de alunos na rede pública de ensino (87,7%).

Alunos no Ensino Médio – Condição no Domicílio

Fonte: Instituto Semesp

Entre os alunos que frequentam o ensino médio, 82,7% possuíam a condição de filho(a) ou enteado(a) no domicílio de residência, o que é explicado pela baixa faixa etária desses estudantes.

Alunos no Ensino Médio – Renda Domiciliar per Capita

Fonte: Instituto Semesp

A renda domiciliar per capita dos alunos que frequentam o ensino médio apresentou uma redução nos últimos cinco anos. Em 2016, 49,6% desses alunos possuíam renda domiciliar per capita de até 0,5 salário mínimo. Já em 2020, possivelmente estimulado pela crise causada pela pandemia, esse percentual aumentou 7,8 pontos percentuais (57,4%). Além disso, estudantes de escolas públicas estão concentrados nas faixas de renda mais baixas, de até dois salários mínimos, enquanto os de escolas particulares estão mais diluídos, apesar de também concentrarem entre seus alunos a maior parte de baixa renda – 66,9% possuem renda de até dois salários mínimos. Apenas 5,6% têm renda igual ou superior a cinco salários mínimos.

Alunos no Ensino Médio que Trabalham (em milhares)

Fonte: Instituto Semesp

De acordo com a PNAD Contínua, em 2020, apenas 7,5% dos estudantes trabalharam ou estagiaram durante pelo menos uma hora em alguma atividade remunerada na semana de referência. Esse percentual caiu 7,1 pontos percentuais quando comparado com 2016; a crise econômica e sanitária pode ter sido a principal causa dessa queda no país. Em números absolutos, aproximadamente 648 mil alunos trabalhavam ou estagiavam em 2020, valor 41,6% menor que no ano anterior.

Alunos no Ensino Médio com Carteira de Trabalho Assinada (em milhares)

Fonte: Instituto Semesp

Apesar do número de alunos que frequentam o ensino médio e que trabalham com carteira assinada ter caído em torno de 18,4% no período de 2019 a 2020, a participação de alunos com carteira assinada aumentou de 32,7% para 39,4%. A crise econômica causada pela Covid-19 prejudicou com mais força os trabalhadores sem carteira assinada, cuja queda foi de 39%. Por isso, o aumento na representatividade de 6,7 pontos percentuais. Considerando apenas os alunos que trabalham sem carteira assinada, a queda de 2019 para 2020 foi de quase 40%, o que provavelmente deverá refletir sobre a evasão.

Alunos no Ensino Médio que Trabalham – Carga Horária

Fonte: Instituto Semesp

Mais de 30% dos alunos que trabalharam ou estagiaram durante pelo menos uma hora na semana de referência exerciam suas atividades dentro de uma faixa de 11 a 20 horas semanais. Vale ressaltar que 38,6% trabalharam mais de 30 horas por semana.

Alunos no Ensino Médio que Trabalham – Atividade na Empresa

Fonte: Instituto Semesp

O principal setor de atividade onde a maior parte desses alunos trabalha é o comércio. Há também um percentual expressivo nas indústrias em geral e agricultura.

Alunos no Ensino Médio que Trabalham

Fonte: Instituto Semesp

Entre os alunos que frequentam o ensino médio e que trabalhavam em 2020, na semana de referência, 97,8% recebiam até dois salários mínimos mensais. Apesar desse percentual não ter sofrido alteração significativa, é possível identificar um aumento de 7,9 pontos percentuais na participação de alunos que recebiam até 0,5 salário mínimo. Em 2020, o rendimento mensal médio ficou em torno de R$785,76. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram valores médios superiores aos do país.

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio

Inscritos

Fonte: Instituto Semesp

O número de inscrições realizadas para o ENEM vem caindo nos últimos cinco anos. Em 2020, foram realizadas 6,1 milhões de inscrições (95,2% confirmadas), 34,0% a menos que em 2016 quando foram 9,3 milhões de inscrições (93,0% confirmadas). Em 2020, com mais de 5,8 milhões de participantes, o número de abstenções(1) chegou a um nível recorde de 52,0%.

