Gabriela Prioli encerrou o 26º FNESP falando sobre conexões humanas (Foto: Gustavo Peres)

A apresentadora, advogada e professora Gabriela Prioli encerrou o 26º FNESP nesta quinta, 19. O evento aconteceu ao longo de dois dias em um novo espaço, o Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo, e contou com a presença de mais de 1.500 participantes que representaram 232 IES de 21 estados brasileiros. A influencer fechou o FNESP refletindo sobre a necessidade das conexões humanas na educação em um momento em que o uso das tecnologias se faz cada vez mais presente.

Gabriela Prioli começou contando sua história nos estudos destacando alguns professores que ficaram marcados em sua vida estudantil, lembrando ainda que, após a faculdade e o mestrado, ela tinha certeza de que queria dar aula. “Isso não só porque sempre fui apegada aos meus professores e às mudanças que eles causaram na minha vida, mas porque também sempre gostei de compartilhar conhecimento. E me fascina ver que os alunos que estão me escutando estão fazendo conexões que eu não imaginei”, disse ela.

Em seguida, ela destacou que as mudanças marcam nossa realidade desde sempre, e as sociedade sempre enfrentou problemas, dificuldades e desafios. “O mundo muda desde sempre, o que as tecnologias fazem é acelerar essas mudanças dificultando a forma como lidamos com ela em razão da rapidez. Mas é importante pensarmos que o mundo sempre mudou”, decretou apontando que o discurso sobre as mudanças ajuda nessa sensação atual de vertigem que acomete a todos nós. “Falar sobre as mudanças também nos faz sentir de forma mais sensível a essas mudanças”, complementou.

A apresentadora refletiu sobre o impacto que os telefones celulares causam em nossas vidas. “Os celulares hoje são extensões de nosso corpo, enquanto as redes sociais mediam nossa existência de maneira muito importante”, afirmou. “Eles impactam nossa vida instantaneamente, influenciando na personalização do conteúdo que chega até nós e contribuindo para a formação de bolhas”, prosseguiu.

“Gostamos de ver nossa visão de mundo confirmada para nos sentirmos mais seguros, mas essa vivência intermediada pelo telefone contribui com nossa dificuldade atual em lidar com o diferente”, alertou Gabriela. “A tecnologia tem influenciado negativamente em nossa capacidade de interagir com o outro, entender o outro, prejudicando nossas relações humanas e impedindo a liberação de nosso fluxo de pensamento”, acrescentou dizendo que acredita em uma comunicação horizontal. “Eu só consigo entender a demanda do meu público se tiver olhos e ouvidos atentos para esse público”.

Gabriela Prioli disse que precisamos viver com o contraponto para aprimorarmos nossos julgamentos. “Precisamos nos abrir para novas ideias, não rejeitar aquilo que nos ameaça e nos confronta. Nós gostamos de nos sentir bem, mas precisamos das diferenças para progredir. É perigoso, por exemplo, que a tecnologia nos aflija, em especial na educação”, pontuou destacando que as pessoas aprendem a partir de estímulos diferentes.

“A tecnologia ajuda nesse aspecto, mas ela é uma ferramenta que não garante resultados”, finalizou falando ainda da necessidade atual de flexibilizarmos nossos conceitos para manejarmos a tecnologia e elaborarmos conteúdos com mais difusão. “Nós temos mais valor do que a máquina, podemos aprender a usá-las para irmos mais longe. Continuaremos a ter nosso valor”.