7º Encontro Nacional de Redes de Cooperação

O Semesp realizou nesta terça, 17, o 7º Encontro Nacional de Redes de Cooperação, na FAAP, em São Paulo, para celebrar mais uma vez o êxito do hub de cooperação do Semesp, que já conta com 23 redes que congregam mais de 150 instituições de ensino superior. Ao longo do dia, foram apresentados diferentes e relevantes projetos desenvolvidos pelas redes de cooperação.

Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes do Semesp, abriu o encontro contando o histórico do projeto de Redes de Cooperação e defendendo uma maior cooperação entre as instituições de ensino superior privado. “Nosso objetivo hoje é mostrar o que estamos fazendo e os resultados deste projeto”, disse ele. O diretor Acadêmico da FAAP, Rogério Massaro, também participou da abertura elogiando o projeto comandado pelo Semesp.

Em seguida, Diego Amaro, coordenador de Redes de Cooperação e Inovação Semesp, apresentou o novo portal do Hub de Cooperação do Semesp, que pretende organizar todos os conteúdos produzidos pelas redes de cooperação, facilitando a interação entre as próprias redes. Andreza Paulo, da equipe de Redes de Cooperação Semesp, destacou que o objetivo do portal é dar visibilidade aos projetos desenvolvidos pelas redes institucionais e temáticas.

Discussão sobre o valor da cooperação abriu o 7º Encontro Nacional de Redes de Cooperação

Valor da cooperação

Trazendo uma visão internacional da ideia de redes de cooperação, José Escamilla, diretor associado do Instituto para o Futuro da Educação e Tec Monterrey, destacou os valores da cooperação, afirmando que a profissão de ensino é muito solitária e as redes possibilitam que os profissionais de educação saibam sobre o que está acontecendo em outras instituições. Ele destacou a importância do aprendizado que a cooperação possibilita no âmbito acadêmico, da pesquisa e da inovação.

“O mais inovador que as IES podem fazer é colaborar umas com as outras”, defendeu Escamilla que elencou ainda alguns problemas que podem atrapalhar o andamento das redes, como a competitividade entre as IES e a falta de compromisso com o diálogo e a cooperação real entre elas. “A construção do espaço de confiança é essencial para que as redes funcionem”.

“Uma das principais características das redes de cooperação é a questão da confiança”, disse Danielle Rodrigues, vice-reitora da UNIFEOB. “Em relação aos benefícios, destaco a diminuição dos riscos que o aprendizado com os nossos pares proporciona”, complementou ela. Em relação aos possíveis erros nas redes de cooperação, Danielle apontou que só erra quem tenta. “Mas é preciso, por exemplo, ter uma atenção maior em relação à governança, com uma estrutura de liderança bem definida e que acompanha, metrifica e comunica os resultados do projeto”, acrescentou.

IES discutem sobre formas de salvar recursos e melhorar o desempenho financeiro com a ajuda das redes de cooperação

Clube de compras

Desde o início do projeto de Redes de Cooperação, um dos objetivos do Semesp foi pensar em uma forma de colaborar com as IES para que elas reduzissem os custos. Segundo Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes do Semesp, depois de duas tentativas que não deram certo de promover compras coletivas, o Semesp desenvolveu um novo projeto de Clube de Compras. “A ideia é gerar economia a partir da troca de experiência sobre compras e melhorar o desempenho financeiro das IES”, adiantou.

De acordo com Calixtrato Mendonça, responsável pelo Clube de Compras, o novo projeto foi definido a partir de uma jornada de dois anos fundamentado em etapas. “A primeira etapa foi a solicitação de uma carga de dados das IES em que foi utilizado até Inteligência Artificial para chegar a um denominador comum entre as mais de 20 IES que entraram na fase inicial do projeto”, explicou ele, apontando que quanto maior a padronização, maior o poder de fogo com os fornecedores.

“O segredo do Clube de Compras é o comum a todos, não tratamos de nada estratégico para as IES. Juntas, as IES têm muita força”, finalizou explicando que, a partir de outubro, as IES participantes poderão acessar a plataforma para realizarem as primeiras compras da rede. As IES que quiseram participar do Clube de Compras podem enviar e-mail para clubedecompras@semesp.org.br.

Angelo Antonio Davis de Oliveira Nunes e Rodrigues, reitor da UNIFEB, apresentou a IES e contou como a cooperação foi fundamental para a reconstrução da instituição que vivia um cenário de crise. Segundo ele, foi por meio da cooperação e diálogo com outras instituições que a IES decidiu criar o curso de Medicina Veterinário, salvando a UNIFEB, localizada em Barretos, no interior de São Paulo. “A decisão do curso casou muito com a região”, disse.

“Por meio da Rede 2, conseguimos reconstruir nossa instituição. Atualmente não devemos nada para funcionários, professores, diminuímos nossa dívida com os bancos”, citou contando a intenção da IES em investir na construção de uma clínica veterinária. “Quando as IES se apoiam, isso ajuda que elas possam continuar com sua missão de desenvolver a comunidade”.

