Projeto foi desenvolvido para o Congresso Nacional de Iniciação Científica do Semesp

São muitas as possibilidades de reutilização de latas de alumínio, caixas de leite e garrafas PET. E algumas vão além da reciclagem. Para um aluno da Universidade São Judas, de São Paulo, esses materiais se transformaram em um coletor de energia solar capaz de aquecer a água depositada em um reservatório de 20 litros, e que pode ser muito útil na economia de energia elétrica em comunidades de baixa renda.

Apesar de os coletores feitos de material reciclável já serem conhecidos, poucas são as regiões que os utilizam. “O objetivo do projeto é popularizar a utilização desse tipo de coletor de calor de custo zero e beneficiar a população que vive em áreas de exclusão de energia elétrica, como em zonas periféricas ou rurais”, explica Luiz Henrique Betty dos Santos, autor do trabalho.

O futuro engenheiro construiu três tipos de coletores diferentes. Dois modelos utilizam caixas de leite longa vida e garrafas PET e o outro, latas de alumínio. Cada um deles é ligado por dois tubos de PVC formando dois ramos para um reservatório representado por uma caixa de isopor. Depois de prontos, foram realizados dois ensaios de exposição ao sol. Os coletores ficaram ao ar livre durante um dia totalmente claro e ensolarado e, num segundo ensaio, com o dia nublado e sem visualização do sol.

Quanto maior a exposição ao sol, obviamente mais energia os coletores conseguem captar e, por isso, mais quente a água fica, atingindo uma temperatura próxima dos 46 graus. No dia nublado, os coletores captaram pouco calor, mantendo a temperatura da água próxima à temperatura ambiente. “O que chamou a atenção foi que no dia ensolarado, um dos modelos avaliados, construído com material reciclável de custo zero, conseguiu atingir uma captação de energia térmica semelhante a um dos modelos fabricados comercialmente com tubos de PVC e analisado pelo INMETRO.”, explica Luiz Henrique. As particularidades, maneiras de montagem e aplicação foram apresentadas no 12º Conic – Congresso Nacional de Iniciação Científica, realizado pelo Semesp, na Universidade São Judas Tadeu (SP).

CONIC

O 12º CONIC – Congresso Nacional de Iniciação Científica, realizado pelo SEMESP – Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo, teve um número recorde na edição desse ano: 1.949 trabalhos foram enviados para inscrição (contra 1.932 em 2011). Desses, 1.845 foram efetivados e 1.536 aprovados para participação efetiva no Congresso.

Os trabalhos foram produzidos por 2.641 alunos pesquisadores (autores e coautores) e orientados por 1.117 professores de 232 instituições de ensino superior de todas as regiões do país e foram divididos em cinco áreas do conhecimento: Ciências Biológicas e da Saúde (501), Ciências Exatas e da Terra (48), Ciências Humanas e Sociais (415), Ciências Sociais Aplicadas (262) e Engenharias e Tecnologias (310). Na divisão por categorias, os trabalhos concluídos totalizaram 664 (43%) e os em andamento 872 (57%).

A região Sudeste concentrou a maior participação esse ano. Do Estado de São Paulo foram 1.486 inscrições, seguindo-se Minas Gerais com 134, Rio de Janeiro com 33 e Espírito Santo com sete trabalhos apresentados e aprovados. Os números registraram um crescimento de mais de 85% na comparação com a primeira edição do CONIC, realizada em 2005, quando 994 trabalhos foram inscritos e representaram um aumento considerável na participação dos estudantes das IES privadas – 1.777 inscrições (91%) contra 172 (9%) trabalhos de alunos de IES públicas.