8º Fnesp

Educação Superior:

Questão de Estado
Prioridade Social

A Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI é um documento que preconiza que a Educação Superior deve orientar suas ações com base em objetivos e necessidades sociais, incluindo o respeito às culturas e a proteção ao meio ambiente.

Enfatizando que os sistemas de Educação Superior devem aumentar sua capacidade para viver em meio à incerteza, os signatários daquela Declaração defenderam uma nova visão da Educação Superior, estabelecendo princípios e diretrizes como a avaliação da qualidade, o potencial e o desafio da tecnologia, o financiamento como serviço público, o acolhimento da diversidade, a criatividade e o pensamento crítico, a autonomia e a responsabilidade social. Diz a Declaração que, sem instituições de educação superior e de pesquisa adequadas, que formem massa crítica de pessoas qualificadas e cultas, nenhum país pode assegurar um desenvolvimento sustentável.

No Brasil, que possui um sistema de Educação Superior de grande dimensão e complexidade, com predominância do setor privado, os anos iniciais do século XXI foram marcados por um amplo conjunto de debates a respeito, não só da apropriação e implantação das ideias e ações defendidas pela Declaração de Paris, mas também da efetiva implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e do Plano Nacional de Educação.

Numa perspectiva de avaliação, a mais isenta possível, os resultados desse período não foram consubstanciados em uma clara política de Estado para a Educação Superior. Sem levar na devida conta o peso e a importância do setor privado na composição do sistema, o governo federal definiu, sobretudo nos últimos anos, um rol de proposições e de medidas cujas contribuições para a melhoria e a necessária expansão da educação superior brasileira são de alcance e de efetividade discutíveis.

Além de um polêmico projeto de Reforma Universitária, ainda não apreciado pelo Congresso Nacional, o governo concebeu e busca implantar o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, um ambicioso conjunto de procedimentos que se propõe a avaliar o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, o desempenho dos alunos, a gestão, o corpo de professores, as instalações e vários outros aspectos das instituições de ensino superior. O Ministério da Educação cuidou ainda de implantar, mediante medidas singulares, políticas de inclusão social e normas voltadas para uma contenção pouco criteriosa da expansão do sistema de educação superior.

Efetivamente, em lugar da esperada melhoria, o que se constata é que o desiderato de construir um projeto de reformulação, regulação e de avaliação do ensino superior resultou, ao final, em um conjunto heteróclito e desconexo de normas legais orientadas preponderantemente para permitir um controle e fiscalização excessivos, que têm originado dificuldades e entraves ao desenvolvimento da Educação Superior brasileira.

Como consequência, o que se verifica é que, transcorrida quase uma década de vigência da LBD e da aprovação da Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI, a Educação Superior nacional permanece à espera de um adequado equacionamento de questões de decisiva importância: a autonomia institucional; a conexão entre avaliação, supervisão e regulação nas instituições de ensino superior; a relação entre o sistema de ensino superior, o mercado de trabalho e o desenvolvimento econômico; a gestão e o financiamento do ensino superior; os desafios políticos e pedagógicos da massificação do ensino superior e a capacitação das instituições para lidar com os novos estudantes admitidos mediante programas de inclusão social e de cotas.

No limite, o país não tem uma agenda positiva e em consonância com os momentos presente e futuro da Educação Superior. Preocupado com esse cenário, o Semesp elegeu o seguinte tema geral do 8º Fórum Nacional, que realiza em São Paulo: Educação Superior – Questão de Estado; Prioridade Social.

Com essa iniciativa, o Semesp tem o propósito de:

  • trazer ao debate todos aqueles que se envolvem com a gestão dos assuntos relacionados com a Educação Superior e que, por causa dessas funções e responsabilidades, reconhecem a complexidade das relações entre o Governo e as Instituições de Ensino Superior e a importância da análise das transformações que estão ocorrendo no cenário mundial da Educação Superior para a definição de políticas adequadas a um Brasil moderno e competitivo, inserido em um mercado globalizado;
  • comparar modelos de Educação Superior vigentes na Europa, Ásia e América;
  • promover a discussão sobre o que ocorre no Brasil e no exterior nas questões da regulação, avaliação e supervisão do Ensino Superior pelo Governo e da dinâmica da sua relação com os setores público e privado, e;
  • discutir as propostas brasileiras de inclusão social e financiamento.

1º dia – 19/10/2006

8h

Credenciamento

Credenciamento de Participantes, Recebimento de Inscrições e Entrega de Material.

9h

Sessão Solene de Abertura

Hermes Ferreira Figueiredo

Presidente do Semesp

9h30

Sessão 1

Ensino Superior: Análise Comparativa entre os Modelos Brasileiro, Europeu, Asiático e Americano.

Expositora

Maria Helena de Magalhães Castro

Inst. de Filosofia e Ciências Humanas – Universidade Federal do Rio de Janeiro

Debatedor

Oriovisto Guimarães

Centro Universitário Positivo

Debatedor

Claudio Moura de Castro

Faculdade Pitágoras

Presidente

Érico Rodrigues Bacelar

3° Vice-Presidente do Semesp

10h30

🕒 Intervalo

11h

💬 Debate aberto ao público

12h30

🍴 Almoço

14h30

Sessão 2

Ensino Superior: Estado, Instituições e Mercado.

Expositora

Maria Teresa Lepeley

Global Institute for Quality Education – Washington, USA

Debatedor

Van Dick Silveira

Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – IBMEC

Debatedora

Elizabeth Guedes

Laureate International Universities

Presidente

Gabriel Mário Rodrigues

1° Vice-Presidente do Semesp

15h30

🕒 Intervalo

16h

💬 Debate aberto ao público

17h30

🕒 Intervalo

18h

Sessão Cultural

19h

Conferência Magna

O Estado e a Educação Superior: Modelos Estruturais e a Dinâmica das Relações entre o Estado e os Sistemas Educacionais Público e Privado.

Expositor

Guy Neave

Center for Higher Education Policy Studies – Universiteit of Twente, Holanda

Presidente

Paulo Antonio Gomes Cardim

Vice-Presidente da COFENEM

20h

🥂 Coquetel de Confraternização

2º dia – 20/10/2006

9h30

Sessão 3

A Universalização e o Financiamento da Educação Superior: Os Desafios das Políticas de Inclusão Social e das Ações Afirmativas

Expositor

Alberto Manuel Sampaio Castro Amaral

Centro de Investigação de Políticas para o Ensino Superior.
Universidade do Porto – Portugal

Debatedor

Nina Ranieri

Universidade de São Paulo

Debatedor

Sérgio Fiúza de Mello Mendes

Centro Universitário do Pará

Presidente

Valdir José Lanza

2º Vice-Presidente do Semesp

10h30

🕒 Intervalo

11h

💬 Debate aberto ao público

12h30

🍴 Almoço

14h30

Sessão 4

Avaliação, Regulação e Acompanhamento: Há Competência Técnica, Isenção e Equidade na Atuação do MEC?

Expositor

Edson de Oliveira Nunes

Conselho Nacional de Educação / MEC

Debatedor

Arthur Roquete de Macedo

Qualitas Institute

Debatedor

José Martins Filho

Universidade Cruzeiro do Sul

Presidente

Hermes Ferreira Figueiredo

Presidente do Semesp

15h30

🕒 Intervalo

16h

💬 Debate aberto ao público

17h30

Sessão de Encerramento

Hermes Ferreira Figueiredo

Presidente do Semesp

patrocinadores do 8º fnesp