Para ministro, publicação de esclarecimentos sobre decretos foi generosa.
Ele afirmou, porém, que poderiam ser publicados mais rapidamente

O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu, nesta terça-feira (12), a autonomia universitária e classificou como “generoso” o ato do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de esclarecer os decretos que criam a Secretaria de Ensino Superior e estabelecem normas para utilização de verbas nas universidades estaduais paulistas. 

Nesta manhã, o ministro participou do encontro do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em um hotel na Zona Oeste de São Paulo.

A publicação dos decretos no início deste ano motivou a ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) por estudantes no dia 3 de maio. No fim do mês, em 31 de maio, foi publicado no Diário Oficial do Estado um decreto declaratório que dá nova interpretação aos decretos de janeiro e março que provocaram o protesto. 

“O ato do governador foi generoso”, afirmou o ministro, referindo-se ao fato de Serra “publicar o ato declatório e pôr fim à celeuma”. Mas a publicação do decreto declatório poderia ter ocorrido mais cedo, na avaliação do ministro.

“Podia ter sido feito mais rapidamente, mas foi feito. Deveria ser encarado como um gesto de aproximação digno de nota”, disse. Na saída do evento, em entrevista coletiva, ele afirmou ainda que a preocupação dos estudantes com os decretos iniciais foram legítimas.  

“Houve um grande mal entendido em relação aos decretos iniciais do governo do estado. Isso gerou uma preocupação legítima na comunidade, inclusive de pessoas próximas ao próprio governador.

O ministro ressaltou, no entanto, que a publicação do novo decreto deveria ser melhor avaliada. “Parece-me um gesto que deve ser levado em consideração e que, talvez, não esteja sendo considerado em toda sua plenitude.” 

Para Haddad, a autonomia universitária “é uma conquista de gerações, consagrada internacionalmente e que ninguém discorda”. Em palestra durante o evento, ele defendeu a ampliação da autonomia nas instituições de ensino.

“Nós precisamos ampliar a autonomia dos sistemas de ensino, seja universitário, seja de educação básica. Autonomia é algo que deve ser ampliado à luz de concretos”, disse.