Capacitação de docentes é um desafio

Na terceira sessão do 17º FNESP, assunto foi levantado no debate sobre o papel das instituições de ensino superior na formação das pessoas e seu efeito na sociedade

Em uma prova realizada com alunos do 9º ano do ensino fundamental de todo o Brasil, 70% estiveram abaixo do nível de aprendizagem adequado para a sua série. Esse cenário é consequência de vários itens, mas, de acordo com Mila Molina, da Fundação Lemann, o professor é o fator que tem mais peso nesse resultado. O tema Formação Docente abriu a 3ªsessão do Fórum Nacional de Ensino Superior Particular Brasileiro.

Segundo a palestrante, “uma das metas do Plano Nacional de Educação destaca a importância da formação de professores, mas ainda há uma distância entre as instituições de nível superior e as redes públicas de ensino básico”. Para chegar a essa conclusão, a Fundação Lemann tomou como exemplo um projeto da Universidade de Stanford, modelo este inspirado na formação de médicos. Um “trabalho clínico” que aproxima a escola pública e a universidade, buscado suprir as demandas intelectuais e práticas da profissão docente.

Na segunda parte da sessão, Gustavo Ioschpe, articulista da revista Veja e colunista da Folha de S. Paulo, criticou o sistema educacional atual e também o despreparo dos profissionais de educação. “O Brasil precisa acelerar o crescimento de matrículas no ensino superior, o Ministério da Educação não pode fechar as universidades da maneira como está ocorrendo. Na educação básica, professores não assumem o compromisso de exclusividade com a rede pública”, disse.

Para o palestrante, além de garantir a qualidade na formação acadêmica, as IES precisam acompanhar o que os alunos estão fazendo depois da formação, “para desmentir o mito de que as universidades são apenas ‘fábricas de diplomas’”.

Ana Maria Diniz, diretora do Instituto Península, fechou a sessão falando sobre “O papel das Instituições de Ensino Superior na formação de pessoas e seu efeito multiplicado na sociedade”.

O Instituto Península avaliou os motivos da maioria dos jovens que estão fora do ensino superior: “O primeiro é porque não podem pagar, e o segundo, e mais preocupante, é que eles não veem valor em se educar além do ensino básico”, afirmou a palestrante.

Outra questão destacada foi a relação das IES com o mercado de trabalho. Cerca de 50% dos egressos chegam despreparados para enfrentar uma experiência profissional dentro da sua área de formação, de acordo com uma pesquisa feita com empregadores. Desse modo, as IES precisam entender como os estudantes estão aprendendo hoje e procurar se reinventar para ser mais significativa, garantindo qualidade.

“A universidade é apenas um dos caminhos. Para ser relevante, ela precisa trazer significado para a vida dos jovens”, concluiu a diretora do Instituto Península.

 

Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – Semesp congrega cerca de 200 mantenedoras no Estado de São Paulo e no Brasil. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp.

Atendimento à Imprensa:

Ana Purchio  / 11 2069-4419 / [email protected]

Gabriela Dias/ 11 3129-8737 / [email protected]