Exemplos da Finlândia, Dinamarca e Brasil mostraram ser possível um ensino que torne o aluno mais colaborativo e o professor mais orientador  

O 19º FNESP – Fórum do Ensino Superior Particular, realizado pelo Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior, finalizou o primeiro dia do evento, nessa quinta-feira (28), com o painel “Ambiente acadêmico: novos modelos de instituições no ensino superior, a cultura da inovação, a aprendizagem e o engajamento dos estudantes”, com as participações de Adauto Braz Neto, cofundador da Inoversidade; Carita Prokki, diretora de Negócios da Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere (TAMK) e Dean Rasmus Antoft, reitor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Aalborg, da Dinamarca.

Adauto Braz Neto explicou a criação da Inoversidade, uma iniciativa estudantil com a missão de construir colaborativamente um ensino superior estimulante e inovador para todos os que o integram. Segundo ele “os alunos precisam de autonomia para dirigir suas próprias vidas com liberdade; maestria, impulso de tornar-se cada vez melhor em algo que importa e alcançar competências e ainda um propósito, para fazer o que se faz em nome de algo maior”. O maior desafio, para ele, é criar experiências de aprendizagem que engajem os alunos e microexperiências para maximizar essas aprendizagens.

Para atingir esse objetivo, Adauto sugere percorrer um ciclo para o controle da experiência, medindo resultados e aprendendo algo com esse processo. O objetivo desse exercício é empoderar os alunos, para que trabalhem juntos achando uma solução para os problemas, tornando as atividades mais engajantes e com o treinamento e orientação dos professores.

Carita Prokki, diretora de Negócios da Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere (TAMK), contou como funciona a ProAkatemia, um aprendizado de  empreendedorismo em equipes. “Os alunos se matriculam em programas de administração, fazem entrevistas, testes e a partir da formação de equipes  descobrimos a motivação desses estudantes para o empreendedorismo”.

A montagem das equipes é aleatória e os grupos recebem um orientador, um coaching que treina os alunos a empreender o próprio negócio. “Os alunos recebem esse orientador e fundam uma empresa real, segundo a legislação finlandesa, investem euros na empresa e começam a aprender via o próprio trabalho. Desde o início do projeto os alunos debatem qual o propósito da empresa, se conhecem entre si, medem suas habilidades, e aprendem a sair fora da caixa”.O trabalho tem duração de 3 anos e meio e no final os alunos apresentam a tese e se formam administradores de empresa, com direito a um diploma. Cerca de 40% deles vão trabalhar no mercado de trabalho.

Dean Rasmus Antoft, reitor da Faculdade de Ciências Sociais da Uni, apresentou o trabalho realizado em três campi da Universidade de Aalborg que é baseado no Aprendizado Centrado em Desafios (ACD). “Quando a individualidade dos participantes prospera no ambiente de grupo, o conjunto diverso de competências, ideias e abordagens de resolução de problemas promovem a inovação, uma habilidade altamente requisitada no mercado de trabalho dinamarquês”.

Para Antoft a teoria do conhecimento do ACD tem seis princípios básicos: o desafio é o ponto de partida do processo de aprendizado; o desafio é resolvido através de um trabalho de projeto; as aulas sustentam os trabalhos de projeto; a cooperação é a força propulsora do trabalho de projeto centrado no desafio; os alunos são responsáveis por suas próprias conquistas acadêmicas e os professores agem como supervisores e mentores.

Já a avaliação dos alunos é feita da seguinte forma: o trabalho de projeto é finalizado com uma prova que avalia o desempenho individual de cada aluno; a ênfase é dada na avaliação do conhecimento, habilidades e competências individuais de cada aluno; a avaliação ocorre em paralelo com a apresentação e discussão dos alunos sobre seu projeto, incluindo a abordagem e resultados alcançados pelo grupo e o foco é signiticativo na criatividade, inovação e utilidade das conclusões do projeto.

O resultado do Aprendizado Centrado em Desafios mostra que os alunos ficam ainda mais motivados; há um conhecimento mais profundo e retenção de aprendizado; um aumento de habilidades e competências redobradas;  capacidade maior de trabalhar em equipes e empregabilidade superior.

Sobre o Semesp – Fundado em 1979, o Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior congrega cerca de 200 mantenedoras no Estado de São Paulo e no Brasil. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp. 

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