O Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior apresentou nessa quarta-feira (23), aos membros da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em Brasília, presidida pelo deputado Pedro Fernandes, a 6ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, estudo desenvolvido pela entidade que oferece um panorama completo e detalhado da educação superior do país, abrangendo todos os estados brasileiros e suas respectivas mesorregiões, por meio de um conjunto de análises comparativas que oferecem uma profunda e objetiva compreensão do setor ao longo dos últimos 14 anos.

Thiago Rodrigues Pêgas, vice-presidente do Semesp, disse que é importante o sindicato contribuir com dados do setor para que a Comissão de Educação tenha subsídios para discutir e criar políticas públicas que gerem resultados positivos. Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, abriu sua apresentação falando sobre as reformulações do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).  “Se na última reforma do Fies fosse considerada a visão macro das mesorregiões do país, talvez hoje os resultados das políticas públicas em relação ao ensino superior teriam reflexos mais positivos”, disse.

Capelato lembrou que em 2010, quando o Fies foi reformulado, “as graduações de Engenharias foram incentivadas e as graduações tecnológicas, com um período de curso menor, foram esquecidas”. Para ele, o país vai formar uma série de engenheiros com o uso do Fies, com muito mais investimento por aluno que não terão campo de trabalho quando poderia estar formando mais técnicos. “Acredito que essa foi uma política errônea, pois o Fies deveria ter direcionado melhor o financiamento para os cursos tecnológicos e poderíamos ter formado três profissionais a mais nos cursos de graduação técnica e não apenas um”.

A educação a distância também foi lembrada pelo Semesp como uma forma de educação complementar. “Nós estamos usando a EAD para resolver a taxa de escolarização líquida – que é o número de alunos matriculados com 18 até 24 anos no total da população de 18 a 24 anos, e estamos incluindo tardiamente  pessoas mais velhas na graduação, mas não é dessa forma que tornaremos o nosso país mais competitivo”. Para Capelato, o público que hoje opta pela graduação EAD tem de 25 a 45 anos e são aqueles que não tiveram oportunidade de curar o ensino superior dos 18 aos 24 anos.

As taxas de evasão com e sem Fies também foram detalhadas aos parlamentares por Capelato. “Em 2014, a taxa de ingressantes (alunos que entram no 1º ano) na graduação com Fies chegou a 39%. Em 2016, com a crise e a reformulação do Fies, a taxa de ingressantes baixou para 13%. O estudo do Semesp mostra que a taxa de evasão no primeiro ano de um curso, para quem ingressou com Fies na rede privada fica em 7,5% e sem Fies cresce para 25%.

O diretor executivo do Semesp falou também sobre ensino médio. “Hoje temos 8 milhões de alunos matriculados no ensino médio e apenas 1,8 milhão desses alunos se formam. Temos uma taxa de evasão no ensino médio de mais de 50% e se não atacarmos essa perda de alunos não vamos atingir as taxas de escolarização líquida e as metas do PNE”. Segundo dados do Mapa do Ensino Superior são 4,7 milhões de alunos com 18 a 24 anos e todo ano 3 milhões de alunos prestam o ENEM e acabam não ingressando no ensino superior. “Esses jovens ou não vão cursar nunca o ensino superior ou vão ficar para depois dos 24 anos e optar pelo EAD”.

Por fim, Capelato lembrou que o ensino superior privado concentra muitas matrículas nas instituições de grande porte e o Semesp criou Redes de Cooperação e Inovação para ajudar as instituições de pequeno e médio portes a serem mais competitivas. “Discutimos ontem no Inep e na Seres, a possibilidade de abrirmos caminhos para essas instituições, como para que tenham avaliações dos cursos de mais de uma instituição de uma vez,  currículos em comum acordo, para que juntas possam ter maior sobrevivência”.

Mais vagas para o Fies em 2017

Logo após a apresentação do Semesp, o ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, abriu sua apresentação fazendo uma retrospectiva das ações do MEC. Ele disse que o Fies vai ter incremento de vagas em 2017 e, para o segundo semestre de 2016, serão disponibilizadas 75 mil vagas. “Estamos fazendo uma avaliação sobre a sustentabilidade financeira do Fies, para dar garantia de preservação do programa em termos de longo prazo. É um programa relevante e vamos atuar para aprimorar e melhorar e, assim, garantir mais vagas para alunos que queiram cursar o ensino superior”, disse.

O ministrou respondeu também a parlamentares sobre a MP 746/2016, da Reforma do Ensino Médio. “Hoje são 1,7 milhão de jovens excluídos do ensino médio no Brasil. Os que mais sofrem, infelizmente, são os mais pobres e temos de mudar isso. Há 4 anos está em tramitação essa reforma e tentamos votar com regime de urgência mas não foi possível porque as matérias econômicas dominam a pauta e a educação tem de ser colocada em primeiro lugar nessa casa” discursou.

Segundo o ministro é preciso ampliar a carga horária do ensino médio. “Uma criança dentro da sala de aula vai estar fora das drogas. Vamos dar um prazo de cerca de dois anos para a adaptação das escolas e não vamos acabar com ensino noturno porque não podemos. No entanto, o ensino noturno é uma consequência natural de uma distorção, pois o jovem deveria terminar aos 17 anos o ensino médio em curso diurno e ele ao não terminar os estudos, tem de trabalhar para ajudar a família e estudar à noite. Essa reforma vai em encontro aos mais pobres e necessitados”, finalizou.

Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior congrega cerca de 200 mantenedoras no Estado de São Paulo e no Brasil. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acessehttps://www.semesp.org.br/Mídias Sociais: Facebook:https://www.facebook.com/semesp; Linkedin:https://www.linkedin.com/company/semesp e Twitter FNESP:twitter.com/fnesp; 16º CONIC: https://www.facebook.com/ConicSemespOficial/?fref=ts

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