“Conhecendo o público universitário emergente. Quais as aspirações da Classe C em relação ao ensino superior?” é o seminário que o Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior realiza na próxima segunda-feira, dia 28 de março, em São Paulo.

O evento apresentará os resultados de pesquisa nacional, encomendada pelo sindicato ao Instituto Data Popular, com um público-alvo formado por jovens com ensino médio concluído há menos de dois anos, há mais de dois anos e universitários. Esses jovens tem idade média entre 20 e 40 anos, trabalham, fizeram o ensino médio em escolas públicas e pertencem a Classe C ou à nova classe média formada por pessoas com renda familiar entre R$ 1.800 a R$ 3.400. O objetivo do estudo é conhecer mais profundamente esse público para que as instituições de ensino superior se comuniquem, se relacionem e atendam melhor esses jovens.

“Majoritariamente o público-alvo pesquisado acredita que somente com um diploma proporcionará bons empregos e salários, estabilidade financeira e ascensão social. E é essa convicção que motiva esses jovens a prosseguir os estudos mesmo com dificuldades e, os que estão fora, desejar cursar o ensino superior”, adianta o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

O estudo revelará também por que esses jovens optam por instituições de ensino superior privadas, quais os tipos de financiamento estudantil eles mais procuram, por quais motivos estão adiando o sonho de cursar o ensino superior e o que esperam de uma IES para cursarem uma graduação, entre outras questões.

PRINCIPAIS TÓPICOS

Métricas de Qualidade 

A pesquisa mostra que nem os atuais alunos do ensino superior nem os potenciais alunos acompanham notas do ENADE. Então como medem qualidade? Pelos resultados, 78% dos potenciais universitários dizem que suas escolhas baseiam-se em qualidade (53%, do corpo docente e 27%, da IES). Entre os já universitários, 61% dizem que escolheram pela qualidade ou pelo nome da IES.

Exclusão. Falta de perspectiva precisa mudar

Só 47% dos 800 entrevistados como potenciais alunos pretendem cursar o ensino superior. Percentual é muito baixo e mostra a exclusão dessas camadas da população em relação à educação superior e a falta de perspectiva. Mesmo considerando que 62% dos entrevistados vêm de escola pública e 86% dos pais não fizeram faculdade, ou talvez por isso mesmo, apenas 32% dos 53% de entrevistados que admitiram a intenção de cursar o ensino superior consideram que fazer faculdade é o seu “maior sonho”, disputam com comprar casa própria (26%), abrir um negócio (8%) ou comprar um carro (7%). Para a família esse “sonho” chega a 85%.

Proximidade do ensino superior com o mercado de trabalho 

Os potenciais alunos esperam obter melhores empregos e os que já estão no ensino superior querem mais oportunidades.

Especialização 

Os jovens que já cursam o ensino superior pretendem continuar seus estudos.

Política de cotas

Na pesquisa sobre os potenciais universitários, a maioria é negra, solteira e tem mais de 20 anos, mas 32% já possuem filhos, ao contrário da pesquisa quantitativa on line com os estudantes universitários que já faz uma faculdade e são, em sua maioria, brancos, solteiros e só 11% possuem filhos. A política de cotas tão discutida está funcionando ou impedindo esses jovens de mais de 20 anos negros chegarem na universidade? O que já começa pela família (86% dos pais nunca fizeram faculdade), pela falta de oportunidades de emprego nas regiões onde moram, condições de moradia, entres outros fatores.

Regiões do país

Dos 17 municípios, nas 5 regiões do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Campinas, São Gonçalo, Caxias do Sul, Joinville, Feira de Santana, Salvador, Fortaleza, Manaus, Goiânia, Caucaia, Dourado, Ananindeua) onde a pesquisa foi aplicada, a maior parte dos alunos trabalha no setor de serviços ou administrativo financeiro e a educação está nessa estatística.

Curiosidades 

29% dos entrevistados que já são alunos do ensino superior atribuíram a “outros” a responsabilidade pelo pagamento do curso.

59% dos respondentes disseram ter bolsa de estudos

66% dos potenciais alunos do ensino superior disseram não ter planejamento financeiro para entrar nas faculdades

58% pretendem pagar o curso com seu salário

É interessante a comparação da visão que atuais alunos e os potenciais estudantes universitários demonstram sobre os benefícios da educação superior:

  • Melhorar o currículo é um objetivo para fazer faculdade para 71% dos atuais universitários e para 90% dos potenciais alunos.
  • Ter ascensão social é um objetivo para 73% dos atuais e para 92% dos futuros alunos.

A comparação entre as classes em que se situam os atuais universitários e os potenciais alunos também é interessante.

Dos primeiros, 48% estão na classe média e 46% na classe alta; dos segundos, 63% estão na classe média e 18% na classe alta; 59% dos atuais universitários fizeram escola pública, contra 82% dos potenciais alunos.

Entre os atuais universitários, 60% trabalham de alguma forma (57% com carteira assinada), enquanto entre os potenciais alunos 73% trabalham (e o percentual com carteira assinada é o mesmo: 41% dos 73%).

Desafio do EAD

No estudo, entre os potenciais universitários, 86% ainda preferem cursos presenciais (55% à noite) e só 6% querem cursos na modalidade EAD. A utilização de plataformas digitais pelos universitários é alta (75% dizem que usam meio digital para estudar). No entanto, os cursos a distância são voltados para quem não tem tempo, é disciplinado e não quer vivenciar o ambiente acadêmico e geralmente estão em uma faixa etária mais alta.

Serviço:

“Conhecendo o público universitário emergente. Quais as aspirações da Classe C em relação ao ensino superior?”

Data: 28 de março de 2016

Local: Hotel Maksoud Plaza

Endereço: R. São Carlos do Pinhal, 424 – Bela Vista – São Paulo – SP

Horário: 14h às 17h

Inscrições

Programação: 

13h30: Credenciamento

14h: Como vive a “nova” classe média brasileira? Quais são seus hábitos, suas preferências, suas aspirações e suas dificuldades? Como atrai-la para o ensino superior no ambiente de crise atual? – Renato Meirelles – Presidente do Instituto Data Popular

15h: O ensino superior privado está preparado para atrair e reter os jovens da Classe C sem o FIES? – Rodrigo Capelato – Diretor executivo do Semesp

15h30: Coffee break

16h: Como as instituições de ensino superior norte-americanas continuaram atraindo os jovens menos favorecidos após a crise do financiamento estudantil? – Tório Barbosa – CEO Educa Worldwide

17h: Encerramento