Bate-papo sobre ESG abre segundo dia do 27º FNESP (Foto: Semesp/Juliana Freitas e Luiz Kagiyama)

Um bate-papo sobre ESG é efetivo marcou a abertura do FNESP desta sexta-feira (26),  segundo e último dia do evento, no Distrito Anhembi em São Paulo. O debate envolveu críticas ao greenwashing e o papel real das instituições de ensino superior na construção de uma gestão ESG (ambiental, social e governança).

Ricardo Fortes de Sousa, Head de Alianças Corporativas e Terceiro Setor da FIAP, foi o mediador do debate e abriu o bate-papo falando da importância da COP-30 e do papel do Brasil em unir empresas, ONGs, cidadãos e sociedade para que o ESG seja efetivo.

Paula Harraca, presidente da Ânima Educação, iniciou o bate-papo falando sobre o papel e a responsabilidade da educação para ter um mundo “mais vivo”. “O ser humano muda por três motivos, por conveniência, por constrangimento e por convicção. O Grupo Ânima mudou por convicção. Os alunos e os professores são nossa inspiração. E a cultura é o que acreditamos, o que somos e todas as nossas decisões acadêmicas precisam ser um ecossistema, ou seja, trocar, multiplicar e compartilhar prática, na origem. E para a Ânima a base é ESG, fazer o certo, do jeito certo, pelos motivos certos, com coerência e transparência e ao longo do tempo com consistência”.

Ela contou ainda sobre as Missões Humanitárias Inspirali que envolve todas as áreas de saúde do Grupo Ânima e mais de 10 mil estudantes de Medicina que visitam populações vulneráveis para fortalecer os atendimentos e cuidados com os pacientes. “Fizemos mais de 10 mil atendimentos em um barco hospital no Rio Tapajós, no Pará, e quando os alunos voltaram estavam transformados. Eu acredito que o mundo é transformado por aqueles cujos os sonhos são maiores do que os seus medos”.

Cláudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e do Semerj e vice-presidente do Grupo Yduqs, afirmou que a jornada ESG em sua instituição está em evolução e na cultura da empresa. “ESG não é custo, é investimento, e tudo começa com pilar de gestão, que traz sustentabilidade. ESG engaja, fortalece o vínculo com o mercado e melhora as práticas. Um sistema de gestão leva a companhia para outro patamar. No Yduqs 50% dos nossos executivos tem meta ESG atrelada ao bônus e temos 60 técnicos que trabalham o ESG com paixão”, enfatizou.

Bate-papo sobre ESG abre segundo dia do 27º FNESP (Foto: Semesp/Juliana Freitas e Luiz Kagiyama)

Em seguida Cláudia Romano destacou o programa que oferece 70 bolsas integrais e gratuitas a estudantes negros com vocação e que não têm condições de pagar pelo curso de Medicina. “O Mediversidade é um programa recorrente que traz diversidade para o Grupo Yduqs e estamos na quarta turma de formação de trainees negros que são contratados pela universidade”.

Roberto Valério, presidente da Cogna, mostrou a diversidade dos negócios do grupo com a cultura ESG em números, mas destacou dois programas premiados: o da Fundação Pitágoras e o do Instituto Somos. “A Fundação Pitágoras tem o Sistema de Gestão Integrada (SGI) que por meio de metodologias práticas de gestão treina líderes, coordenadores e responsáveis pela educação básica para gerar impacto concreto no ESG nos alunos. “São mais de 1.500 escolas atendidas, mais de 2 milhões de estudantes engajados e espalhados em escolas públicas de 13 estados brasileiros”.

Sobre o Instituto Somos Roberto Valério diz que “o programa oferece bolsas de estudos em escolas particulares para alunos de escolas públicas com alto potencial e que nunca tiveram a oportunidade de estudar em uma escola privada. O programa já beneficiou mais de 5 mil estudantes direta e indiretamente, distribuindo mais de R$ 3 milhões em premiação no reconhecimento de 279 educadores”.

O bate-papo finalizou com Pedro Lins, consultor, conselheiro, mentor e professor, além de sócio fundador da consultoria FIX-CS Competitividade Sustentável, enfatizando que os institutos de educação superior precisam de líderes que façam a diferença. “Ensinar é fácil, educar é difícil porque envolve ser. E temos de desenvolver seres humanos líderes em governança”. E citou um exemplo da Rede Cruzada no Rio de Janeiro. “São 7 creches nas favelas do Rio de Janeiro, da Maré, do Rato Molhado, para despertar o potencial humano de crianças dos 0 aos 7 anos. Temos de desenvolver equidade social, sustentabilidade ambiental e vitalidade na cultura e governança de nossas instituições. E as IES precisam ter como propósito levar o bem-estar e a felicidade para toda a sociedade”, finalizou.