Para nós do Semesp, as duas semanas que antecederam o carnaval foram marcadas por diferentes experiências bem-sucedidas de cooperação, diálogos e aprendizados. As evidências, os resultados e a literatura indicam que, de fato, cooperar é melhor do que competir.
Saiba mais sobre as Redes de Cooperação do Semesp
Sabemos que, em uma sociedade capitalista, a competição é inerente ao ambiente de mercado. O mercado educacional no Brasil é dinâmico, intenso e competitivo. Há competição pelo aumento das matriculas dos estudantes (mais matriculas pode significar mais resultados financeiros), por prestígio, por recursos financeiros, pelos melhores professores e pela parceria com organizações públicas e privadas. Entretanto, estes elementos do mercado não excluem os benefícios da cooperação.
No último dia 18 de fevereiro, tivemos reuniões em Brasília, na Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), do MEC, no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e no Conselho Nacional de Educação (CNE). Na Seres e no Inep, apresentamos respectivamente, as pesquisas que desenvolvemos, via MetaRed TIC Brasil, sobre maturidade e transformação digital e propostas para mudanças no questionário do ENADE. A proposta para o questionário nasceu da rSEAD, nossa rede de EAD. A rede, formada por 32 IES de diferentes tamanhos e perfis, tem se caracterizado produção qualificada de documentos propositivos. No mesmo dia, estivemos no CNE para conversarmos sobre as diretrizes curriculares para os cursos de Medicina. As conversas foram marcadas por propostas de políticas públicas pautadas em evidências e pesquisas.
Nos dias 19 e 20 de fevereiro, aconteceu na Unimar, em Marília, interior de São Paulo, o encontro de 14 IES que possuem uma vertical focada em cursos da área do Agro. São IES que estão investindo em cursos relacionados ao Agro e que decidiram criar uma rede para trocar experiências, fortalecer parcerias com empresas do setor e ampliar a compreensão das tendências do mercado educacional, entre outras ações.
Aqui está um exemplo claro de que cooperar é melhor do que competir. São diferentes IES que possuem oferta semelhante em seu portfólio de cursos, que investem em seus cursos de Agro e que, sem dúvida, competem. Todavia, elas reconhecem que há uma série de oportunidades de aprenderem juntas e de buscarem as melhores estratégias para seus cursos.
No dia 25 de fevereiro, realizamos um encontro sobre internacionalização com a participação de 41 IES brasileiras. Realizamos o evento em parceria com a Realcup, a Rede de Associações Privadas da América Latina e Caribe. A Realcup, por meio do projeto Enlazar, pretende criar laços de internacionalização entre IES. São mais de 1.000 IES que possuem diferentes oportunidades de internacionalização, de forma ágil, qualificada e com baixo custo. Nesse caso, não se justifica uma IES atuar de forma isolada em processos de internacionalização. Cooperar via Enlazar é melhor que tentar ser mais competitivo do que outra IES na criação de laços.
No mesmo dia, foi realizado uma reunião do GT de IA, formato por representantes do Semesp, do Consórcio Sthem e da MetaRed TIC Brasil. Cada organização tinha seu GT para estudar, divulgar e usar IA. Não faz sentido a fragmentação e os esforços isolados. Juntas, as três organizações estão trabalhando de forma organizada, com projetos bem definidos e com resultados que já são evidentes. É mais uma evidência de que a cooperação traz benefícios para todos os envolvidos, e os resultados e o impacto são mais relevantes.
No dia 26 de fevereiro, realizamos o 1º. Encontro de Faculdades. Do encontro, organizamos uma Rede de Faculdades com 9 IES, com foco em instituições com até 1.000 estudantes. Todas as faculdades podem participar, mas a prioridade são as IES de pequeno porte e familiares que atuam de forma isolada e que possuem poucos recursos humanos e financeiros, nem sempre tendo acesso a todas as informações. Estas instituições são relevantes, contribuem com a interiorização e o acesso ao ensino superior.
O Semesp, ao organizar a rede, demonstra que tem um olhar holístico, pois é uma organização plural que, por meio, do equilibro e da consistência de suas propostas defende um sistema de ensino superior que, de fato, gere benefícios econômicos, sociais, ambientais e políticos para a sociedade brasileira.
Também aconteceu no mesmo dia, duas reuniões de outras redes. A Rede 6, composta por 9 universidades, tratou do tema dos cursos de doutorados e mestrados. No setor privado, há um desafio enorme em manter o funcionamento destes cursos, sem os recursos públicos e com as mensalidades dos estudantes. As universidades entenderam que buscar soluções por meio da cooperação é melhor do que cada uma ter sua estratégia para atender as demandas da Capes e para manter a sustentabilidade financeira de seus cursos. Já a Rede de Autoavaliação está realizando um trabalho incrível, já que elaboraram um manual e uma guia de autoavaliação que possuem indicadores que transcendem os exigidos pelo MEC. Há um claro desejo das IES de subirem a régua da qualidade.
No dia 28 de fevereiro, já na sexta-feira de carnaval, realizamos uma reunião da Rede de Medicina com a participação de Elizabeth Guedes, do Conselho Nacional de Educação. Contamos com a presença de 18 IES. O foco foi discutir a proposta das Diretrizes Nacionais para os cursos de Medicina. O CNE colocou em consulta pública a DCNs da Medicina, que, sem dúvida, vão gerar impacto na organização e funcionamento dos cursos. Muitas IES não se envolveram no debate e ainda desconhecem o documento que está em discussão. O Semesp, ao promover a reunião, busca instigar uma reflexão cooperativa.
Também na sexta-feira, o G7, a Rede do Semesp que tem o melhor nível de maturidade de governança e de cooperação debateu e aprovou o plano de trabalho de 2025. É incrível quando 8 IES chegam a um acordo sobre objetivos comuns e níveis de cooperação.
Espero que as argumentações apresentadas tenham convencido o leitor de que cooperar é melhor que competir. As Redes de Cooperação não rechaçam a competitividade, pois é algo inerente ao nosso ambiente. Todavia, elas apontam que o diálogo e o aprendizado cooperativo geram um valor para as IES que tendem a superar os ganhos de um tipo competitividade que pode ser autodestruidora.