Menos da metade (48,0%) dos participantes esteve presente no ENEM 2020

(1)A quantidade de ausentes corresponde àqueles que faltaram em pelo menos um dia de prova.

Perfil dos Participantes

Fonte: Instituto Semesp

De acordo com os dados socioeconômicos divulgados pelo INEP, entre os participantes presentes na edição do ENEM 2019, seis em cada 10 alunos eram mulheres, 79% possuíam idade até 24 anos, 77% fizeram o Ensino Médio em escola pública, 57% se declararam pardos ou pretos, 91% eram solteiros, 78% possuíam renda familiar de até três salários mínimos e apenas 75% tinham acesso à internet em sua residência.

De acordo com a edição de 2020, quanto à situação do aluno no ensino médio, 55% eram egressos, ou seja, já haviam terminado o Ensino Médio, 31% dos participantes eram concluintes em 2020 e 14% eram treineiros, aqueles que ainda estavam cursando o Ensino Médio. Essa última edição realizada do ENEM contou ainda com a aplicação de provas nas versões impressa e digital.

Foram 2,67 milhões inscritos* presentes no ENEM impresso, 29,3 mil no ENEM digital, 31,0 mil no ENEM PPL (Pessoas Privadas de Liberdade) e 65,1 mil na reaplicação do ENEM e na aplicação no Amazonas e nos municípios de Rolim de Moura e Espigão d’Oeste, em Rondônia. Além disso, 25,1% dos inscritos pagaram a inscrição, 24,6% foram isentos porque eram concluintes e 50,3% foram isentos por declaração de carência aprovada.

Financeiramente, o custo total destinado à realização do ENEM, em 2020, foi 26,2% maior que o de 2019, chegando a uma estimativa de R$ 695 milhões (no ano anterior foram gastos R$ 550 milhões). O aumento dessas despesas foi influenciado pela aplicação das provas na forma digital e no cumprimento de protocolos sanitários por conta da pandemia de Covid-19.

78,0% dos participantes (exceto treineiros) que estiveram presentes no ENEM 2019 possuíam renda familiar de até três salários mínimos

*No total de inscritos do Enem impresso e do Enem digital, não foram contabilizados o estado do Amazonas e os municípios de Rolim de Moura e Espigão D’Oeste, em Rondônia.
**O estado do Amazonas e os municípios de Rolim de Moura e Espigão D’Oeste, em Rondônia, participaram da reaplicação.
***A quantidade de ausentes corresponde àqueles que faltaram em pelo menos um dia de prova.
****A reaplicação inclui 67.814 participantes que estavam inscritos no Enem regular e no Enem digital.

Resultados por Área de Conhecimento

Fonte: Instituto Semesp

Entre as provas objetivas, a que apresentou média geral maior foi “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias” com 523,98. A proficiência mais alta entre as áreas específicas de conhecimento, exceto Redação, foi 975 em “Matemática e suas Tecnologias”. Já a menor registrada foi de 288,70 em “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias”. Além disso, entre os participantes presentes na prova, 28 obtiveram nota máxima na Redação e 87,6 mil (3,2%) zeraram a Redação.

As notas do ENEM, exceto da Redação, são calculadas utilizando a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Esse método avalia a consistência das respostas dos participantes e, por isso, as notas máximas e mínimas variam a cada edição. Somente na Redação que a nota mínima é zero e a nota máxima é 1.000.

Potencial de alunos para ingressarem no Ensino Superior

Fonte: Instituto Semesp

Uma estimativa simples mostra que 860 mil alunos com idade até 24 anos e que estiveram presentes em todas as provas do ENEM ficaram de fora do ensino superior apenas em 2019. Esses alunos seriam um público potencial que demonstra interesse em ingressar em uma graduação, mas não conseguem, seja por falta de vagas no curso desejado, de condições financeiras para pagar as mensalidades ou por dificuldade para conseguir ingressar em um programa de política pública como FIES, SISU, ProUni, entre outros.

