No segundo debate do Congresso de Políticas Públicas para a America Latina, os representantes do México, Argentina, Colômbia, Brasil e Peru mostraram o cenário do ensino superior em cada país. “As apresentações mostraram que a cooperação de todos podem gerar soluções para cenários diferentes. São muitos pontos comuns que vão desde financiamentos até número de estudantes e problemas com a regulação”, comentou o prof Ruy Guéiros, 2º vice presidente do Semesp e debatedor da sessão.

Pensando nisso, o Semesp assinou, no final do debate, um convênio de cooperação com a FIPES – Federação de Instituições Privadas de Educação Superior do Peru para pesquisa, estudos, produção de soluções e conteúdos mútuos e mobilidade entre profissionais dos países para intercâmbio. O documento foi assinado pelo diretor do segmento de internacionalização do Semesp, Valdir Lanza.

Cenário de cada país

No México, por exemplo, Juan Carlos Silas ressaltou que a educação já ocupa um papel bastante importante e mesmo nos períodos de crise não houve registro de queda de matrículas. Para ele, a fórmula do sucesso foi a demanda regular com a demanda de alunos que estavam fora desse mercado, como os que não tinham a intenção de cursos o ensino superior, mas foram inseridos por conta do trabalho ou de uma nova oportunidade, além de um sistema de regulação mais livre aliado às limitações das instituições públicas em absorver todos os potenciais alunos.

Na Argentina, Osvaldo Barsky destacou o grande aumento na participação do ensino privado na educação superior, assim como acontece no Brasil. No país vizinho, de 2003 a 2013, as matrículas na rede privada cresceram mais de 6%.

Enquanto isso, na Colômbia, os grandes desafios passam pela retenção de alunos, concorrência, pouca oferta de cursos pós- graduação e a regulação. Carlos Mario Lopera Palacio mostrou em um organograma um sistema muito complexo e que passa por diversas esferas de regulação. Lá, as universidades particulares não contam com nenhum programa financeiro do governo.

No Peru, José Dexter Chacon ressaltou o processo de acreditação e licenciamento dos cursos. “A acreditação subiu nos anos de 2014 para 2015, mas depois caiu bruscamente. Mesmo com esse impacto negativo, as instituições privadas continuam a ser muito importantes e com a grande maioria dos estudantes”, disse ressaltando que o Estado e instituição privada devem trabalhar juntos.

Rodrigo Capelato apresentou para os representantes internacionais a situação do Brasil, que conta com um programa de financiamento público que não atende mais as necessidades atuais de um mercado composto por 2364 universidades, sendo mais de 2 mil delas privadas.

O evento terá seguimento nesta sexta feira, quando os relatores de cada palestra apresentarão suas anotações para, junto com o público, formarem um documento final de Políticas Públicas para a educação.