O conhecimento sobre a cooperação entre universidades e empresas da Coreia do Sul no desenvolvimento de patentes e transferência de tecnologia está sendo um dos destaques da 8ª Missão Técnica Internacional realizada pelo Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior naquele país asiático, com o objetivo de conhecer in loco o processo de gestão das IES coreanas, seus programas de inovação e empreendedorismo e sua participação nas políticas públicas de educação.

Em 1997, a Coreia do Sul passou por uma crise financeira e perdeu muita competitividade no mercado global. A solução encontrada pelo governo, na época, foi pedir ajuda às universidades para que criassem áreas onde pudessem estimular a comunicação e a cooperação entre academia e indústrias. Dessa parceria surgiu a Lei de Cooperação Indústria Academia que estabelece que os centros universitários devem ter autonomia e a missão de facilitar o desenvolvimento de patentes e transferência de tecnologias para as indústrias.

A Missão Técnica Semesp – que está na Coreia desde o último dia 4 de maio e ficará até o próximo dia 15 – com 35 gestores de IES brasileiras, esteve na Escola de Negócios da Universidade da Coreia (Korea University)  acompanhando de perto o trabalho desses centros de pesquisa, de seus pesquisadores e alunos na criação dessas patentes.

O diretor da Escola de Negócios, Ji Yong, revelou que de 100% de patentes desenvolvidas na universidade, apenas 20% delas são utilizadas pela indústria e que todo o processo dura, em média, 8 anos e pode se estender por um período maior para manter a atualização das mesmas. Segundo Yong, atualmente, as indústrias têm muito interesse em patentes voltadas para as áreas de Biomedicina e Nanotecnologia. Para descobrir se as patentes são competitivas os centros de pesquisa fazem uso do Big Data para delimitar antes as áreas que devem receber os maiores investimentos.

Um case de patente que deu certo na área de Biomedicina e transferência de tecnologia foi o uso do enxofre com uma combinação de extrato de uma erva para eliminar metais pesados em terrenos contaminados. Um outro case de sucesso foi a criação de um robô que navega automaticamente dentro de um local fechado e executa tarefas que um ser humano não conseguiria. Essa tecnologia foi transferida para três empresas e a universidade tem recebido aporte financeiro de cada uma delas.

Outra ação contínua desses centros de pesquisa e cooperação é estimular alunos a empreender, inovar em seus negócios e criar suas próprias startups. A Universidade da Coreia já possui 20 grupos de alunos que criaram suas próprias startups. “Essa cooperação entre universidades, centros de pesquisas e empresas não só enriquece a experiência de alunos, professores e profissionais como estimula a todos a alcançar ótimos resultados aumentando a competitividade das indústrias”, diz o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

O diretor do Centro de Cooperação Academia-Indústria da Universidade da Coreia, Nak Beom Chonbuk, explicou que a criação de holdings de startups dentro da própria universidade pelos alunos tem o objetivo de fazer com que eles mesmos administrem o uso das patentes, da transferência dessas tecnologias gerando dividendos para a universidade, mas principalmente criando oportunidades para mais alunos conseguirem bolsas de estudos.

Hoje o financiamento para a criação das startups tem apoio do Ministério da Educação coreano. No entanto, Chonbuk, contou que essa ação ainda está na fase inicial e todo o processo de desenvolvimento e cooperação entre universidade e jovens empreendedores ainda não está gerando lucros. Segundo o diretor e educador, a missão da universidade é formar bons profissionais, que sejam úteis à sociedade, criando empresas que não gerem apenas lucro, mas onde os alunos possam aprender na prática a ter experiências profissionais antes de saírem para o mercado de trabalho.

Os gestores conheceram também a Sungkyunkwan University (foto) fundada em 1398, a mais antiga da Ásia e única universidade na Coreia que ainda tem estudos confucionistas. O modelo de ensino adotado por essa universidade é  inexistente no Brasil. “A universidade foi comprada pela empresa Samsung em 1996 e os centros de pesquisa trabalham todos para priorizar as demandas dessa indústria”, conta Capelato. O dia finalizou com  uma visita a uma Hagwon, uma escola que representa os “cursinhos” aqui no Brasil, onde os alunos frequentam em paralelo com o ensino médio coreano  para se prepararem melhor para o vestibular. A carga horária de estudo desses alunos é intensa.

Confira o vídeo gravado pelo prof. dr. Fábio Garcia Reis, diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp: https://www.facebook.com/semesp

Sobre o Semesp:

Fundado em 1979, o Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior congrega mais de 200 mantenedoras no Estado de São Paulo e no Brasil. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp. 

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