Rede de Autoavaliação Institucional chama mais IES para integrarem o projeto

Resultados da Rede Autoavaliação

Independente de apoio do governo federal, o Semesp criou a Rede de Autoavaliação para desenhar um projeto de autoavaliação para o próprio setor de ensino superior privado. Daniel José Lopes Junior, pró-reitor Acadêmico do Centro Universitário de Excelência ENIAC, e Cezar Franco, da diretoria de Regulação e Avaliação da PUCPR, contaram sobre o projeto.

“A Rede de Autoavaliação Institucional é uma rede de muito entusiasmo”, disse Cezar Franco, explicando que atualmente são 49 IES participantes. “A questão da autoavaliação faz parte de um processo interno já existente no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) , mas muitas IES acabam trabalhando apenas com a ideia de prestar contas para o Inep, com muitas CPAs desempenhando um papel menor do que poderiam”, apontou Franco.

“Nós construímos então um instrumento de autoavaliação que conversa com o do Inep, mas que, em algumas ocasiões, possui um sarrafo ainda mais alto”, explicou contextualizando a cesta de indicadores do projeto. “A ideia dessa autoavaliação não é construir rankings ou comparar IES umas com as outras, mas uma troca de cooperação”, disse apontando que o objetivo dos indicadores é  refletir sobre os resultados obtidos. “A Rede de Autoavaliação Institucional é um ambiente seguro para discutirmos os indicadores e queremos ainda mais IES para vir somar ao nosso grupo”, finalizou.

Daniel José Lopes Junior detalhou melhor o que implica a participação das IES na rede. “Além de preencher uma vez por ano o instrumento desenvolvido pelo Semesp, os representantes das IES participam, de forma facultativa, de reuniões quinzenais para a troca de experiências e informações”, disse convidando as IES a integrarem à Rede de Autoavaliação Institucional. “Nossa ideia é valorizar a peculiaridade das IES porque cada uma delas tem um jeito próprio de ser. Nosso processo é um espelho das IES, não um retrato como apontado pelo instrumento do Inep. Para as IES, o que interessa é sair bem na fotografia do Inep, mas queremos que elas se vejam como realmente elas são”, comparou.

7º Encontro Nacional de Redes de Cooperação

Mini painéis

Integrantes das redes específicas do Hub de Cooperação do Semesp apresentaram brevemente seus objetivos e ações. Raquel Carmona, gerente jurídica do Semesp, falou dos resultados da Rede de Procuradores Institucionais, criadas há apenas três meses; Luciana Maia Campos Machados, superintendente Acadêmica da FIPECAFI apresentou indicadores de qualidade pensados pelo GT de EAD do Semesp, que pode se transformar em uma rede; Marcelo Esquisatto, coordenador de Pós-Graduação da FHO, representou a Rede de Sustentabilidade do Ensino Superior e disse que o objetivo é a implantação real da sustentabilidade nas IES; Rafael Povedona, coordenador de Desenvolvimento de Materiais Didáticos e para EAD da FHO, falou em nome da Rede de Marketing Educacional e divulgou a realização da Avaliação do Marketing Educacional em Instituições de Rede Superior; e Vidal Martins, vice-reitor da PUCPR, apresentou a proposta, da Rede 9, de um mapeamento da pós-graduação latu-sensu no Brasil.

Grupos de trabalho

Igor de Toledo, pró-reitor da Toledo Prudente Centro Universitário; Paula Pontara, reitora da UNIFATEB; e Pedro Guérios, diretor do Centro Universitário ENIAC, integrantes da G7, contaram um pouco sobre o funcionamento da rede institucional conhecida pelo seu estado de amadurecimento, com uma governança bem desenhada e agenda de encontros e ações estabelecidos.

“Temos um conselho administrativo que discute sobre dores e estratégicas. Criamos também comitês e grupos de trabalho para ficar responsável pelo operacional da rede”, explicou Igor de Toledo. “Temos seis comitês, um financeiro, de marketing, pesquisa e extensão, mobilidade, gente e gestão e TI, além de um outro GT de IA que deve virar um comitê no futuro”, listou detalhando que esses comitês possuem dois objetivos: compartilhar informações e produzir ações em conjunto. Patrocinadora do comitê de marketing do G7, Paula Fontana detalhou o trabalho do comitê e apresentou alguns resultados que giram a partir da jornada dos alunos. “Nosso objetivo é fazer com que todo nosso time de marketing fale sobre a jornada dos alunos”, decretou Pedro Guérios.

Compromisso com a cooperação

Fernanda Mesquista Serva, pró-reitora de Pesquisa UNIMAR, e Ruy Guérios, fundador do ENIAC,  finalizaram o 7º Encontro Nacional de Redes de Cooperação falando sobre a questão do compromisso. Fernanda, da Rede 14, falou a reestruturação da rede, que não estava dando certo e conseguiu reverter a situação, destacou o nascimento das Missões Técnicas Nacionais, uma proposta que nasceu na rede com o objetivo de conhecer boas práticas de IES brasileiras, inspiradas pela Missão Técnica Internacional do Semesp. E Ruy Guérios compartilhou sua experiência sobre redes de cooperação.


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