Para uma platéia de mais de 200 pessoas, consultores esclareceram as novas diretrizes curriculares do curso de graduação de Pedagogia

Durante a manhã de hoje (27), o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – SEMESP reuniu especialistas da área educacional para discutir as mudanças que devem ocorrer no currículo do curso de graduação de Pedagogia. Coordenado pelo Diretor de Relações Institucionais do SEMESP, Prof. Antonio Carbonari Netto, o seminário Curso de Pedagogia – O que fazer? ofereceu orientações para que as Instituições de Ensino Superior (IES) possam se adaptar ao novo modelo divulgado na Resolução CNE/CP nº 1/2006 do Ministério da Educação – MEC, que vigora a partir de março de 2007. Cerca de 200 pessoas estiveram presentes no auditório, entre elas professores, coordenadores de curso e gestores de mantenedoras de Instituições de Ensino Superior.

Durante a abertura do evento, o Presidente do SEMESP, Prof. Hermes Ferreira Figueiredo, afirmou que “o SEMESP, sempre atento às transformações do sistema educacional, percebeu a necessidade de realizar o evento, visto que as novas diretrizes curriculares do curso de Pedagogia trouxe mudanças bastante significativas para o perfil e as atribuições do profissional que se forma nessa área, o que gerou uma série de dúvidas entre os gestores das IES”. Segundo ele, o novo curso formará um “súper-professor” ao mesmo que deixará de ter caráter de gestão e administração.

O primeiro expositor, Celso Frauches, Consultor do Instituto Latino Americano de Planejamento Educacional, destacou as principais mudanças que ocorreram no currículo do curso, fazendo uma comparação entre o modelo atual e o anterior. Ele esclareceu que o currículo mínimo compreendia uma parte comum a todas as modalidades de habilitação, que abrangia as disciplinas de Sociologia Geral, Sociologia da Educação, Psicologia da Educação, História da Educação, Filosofia da Educação e Didática. A outra parte era diversificada em função de habilitações específicas, como Magistério dos cursos normais de nível médio, Orientação Educacional, Administração Escolar, Supervisão Escolar e Inspeção Escolar. Celso explicou que o novo modelo inclui essas habilitações no currículo básico da graduação do curso.

Segundo o Prof. Antônio Carbonari Netto, a resolução do MEC elimina as habilitações do curso de Pedagogia, mas proporciona um currículo mais genérico, na medida em que forma o profissional para a administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional em escolas e órgãos dos sistemas de ensino da Educação Básica. “As IES devem orientar o aluno a buscar uma pós-graduação na sua área de interesse, caso deseje um maior aprofundamento do tema”, afirmou.

Em seguida, Raulino Tramontin, Consultor Sênior da CM Consultoria, expôs uma análise da atual situação do mercado de atuação do profissional de pedagogia e do perfil dos candidatos que procuram o curso. Segundo ele, a atual profissão de professor é desvalorizada social, política e economicamente, e oferece baixos salários após um longo processo de formação, o que faz com o que o profissional sinta-se desmotivado e sem perspectiva de futuro. Ele afirmou ainda que o candidato ao curso, muitas vezes, é aquele de menor renda, oriundo de supletivo e que deseja fazer um curso que não exige muita preparação. “Quase um terço das vagas de pedagogia ficam ociosas e a taxa de aproveitamento alcança apenas 25% das vagas ofertadas” completou. Raulino concluiu que o candidato ideal para o novo modelo do curso de pedagogia deve ter melhor preparo no ensino médio e ter conhecimento sobre disciplinas, como português, matemática, história, entre outras, e já deve dominar instrumentos de informação.

O consultor finalizou sua apresentação traçando os principais desafios que o Brasil deve enfrentar para melhorar o atual cenário da profissão “É fundamental estabelecer por lei federal um piso mínimo de quatro salários mínimos para resgatar a dignidade do professor”, concluiu.

O Diretor Geral do Instituto Superior de Uirapuru, Arthur Fonseca Filho, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Educação, também esteve presente. Ele acredita que as IES deverão migrar seus atuais cursos Normal Superior, para cursos de pedagogia. “Nós transformamos o curso Normal Superior em cursos de Pedagogia. Creio que com o novo modelo, o Normal Superior possa não ter mais procura, visto que o novo currículo de Pedagogia se destinará essencialmente à formação de professores para a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental” afirmou.

Sobre o SEMESP

Fundado em 1979, Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo congrega 364 mantenedoras e 456 mantidas, em 146 cidades do Estado de São Paulo. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, os Congressos Nacional e Internacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo.

Outras informações sobre esta sugestão de pauta: Ana Carolina PrietoSupervisora de AtendimentoSegmento Comunicação Integrada(11) 3039-5611 ou 3039-5617[email protected] 

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