
Campi sustentáveis formam sociedades do futuro (Foto: Semesp/Juliana Freitas e Luiz Kagiyama)
Painel do segundo e último dia do FNESP, nesta sexta- (26), teve como tema “Campi sustentáveis que formam sociedades do futuro”, contando com as participações de Erna Maters, especialista em Políticas de Sustentabilidade na Wageningen University & Research; Manuir José Mentges, reitor da PUC-RS; Jaime Romero, reitor no Centro Universitário Unileão. A mediação foi feita pelo diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp e presidente do Consórcio STHEM, Fábio Reis.
Erna Maters, remotamente, mostrou os campi e as ações sustentáveis da instituição localizada em Wageningen, na Holanda. “Ganhamos o quinto ano consecutivo prêmio por nossas ações sustentáveis. Temos critérios rigorosos no tratamento da água, reduzimos em 95% o consumo de gás natural em nossos campi e os nossos alunos, professores e colaboradores têm ações que reduzem o consumo de energia adotando meios de transporte como as bicicletas”, contou.
Segundo Erna Maters, “a sustentabilidade faz parte do plano estratégico, e tem conceito mais amplo que está presente nas políticas públicas e no planejamento estratégico, que trazem soluções para empoderar os alunos para ser cidadãos responsáveis em prol da sustentabilidade. Esse plano estratégico tem uma agenda definida, com itens importantes da agenda anterior para continuar a ser atendidos, tanto nas atividades de pesquisa quanto nas operações do dia a dia”.

Erna Maters, especialista em Políticas de Sustentabilidade na Wageningen University & Research (Foto: Semesp/Juliana Freitas e Luiz Kagiyama)
A universidade de Wageningen tem um sistema de gestão de água, com lagos artificiais criados especialmente para que as áreas não sejam inundadas pelo mar. “Se não tivéssemos esses lagos artificiais toda a área ficaria inundada, porque os países baixos ficam em grande parte em território abaixo do nível do mar”, disse Erna Maters.
Por fim ela contou que a mentalidade da universidade é “holística, há conexões em todas as partes dos campis e documentamos tudo que é feito em prol da sustentabilidade. Criamos o Desafio da Biodiversidade, onde os participantes identificam espécies presentes nos campi, produzindo trabalhos científicos e também o Teto Verde, uma área cercada de jardins para uma maior circularidade de nossos alunos, além de fazermos a gestão de resíduos que pretendemos reduzir em 50% até 2030”.
Manuir José Mentges, reitor da PUC-RS, detalhou as iniciativas da universidade em seu “posicionamento estratégico para inovação, geração de impacto no entorno e valor para toda a sociedade”. Segundo ele, “o campus é referência na América Latina e está em rankings internacionais de sustentabilidade. Somos um complexo de saúde, esporte e bem-estar e uma comunidade inclusiva, comprometida com os direitos humanos”.
Ele citou como exemplos de ações sustentáveis “mais de 1,3 mil toneladas de resíduos reciclados” e destacou dois programas: o Hangar, que faz conexão da pesquisa com a pós-graduação e programas de mestrado e doutorado, sempre pensando na sustentabilidade e o Track Startup para integrar ações e programas da universidade com os estudantes, escolas, e empresas”
Jaime Romero, reitor do Centro Universitário Unileão, falou sobre um case de sucesso de sua instituição. “Instalamos mais de 3 mil placas solares para gerar energia suficiente para os nossos campi, reciclamos nossa água e os nossos resíduos, porque a sustentabilidade educa, transforma e nos inspira”.
Segundo ele vale o investimento em ações sustentáveis valeu a pena. “No Ceará o sol é abundante e criamos três projetos de geração de energia, o primeiro em 2016, com 800 placas instaladas nos telhados do nosso campus. Em 2019 utilizamos placas inteligentes com o dobro de geração das placas anteriores e ganhamos 50% de economia do que no projeto anterior. E em 2025 inauguramos duas usinas com placas solares em movimento, gerando energia em cima e abaixo dos telhados atingindo a autossuficiência energética em agosto desse ano. As placas utilizadas no projeto de 2016 tiveram aproveitamento energético de 15,8%.Em 2019 chegou a 17% e em 2025 a geração foi acima de 20%. A nossa geração de energia vai chegando com capacidade total em 2026 de 3 milhões de quilowatts e não computamos nas mensalidades dos alunos os custos com energia. Vale a pena investir em sustentabilidade”.






