População com Ensino Médio Completo

Para fins do estudo, foi considerado o seguinte critério para definir a população com ensino médio completo no Brasil:

Percentual da População com Alguma Escolaridade*

Fonte: Instituto Semesp

Entre as pessoas que possuem alguma escolaridade no país, 38,5% possuem o Ensino Médio como o maior nível de ensino que cursou. Entre os anos 2019 e 2020, houve um crescimento de 1,8% nesse total.

*Obs.: Exceto “Não Aplicável”

População por Escolaridade

Fonte: Instituto Semesp

De acordo com os dados referentes ao 2o semestre de 2020, divulgados pelo IBGE (PNAD Contínua) sobre o perfil socioeconômico da população com ensino médio completo, é possível destacar:

• 53% pertencem ao sexo feminino;
• 47,6% se declararam pardos;
• 41,2% se declararam brancos;
• 55,7% possuem idade entre 25 a 49 anos;
• 32,0% do total da população com 14 anos ou mais possuem o ensino médio completo;
• 41,4% são a pessoa responsável pelo domicílio;
• 74,6% possuem uma renda domiciliar per capita de até 1 salário mínimo.

Obs.: Os dados são referentes apenas à população com o ensino médio completo, sem considerar a população que possui ensino superior completo.

População com Ensino Médio Completo – Faixa Etária

Fonte: Instituto Semesp

% Pessoas com Ensino Médio Completo no Total da População Brasileira com 14 Anos ou Mais

Fonte: Instituto Semesp

População com Ensino Médio Completo – Condição no Domicílio

Fonte: Instituto Semesp

População com Ensino Médio Completo – Renda Domiciliar per Capita

Fonte: Instituto Semesp

População com Ensino Médio que Trabalha (em milhões)

Fonte: Instituto Semesp

Pouco mais da metade (53,2%) da população com ensino médio completo trabalhou ou estagiou pelo menos uma hora na semana de referência em alguma atividade remunerada em dinheiro no último trimestre de 2020 (em números absolutos, isso representa quase 30 milhões de pessoas). Quando comparado com o mesmo período do ano anterior, esse número sofreu uma queda de 11,7%. Afetado pela pandemia, o 2o trimestre de 2020 apresentou o menor valor dos últimos cinco anos.

Obs.: População em estudo: pessoas de 14 anos ou mais com ensino médio completo e que trabalharam ou estagiaram pelo menos uma hora na semana de referência em alguma atividade remunerada em dinheiro.

Quanto maior o nível de escolaridade, maior o percentual da população que trabalha. Entre os que possuem o ensino médio, pouco mais de 53% da população exercem alguma atividade remunerada, enquanto que entre aqueles que possuem o ensino superior, o percentual chega a 64,3%.

Percentual da População que Trabalha x Escolaridade

Fonte: Instituto Semesp

Obs.: População em estudo: pessoas de 14 anos ou mais que trabalharam ou estagiaram pelo menos uma hora na semana de referência em alguma atividade remunerada em dinheiro.

Na população em estudo(1), 72,3% trabalharam com carteira de trabalho assinada no último trimestre de 2020. Apesar do percentual dessa participação ter aumentado em relação ao mesmo período do ano anterior, o número absoluto de pessoas com ensino médio completo que trabalharam com carteira assinada reduziu 13,7% entre os anos de 2019 e 2020.

População com Ensino Médio que Trabalha com Carteira de Trabalho Assinada

Fonte: Instituto Semesp

(1)Obs.: População em estudo: Pessoas de 14 anos ou mais com ensino médio completo e que trabalharam ou estagiaram pelo menos uma hora na semana de referência em alguma atividade remunerada em dinheiro.

Mais de 76% da população em estudo(1) trabalham entre 31 e 50 horas por semana. A grande parte no setor de comércio, reparação de veículos e indústria.

(1)Obs.: População em estudo: pessoas de 14 anos ou mais que trabalharam ou estagiaram pelo menos uma hora na semana de referência em alguma atividade remunerada em dinheiro.

População com Ensino Médio que Trabalha – Carga Horária

Fonte: Instituto Semesp

Obs.: Dados referentes ao 2º trimestre.

