Entre três e cinco mil pessoas participaram da manifestação, que não chegou até o palácio.
Apesar das mudanças feitas pelo Executivo, o protesto previsto para a tarde de ontem foi mantido. Entre 3 mil e 5 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, saíram da Cidade Universitária em direção ao Palácio dos Bandeirantes, às 13 horas. Mas eles não alcançaram o objetivo – foram barrados pela PM no cruzamento das Avenidas Francisco Morato e Morumbi, depois de uma hora e meia de caminhada pacífica. Impedidos de avançar, decidiram permanecer ali e, ao som da bateria ‘Unidos da Autonomia’, protestaram por melhorias nas universidades estaduais.
O trânsito ficou caótico. O motorista José Silva Santos, de um ônibus da linha Inocoop Campo Limpo-Estação da Luz, ficou cinco horas parado na Avenida Francisco Morato. “Os passageiros desceram inconformados”, disse. Outros 17 ônibus da linha foram impedidos de seguir.
Na avenida, mesmo com dois bloqueios da Força Tática e um da tropa de choque da PM – havia 400 policiais ao todo – os manifestantes tentaram, por quatro vezes, furar a segurança e seguir para o palácio. Em um dos momentos de tensão, o estudante do 4º ano da Faculdade de Farmácia da USP, Bruno Amadeus, de 21 anos, foi agredido por três PMs com cassetetes. “São um bando de covardes”, repetia o jovem, que havia tocado flauta, pedindo paz e amor, por todo o trajeto da passeata.
Em seguida, às 16h30, um garoto que não quis se identificar chegou a ultrapassar uma das barreiras, foi detido e ficou dentro de uma viatura até ser liberado. Para dispersar a multidão, policiais usaram gás pimenta, inclusive contra os jornalistas – além dos coronéis, nenhum estava identificado.
Enquanto isso, oito integrantes de uma comissão formada por alunos, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp foram recebidos por três representantes do governo. Membro do grupo, o estudante de Ciências Sociais da USP Gabriel Abrão, de 23 anos, contou que “não houve negociação”. “Nosso principal ponto foi pedir o avanço da manifestação”, explicou.
