Eles farão um apelo pela saída imediata da reitoria, ocupada há 33 dias.

Grevistas também farão mobilização no local.

Professores, alunos e funcionários da Universidade de São Paulo (USP) contrários à ocupação do prédio da reitoria da universidade vão realizar uma caminhada nesta quarta-feira, a partir das 9h, para fazer um apelo: que os alunos desocupem o local imediatamente para que a universidade possa retomar as suas atividades. A ocupação da reitoria já completou 33 dias.

A caminhada está sendo organizada pelo professor Sylvio Sawaya, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. “Estamos enviando e-mails para os dirigentes de cada faculdade e estamos convidando professores, alunos, funcionários e amigos da universidade para participar desse movimento. Não dá mais para a universidade continuar parada”, afirmou o professor.

A concentração e ponto inicial será o monumento a Ramos de Azevedo (portão principal do IPT), às 9h, e saída está prevista para às 10h pela Avenida Luciano Gualberto em direção à reitoria.

De acordo com Sawaya, o movimento tem três objetivos claros: pedir a desocupação pacífica e imediata da reitoria; pedir o início da discussão instituicional dos temas propostos pelos alunos que ocuparam a universidade e garantir a defesa, autonomia e dignidade da USP. Cerca de quatro mil panfletos com um texto explicando os motivos da caminhada serão entregues para as pessoas que estiverem presentes.

“Este será o nosso primeiro apelo público. É uma vontade que temos de nos manifestar publicamente e dar uma resposta às indagações da opinião pública. Nosso objetivo não é confrontar ninguém, e sim manifestar a nossa opinião publicamente, o que é um direito democrático de todos”, afirmou o professor Sawaya.

Nessa quarta-feira, a partir das 10h, também está marcado o “Ato em defesa da universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade” em frente da reitoria ocupada. O protesto, que apóia a ocupação, deve contar até com um carro de som.

“Esse encontro está marcado e deve contar com a presença de funcionários, professores e estudantes das três universidades estaduais paulistas [USP, Unesp e Unicamp]”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) Magno de Carvalho. “Sabemos quem está articulando o protesto contra a ocupação. São diretores de unidades ligados ao Serra [José Serra, governador do estado]. Eles sempre foram contra a nossa luta. Mas imagino que o ato deles será um fracasso”, disse Carvalho.

A ocupação

Faz 33 dias que cerca de 300 alunos da USP se revezam dia e noite no prédio da reitoria da universidade para protestar contra decretos do governador José Serra (PSDB) e também para pedir melhorias no ensino e contratação de mais professores.

Na última quinta-feira, foi publicado no Diário Oficial do Estado um decreto declaratório que esclarece a interpretação dos decretos nº 51.636, de 9 de março de 2007, nº 51.471, de 2 de janeiro de 2007, nº 51.473, de 2 de janeiro de 2007, e nº 51.660, de 14 de março de 2007 e dá nova redação às disposições que especifica o Decreto nº 51.461, de 1º de janeiro de 2007, que organiza a Secretaria de Ensino Superior.

Na noite de segunda-feira (4), a reitora Suely Vilela voltou a se reunir com os estudantes para negociar a desocupação do local. De acordo com os estudantes, a reitora fez a contraproposta de que o atendimento dos três itens que ela já havia concedido continuaria válida com a saída do prédio.

Nesta terça (5), os estudantes farão uma assembléia geral na qual devem ser discutidos os próximos passos do movimento.