População com Ensino Médio que Trabalha – Atividade na Empresa

Fonte: Instituto Semesp

Obs.: Dados referentes ao 2º trimestre.

Seis em cada 10 trabalhadores com ensino médio completo receberam, mensalmente, salário entre um e dois salários mínimos em 2020. Essa participação não mudou nos últimos cinco anos, porém é possível perceber uma tendência de redução no poder aquisitivo dessas pessoas, pois há um aumento dos percentuais nas faixas de renda menores (até um salário mínimo). Além disso, quanto maior a escolaridade, maior a renda média mensal: enquanto 88,8% dos trabalhadores com ensino médio possuem rendimento de até dois salários mínimos, 59,3% dos que possuem ensino superior recebem mais de três salários mínimos. Esses trabalhadores receberam uma média de R$1.767 mensais no Brasil. Os valores das regiões Norte e Nordeste ficaram abaixo dessa média, em R$1.455 e R$1.343, respectivamente. Também é importante destacar que não houve variação no rendimento médio considerando o último trimestre de 2019 e 2020.

Rendimento da População que Trabalha x Escolaridade

Fonte: Instituto Semesp

Obs.: Dados referentes ao 2º trimestre.

Trabalhadores com Ensino Médio Completo – Rendimento Mensal (em Reais)

Fonte: Instituto Semesp

População com Ensino Médio que trabalhava em 2020 – Rendimento Mensal (em Reais)

Fonte: Instituto Semesp

Obs.: Dados referentes ao 2º trimestre.

Nota:
(1) Média: é calculada pela divisão entre a soma dos valores de um conjunto de dados e o número de elementos somados.
(2) Quartil: medida que não é afetada por valores extremos. São os valores obtidos com a divisão em quatro partes iguais de um conjunto de dados ordenados,
da seguinte maneira: Primeiro quartil: também conhecido como quartil inferior, é o valor do conjunto de dados que delimita os 25% menores valores, ou seja, deixa 25% das observações abaixo e 75% das observações acima; Segundo quartil: também chamado de mediana, é o valor que separa as 50% menores e as 50% maiores observações; Terceiro quartil: também conhecido como quartil superior, é o valor do conjunto de dados que delimita os 75% menores valores, ou seja, deixa 25% das observações abaixo e 75% das observações acima.

Outro aspecto importante a ser destacado é a população que está fora da escola no Brasil. De acordo com a PNAD Contínua divulgada em 2019, o número de pessoas na faixa etária entre 15 e 29 anos com o ensino médio completo ou com o superior incompleto que não frequentavam a escola, curso técnico, normal (magistério), pré-vestibular ou curso de qualificação profissional, ultrapassou 13,8 milhões. Dentre os principais motivos apontados por esses jovens para o fato de estarem fora da escola foram a necessidade de trabalhar (44,4%) e a falta de recursos financeiros para pagar despesas escolares (17,5%).

Pessoas de 15 a 19 Anos com o Ensino Médio Completo ou Superior Incompleto que não Frequentam Escola, Curso Técnico, Normal (Magistério), Pré-Vestibular ou Curso de Qualificação Profissional

Fonte: Instituto Semesp

Isso evidencia duas realidades que precisam ser resolvidas por meio de políticas públicas:

1. Mais de 60% dos jovens com ensino médio não ingressam no ensino superior por questões financeiras.
2. Mais de 20% dos jovens com ensino médio não ingressam no ensino superior porque desconhecem o mundo universitário.

Entre os anos de 2016 e 2018, o percentual de jovens de 15 a 29 anos que estavam ocupados e não frequentavam escola nem cursos pré-vestibulares, ensino técnico de nível médio ou qualificação profissional, sofreu uma leve queda e passou de 35,7% para 34,9%. Em número absoluto, esse percentual representa 16,5 milhões de pessoas com perfil para ingressar em um curso de graduação de ensino superior seja híbrido, presencial ou à distância.

Pessoas de 15 a 19 Anos de Idade

Fonte: Instituto Semesp