Uma IES (Instituição de Ensino Superior) é uma entidade de caráter social cuja missão vai além da formação de profissionais qualificados, abrangendo também o desenvolvimento integral dos indivíduos para a vida e para o mercado de trabalho. Além disso, deve ter entre suas finalidades a busca por soluções para os grandes problemas da sociedade.

Recentemente, a Folha de São Paulo publicou um artigo sobre o enfrentamento da crise climática, no qual o Semesp defende o setor educacional como elemento central na transição para um futuro sustentável. É urgente a necessidade de protagonismo e liderança por parte das IES nos debates sobre o desenvolvimento sustentável, dada sua capacidade de formar cidadãos críticos e profissionais comprometidos com a agenda ambiental.

As ações climáticas precisam ser transversais a todas as pastas e ações do governo, assim como ao ensino e às práticas sociais. Uma sociedade letrada em sustentabilidade e composta por profissionais ambientalmente conscientes é fundamental para viabilizar e impulsionar mudanças estruturais no governo, na indústria e nos padrões de consumo. Além do poder multiplicador de conhecimento, as instituições de ensino podem desempenhar um papel crucial na busca por soluções inovadoras para os desafios ambientais dentro de suas salas de aulas e laboratórios.

Ao engajarmos e fomentar nossos estudantes, professores e pesquisadores a desenvolverem respostas para questões urgentes como a transição energética, mitigação de impactos na produção agrícola e dos gases de efeito estufa, segurança alimentar, entre outras alternativas, contribuímos para um futuro mais sustentável. Mais do que uma necessidade ambiental, trata-se de uma condição essencial para a manutenção da vida humana no planeta.

O compromisso com o desenvolvimento sustentável deve ser encarado como uma responsabilidade coletiva. No entanto, é papel dos gestores públicos a formulação e implementação de políticas ambientais eficazes, bem como a gestão adequada dos investimentos nessa área. Dados do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo indicam que, em 2024, a gestão ambiental apresentou o pior desempenho entre os 644 municípios avaliados. No contexto global, também observamos uma tendência preocupante, com países como os Estados Unidos se afastando de compromissos ambientais como o Acordo de Paris.

Diante desse cenário, as IES brasileiras têm um papel crucial na busca por soluções. É essencial que elas mobilizem seus recursos e esforços para fomentar estudos e pesquisas que possam contribuir para a mitigacão da crise climática. A COP30, que ocorrerá em 2025 no estado do Pará, representa uma oportunidade única para o Brasil assumir protagonismo na agenda ambiental global. Nesse contexto, as IES devem se posicionar como atores estratégicos na formulação de soluções sustentáveis e na disseminação do conhecimento científico.

Assim, lançamos uma reflexão aos gestores das IES: quais são as ações concretas que sua instituição tem implementado para promover a sustentabilidade e enfrentar os desafios climáticos?

O Semesp, preocupado com essa temática da sustentabilidade, apresenta no FNESP 2025, o maior fórum de ensino superior da América Latina, como tema central o “Desenvolvimento Sustentável”. O evento irá propor reflexões e apontar caminhos para que os gestores das IES possam conhecer experiências e projetos exitosos de sustentabilidade aplicados ao ensino superior.

No contexto do desenvolvimento sustentável, as IES podem atuar em quatro dimensões principais: acadêmica, comunitária (interna e externa), organizacional e operacional. Além de apresentar casos de sucesso em cada uma dessas áreas, o FNESP 2025 também abordará as diretrizes das principais organizações globais que lideram as discussões sobre sustentabilidade, como ONU, UNESCO, OCDE e COP30, promovendo debates e apresentando ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Estas quatro dimensões estão presentes nos projetos da Rede de Sustentabilidade do Semesp.

É fundamental que os gestores das IES compreendam e incorporem essas diretrizes para alinhar suas práticas aos desafios contemporâneos, garantindo que os ODS estejam integrados às atividades acadêmicas, permeando o ensino, a pesquisa e a extensão.

Exemplos recentes mostram grandes corporações e big techs  indo na contramão da ciência e dos dados e abandonando programas de sustentabilidade ambiental, diversidade e inclusão. Mas este não é o momento de as organizações negligenciarem a responsabilidade corporativa, social e ambiental. Muito pelo contrário, o direcionamento de investimentos públicos e privados deve priorizar instituições comprometidas com essa agenda. Defendemos uma abordagem sistêmica e integrada da sustentabilidade, considerando a instituição em sua totalidade. Além disso, todas as organizações, independentemente do setor em que atuam, devem assumir um compromisso real com o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o FNESP 2025 dará voz a iniciativas que adotam práticas sustentáveis e os princípios de ESG (Environmental, Social and Governance), destacando casos de sucesso de IES e outras instituições.

Alinhado a essa agenda, o Semesp convida o MEC (Ministério da Educação), gestores de IES públicas e privadas, formuladores de políticas públicas, especialistas e todos os interessados no tema a se juntarem a nós nos dias 25 e 26 de setembro em uma programação inédita e de interesse público, abordando questões ainda não discutidas de forma consistente no ensino superior brasileiro.

Em breve, divulgaremos mais informações sobre o evento. Anote na agenda: FNESP 2025!

Fábio Reis

Fábio Reis

Diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp
Renata Favaron

Renata Favaron

Gerente de Marketing e Eventos do Semesp