Educação Contínua é um conceito abrangente, genérico, difícil de ser especificado com clareza. Em parte, esta dificuldade é criada pela superposição ou intercambialidade de termos ou expressões relacionadas, como “educação de adultos”, “educação permanente”, “organizações que aprendem “.

Há quem defenda a idéia de que a Educação Contínua é uma atividade não formal e não necessariamente ligada a Instituições de Ensino Superior. Há também os que acreditam que Educação Contínua é um conjunto de atividades orientadas para a aprendizagem permanente, incluindo cursos de longa e curta duração, preferivelmente em nível de pós-graduação. Pa­ra estes, o objetivo é estabelecer um vínculo com os ex-alunos e com a comunidade buscando propiciar a contínua aprendizagem e o aperfeiçoamento. Mas, quais seriam as perspectivas para a Educação Continuada?

Estão sendo criados, cada vez mais, Centros de Educação Continuada, inclusive universidades dedicadas exclusivamente a essa forma de atuação. O tamanho das instituições formativas tradicionais tende a ser cada vez menor em proporção, já que as mudanças aceleradas de conhecimento requerem mudanças rápidas, na forma, no conteúdo e na metodologia de transmissão desse conhecimento. Isso converte a Educação Continuada numfator chave de sucesso para o desenvolvimento do país.

Hoje, os principais problemas enfrentados pela Educação Continuada estão concentrados em:

* falta de políticas específicas nos programas institucionais de desenvolvimento;

* ausência de uma conceituação generalizada do campo nas Instituições de Ensino Superior, que permita estabelecer parâmetros de qualidade;

* carência de processos sistemáticos para realizar estudos de detecção de necessidades e impactos nos setores produtivo, social e institucional;

* proliferação excessiva de programas de Educação Continuada que não atendem às necessidades dos diferentes setores nem aos avanços científicos e tecnológicos.

A ausência de regulamentação e de um órgão nacional que ateste a qualidade dos cursos de pós-graduação lato sensu e MB As está levando diversas instituições de ensino superior e universidades brasileiras a adotar estratégias próprias, que garantam a qualidade dos cursos oferecidos, afim de conquistarem reconhecimento no mercado, principalmente fora do Brasil. Uma das estratégias utilizadas por algumas dessas instituições é a busca de certificações internacionais.

Outra opção que ganha corpo é a busca por parcerias com escolas conceituadas do exterior, não apenas em relação ao intercâmbio de alunos e cursos, mas na troca de experiência entre professores e na própria confecção de material e utilização de recursos da tecnologia da informação.

A internacionalização das instituições que se dedicam à Educação Continuada é um componente vital na busca pela qualidade do ensino.

Essa preocupação com a qualidade não existe apenas no Brasil. É algo que vem sendo discutido há algum tempo por universidades europeias, da América Latina e Caribe, no âmbito da RECLA – Rede de Educação Continuada da América Latina e da Europa. Acredito que a partir das definições decorrentes desses debates será possível não apenas conceituar adequadamente a atividade, mas incorporar as potencialidades de um processo educativo que deve ser permanente.