Programa auxilia professores na busca por similaridades em conteúdos acadêmicos

O aumento de plágio em produções científicas, que, segundo estudos submetidos ao Medline – base de dados de produções da literatura internacional da área médica e biomédica, triplicou entre a década de 1970 e 2007, passando de 0,25% para 1%, incentivou os interessados em combater essa prática. É o caso do estudante do 4° ano de Ciência da Computação Clever Teixeira, que desenvolveu o projeto “Nova abordagem para identificação eficaz de plágio utilizando busca pela internet”.

O software feito pelo estudante da Faculdade Anhanguera, de Valinhos SP, tem como proposta auxiliar professores e avaliadores na busca por possíveis cópias em trabalhos acadêmicos. “O modelo computacional trabalha na detecção automática de textos similares, a partir de documentos publicados na web”, explica Clever.

Além da busca por similaridades, o programa também calcula a possibilidade de plágio de um conteúdo. Segundo Clever, o objetivo do software é fornecer as ferramentas para o professor avaliar se a produção é uma cópia ou não. “Cabe ao usuário o julgamento final, analisando se os trechos em comum não são transcrições devidamente referenciadas. Esta etapa é baseada em um consenso geral encontrado na literatura deste assunto”, afirma o estudante.

O diferencial do programa em relação a outros softwares de detecção de plágio é o sistema gratuito que traz uma análise aprofundada do conteúdo, como por exemplo, a marcação em cores de palavras e frases iguais, facilitando a identificação da cópia.

O protótipo do projeto disponível para a web foi apresentado no 12º CONIC – Congresso Nacional de Iniciação Científica, realizado pelo Semesp, na Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo.

CONIC

O 12º CONIC – Congresso Nacional de Iniciação Científica, realizado pelo SEMESP – Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo, teve um número recorde na edição desse ano: 1.949 trabalhos foram enviados para inscrição (contra 1.932 em 2011).

Desses, 1.845 foram efetivados e 1.536 aprovados para participação efetiva no Congresso. Os trabalhos foram produzidos por 2.641 alunos pesquisadores (autores e coautores) e orientados por 1.117 professores de 232 instituições de ensino superior de todas as regiões do país e foram divididos em cinco áreas do conhecimento: Ciências Biológicas e da Saúde (501), Ciências Exatas e da Terra (48), Ciências Humanas e Sociais (415), Ciências Sociais Aplicadas (262) e Engenharias e Tecnologias (310). Na divisão por categorias, os trabalhos concluídos totalizaram 664 (43%) e os em andamento 872 (57%).

A região Sudeste concentrou a maior participação esse ano. Do Estado de São Paulo foram 1.486 inscrições, seguindo-se Minas Gerais com 134, Rio de Janeiro com 33 e Espírito Santo com sete trabalhos apresentados e aprovados.

Os números registraram um crescimento de mais de 85% na comparação com a primeira edição do CONIC, realizada em 2005, quando 994 trabalhos foram inscritos e representaram um aumento considerável na participação dos estudantes das IES privadas – 1.777 inscrições (91%) contra 172 (9%) trabalhos de alunos de IES públicas.