Diane Teo de Moraes, gerente de Inovação na PUC-Campinas, apresentou o Programa Mescla

Centrar o foco nos estudantes também significa melhor o engajamento deles. O 24º FNESP trouxe aos presentes diferentes experiências de IES que já estão trabalhando nesse sentido, construindo projetos que incentivam a colaboração e a inovação. Diane Teo de Moraes, gerente de Inovação na PUC-Campinas, apresentou o Programa Mescla, um ecossistema criado para promover o empreendedorismo no ambiente da universidade por meio da cultura de colaboração, conectando universidade, startups, empresas e governo para transformar conhecimento em soluções tecnológicas que beneficiam a sociedade e impactam a vivência universitária dos estudantes.

“O Programa Mescla funciona a partir de quatro eixos”, explicou Diane. “O primeiro dele é a construção de uma política de propriedade intelectual e inovação, com seis unidades de referência divididas em tecnologias emergentes, agricultura sustentável, biotecnologia regenerativa, sistemas construtivos não-convencionais, gestão e processos sustentáveis, e água e energia”, listou. “Os outros eixos são o empreendedorismo e o PUC Corp”. Segundo ela, o programa está amadurecendo e a IES está buscando investimentos.

Ecossistemas digitais

O diretor da Delegação Regional do Porto da Universidade Aberta, José António Moreira, durante apresentação no FNESP

O diretor da Delegação Regional do Porto da Universidade Aberta, José António Moreira, começou sua fala questionando a ideia de centralidade do estudante. “A questão não é de centralidade, mas de aprimorar uma conexão que se estabelece entre IES, estudantes e professores. As instituições de ensino são espaços onde os estudantes estão conectados e criam conexões e relações. Centralizar apenas no aluno é esquecer esses outros elementos, tornando, por exemplo, o docente invisível”, destacou.

Segundo ele, o objetivo da Universidade Aberta é se tornar uma instituição espalhada pelo mundo, apostando na proximidade transacional e superando a distância geográfica física. “Para isso, criamos um ecossistema com diferentes ambientes de aprendizagem que explora a potência do digital sem abolir metodologias passadas. O passado não precisa ser abolido, mas sim integrado nesse ecossistema que permite diferentes ambientes e pedagogias”, apontou.

José António Moreira defendeu o estabelecimento de um novo contrato social para a educação a partir da criação de ecossistemas educacionais saudáveis que conectam locais de aprendizagem naturais, construídos e virtuais. “Esses ambientes digitais não significam um ambiente virtual, mas a construção de espaços plurais que integram redes sociais, ambientes de realidade virtual aumentada, metaverso etc., mas de forma consciente de que os usos da tecnologia são determinados a partir das propostas pedagógicas. Nossa prioridade estratégica é promover o desenvolvimento de um ecossistema de educação digital eficaz”.

Suze dos Santos Oliveira, professora e coordenadora de projetos de inovação no Cesupa, apresentou o Programa META

Experiências significativas

Encerrando o painel, Suze dos Santos Oliveira, professora e coordenadora de projetos de inovação no Cesupa, apresentou o Programa META, um modelo educativo de transformação da aprendizagem baseada em competências. “O META é um modelo de educação vivo, em constante construção. Entendemos que ter um modelo acadêmico é importante para nortear a IES em uma direção”, disse ela. “Esse modelo é baseada em dois tipos de experiência de aprendizagem, experiências institucionais e de cursos. As primeiras estão dividas em quatro eixos: empreendedorismo e inovação, propósito de vida, domínio sociocultural e internacionalização”, citou. “As experiências de cursos estão divididas em premissas de aprendizagem e direção clara de propósito”.