Projeto oferece atendimento ambulatorial gratuito na região central de São Paulo e promove a integração de calouros e veteranos

por Juliana Duarte

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Há dez anos, os alunos do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo se reúnem para promover uma nova edição do Ambulatório Social, projeto organizado pelo Centro Acadêmico Manoel de Abreu (Cama) que prevê um dia inteiro dedicado ao atendimento da população que vive ou circula na região central da capital paulista. O tradicional evento faz parte do programa de recepção aos calouros da faculdade.

O projeto é organizado integralmente pelos alunos, que reservam as agendas para fazer os atendimentos, negociam o espaço com a prefeitura, escalam alguns voluntários e cuidam da logística necessária para que tudo funcione adequadamente. Na data combinada, os estudantes atendem o público das 10 às 15 horas no Largo Santa Cecília, região central da cidade de São Paulo. “Assistimos todos sem inscrição prévia, inclusive pessoas em situação de rua, fragilidade e marginalização social”, diz a aluna Giovana Teixeira Leite. “Elas apenas precisam se identificar e aguardar para fazer a triagem”.

Entre os estudantes, as funções ficam distribuídas da seguinte forma: os alunos dos cursos de medicina e enfermagem realizam diversos procedimentos importantes, como medição de peso, altura, circunferência abdominal e pressão arterial, enquanto os calouros ficam responsáveis por dar suporte e observar as ações dos colegas mais experientes. “É uma forma de integrá-los a um contexto mais prático e antecipar, de certa forma, o contato com pacientes”, afirma Aline Borges Moreira da Rocha, que estuda medicina.

Na última edição, realizada em abril de 2016, o grupo de jovens atendeu mais de 200 pessoas em cinco horas. “Além das consultas, prestamos orientações iniciais sobre doenças comuns como diabetes, hipertensão e obesidade”, diz Luca Fasciolo Maschião, aluno do curso de medicina. Para os próximos anos, a ideia dos organizadores do Ambulatório Social é ampliar o número de procedimentos oferecidos. “O projeto é muito importante por transmitir, sobretudo, o valor da humanização a futuros médicos e enfermeiros”, diz.

Raio X
Número de alunos: 120
Número de professores: 10
Campus: 1
Dificuldades de implantação: a limpeza prévia do local não foi realizada pela Prefeitura de São Paulo, como havia sido combinado
Ações: atendimento ambulatorial à população da região central da capital paulista
Resultados: 200 pacientes atendidos em 2016